Estudo do percentual de área de janela em edificações brasileiras durante o Século XIX e XX

Autores/as

  • Verônica Stefanichen Monteiro Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Cláudia Cotrim Pezzuto Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Alexandre de Assis Mota Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Lia Toledo Moreira Mota Pontifícia Universidade Católica de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0919v0n16a1452

Palabras clave:

Área de janela, Fachadas envidraçadas, Janela

Resumen

O consumo de energia para refrigeração residencial, comercial e de serviço tem demonstrado um crescimento em todo o mundo. Nesse sentido, a envoltória do edifício tem um papel importante na medida em que separa o ambiente interno do ambiente externo de uma edificação. Estudos relatam que as janelas contribuem significativamente para os ganhos e as perdas de calor pela envoltória. Portanto, as janelas têm um grande impacto não só sobre o consumo energético no ambiente construído, mas também na qualidade do conforto térmico. Desse modo, este trabalho tem como objetivo principal investigar o percentual de área de janela (área envidraçada) em edificações brasileiras durante o século XIX e XX. A primeira parte deste artigo aborda um breve histórico das janelas na arquitetura brasileira e um panorama geral da relação do consumo de energia e a utilização de janelas nas edificações. A segunda parte apresenta uma análise comparativa em edificações do século XIX e XX, a partir do parâmetro percentual de área de abertura na fachada total. As análises foram realizadas em duas edificações do século XIX, localizadas na cidade de Campinas, e em três edificações do século XX, localizadas nas cidades do Rio de Janeiro, Campinas e São Paulo. Para tanto, foram consultadas pesquisas publicadas, legislação e projetos arquitetônicos dos escritórios responsáveis. Conclui-se que, com o aumento das dimensões das aberturas durante o período estudado, foi-se tornando cada vez mais comum a utilização do vidro como elemento de fechamento. Observou-se que as edificações do século XX apresentaram um expressivo percentual de área de abertura (área envidraçada) na fachada total: índice de 99,56% (edificação São Paulo - 2000), 48,00% (edificação Campinas - 1956) e 66,00% (edificação Rio de Janeiro - 1936), em relação às edificações do século XIX, com 13,30% (edificação Campinas - 1806) e 21,30% (edificação Campinas - 1878). Assim, verificou-se uma expressiva mudança nas tipologias das edificações e um aumento considerável no percentual de área de janela nas fachadas no que diz respeito ao período analisado.

PALAVRAS-CHAVE: Área de janela. Fachadas envidraçadas. Janela.

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Biografía del autor/a

Verônica Stefanichen Monteiro, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

¹ Graduanda | Pontifícia Universidade Católica de Campinas | Centro de Ciências Exatas Ambientais e de Tecnologia | Faculdade de Arquitetura e Urbanismo | Campinas, SP, Brasil

Cláudia Cotrim Pezzuto, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

² Professora Doutora | Pontifícia Universidade Católica de Campinas | Centro de Ciências Exatas Ambientais e de Tecnologia | Faculdade de Engenharia Civil | Rod. D. Pedro I, km 136, 13086-900, Campinas, SP, Brasil | Correspondência para/Correspondence to: C.C. PEZZUTO.

Alexandre de Assis Mota, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

³ Professor Doutor | Pontifícia Universidade Católica de Campinas | Centro de Ciências Exatas Ambientais e de Tecnologia | Faculdade de Engenharia Elétrica | Campinas, SP, Brasil

Lia Toledo Moreira Mota, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Professora Doutora | Pontifícia Universidade Católica de Campinas | Centro de Ciências Exatas Ambientais e de Tecnologia | Faculdade de Faculdade de Engenharia Elétrica | Campinas, SP, Brasil

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Publicado

2012-12-10

Cómo citar

Monteiro, V. S., Pezzuto, C. C., Mota, A. de A., & Mota, L. T. M. (2012). Estudo do percentual de área de janela em edificações brasileiras durante o Século XIX e XX. Oculum Ensaios - ISSNe 2318-0919, (16), 82–95. https://doi.org/10.24220/2318-0919v0n16a1452

Número

Sección

Artículo de Investigación