Desafios da alfabetização na pandemia da COVID-19
três momentos de reabertura das escolas
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v30a2025e15085Palavras-chave:
Alfabetização, AlfaRede, Pós-ensino remoto, Retorno ao presencialResumo
O artigo apresenta dados de uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de questionário online e grupos focais, com professoras do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental, sobre o retorno ao ensino presencial após a pandemia. A pesquisa está vinculada à AlfaRede e, neste artigo, contempla dados da região Sul e do Rio Grande do Sul, a fim de analisar como as professoras vivenciaram o retorno ao ensino presencial, entre maio de 2021 e março de 2022. Os dados do questionário indicam que as docentes consideraram boa a assiduidade dos alunos e avaliaram como regular os conhecimentos das crianças em leitura e escrita. A análise das experiências de cinco professoras do município de Rio Grande permitiu identificar aspectos referentes a três momentos marcantes da volta ao presencial: o primeiro, em que o retorno era opcional, com manutenção do ensino remoto emergencial; o segundo, com retorno obrigatório às atividades presenciais no estado do Rio Grande do Sul; e o terceiro, com a obrigatoriedade da presença dos estudantes nas escolas. Esses momentos foram marcados por infrequência dos alunos, sobrecarga de trabalho, ausência de formação docente e acentuada heterogeneidade entre os estudantes. Os dados evidenciam que o poder público foi omisso e que as professoras precisaram, sozinhas ou com seus pares, elaborar estratégias e ações com o intuito de promover o acolhimento e a recomposição das aprendizagens. Com isso, tomaram para si a responsabilidade de garantir o direito das crianças à alfabetização.
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