O tempo da espera em um tempo extremo
desafios narrativos da formação docente no presente
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v29a2024e12952Palavras-chave:
Âncoras narrativas, Formação, Pandemia, Plataformização, Tempo-espaçoResumo
Este ensaio discute o potencial formativo da narrativa como ancoragem para a experiência no tempo da espera, tensionando os desafios da formação docente em um tempo extremo, de catástrofes e isolamento social, no qual as plataformas digitais modelam outras práticas educativas. Seguindo uma abordagem hermenêutica e reconstrutiva, este ensaio tem como objetivo entender os desafios narrativos que a formação docente enfrenta a partir do movimento de plataformização da prática educativa, repercutindo a ancoragem que persiste no espaço-tempo da formação diante das exigências da linguagem que sustenta o ambiente digital. Este texto ensaístico interroga-se sobre o quanto é possível manter em diálogo estas diferentes matrizes formativas sem desnarrativizar a experiência do tempo presente. Destaca-se a ideia de que para fazer formação humana e de professores não basta eleger algumas âncoras narrativas. É necessário saber posicionar-se em tempos extremos, criando condições para a construção de narrativas partilhadas da existência.
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