Educação Física Escolar e a área de Linguagens
um estudo de revisão
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v29a2024e12211Palavras-chave:
Cultura corporal, Interdisciplinaridade, Revisão bibliográfica, SocioculturalResumo
Este artigo teve como objetivo investigar a inserção da Educação Física na área de Linguagens, a partir da análise da produção científica relacionada ao tema. Trata-se de uma revisão bibliográfica, na qual foram analisados 14 artigos selecionados nas bases do Portal de Periódicos Capes e do Google Acadêmico, oriundos de pesquisas bibliográficas/documentais ou da realidade escolar. A partir da Análise Textual, emergiram três categorias: Base Nacional Comum Curricular e a Educação Física na área de linguagens: entre avanços e retrocessos; a busca por pressupostos para sustentar a Educação Física enquanto linguagem, e a Educação Física na área de linguagens: práticas pedagógicas escolares e relatos de professores. Constatamos a necessidade de reavaliar o papel da Educação Física na Área de Linguagens, reconhecendo sua capacidade de enriquecer a educação com perspectivas históricas, culturais e críticas, na construção da cidadania e da consciência social. Quanto aos pressupostos teóricos para a compreensão da Educação Física enquanto linguagem, podemos destacar a busca por sustentação na semiótica, em Bakhtin, na hermenêutica de Gadamer e de Mauro Betti do campo da Educação Física. Apesar desses esforços, as pesquisas no contexto escolar indicam dificuldades na efetivação da Educação Física neste novo espaço curricular, devido à hierarquização de outros componentes, considerados adequados à lógica empregatícia. Portanto, há necessidade de uma abordagem crítica e interdisciplinar, na qual teorias da linguagem e da compreensão de cultura corporal de movimento entrelacem-se, transcendendo a compreensão do corpo para além dos limites biológicos e estendendo-se à expressividade e às diversas manifestações culturais.
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