Criançar o urbanismo
uma contribuição da infância para a discussão das cidades
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5285Palavras-chave:
Devir, Direito à cidade, Infâncias urbanas, Urbanismo contemporâneoResumo
O artigo apresenta os resultados de pesquisa com objetivo de revisar os modos e as maneiras das relações da infância com a cidade, abordando a experiência de apropriação dos espaços públicos, por meio de caminhadas com grupos de crianças. Dessa maneira, a reflexão localiza-se à espreita das lógicas de subversão do cotidiano, constituindo mapas através de percursos teóricos e articulações conceituais que contribuem para a abertura de um diálogo entre as crianças e a cidade. Os procedimentos metodológicos de caminhar, mapear e analisar os espaços percorridos foram praticados com dispositivos de apreensão dos trajetos, permitindo a elaboração de uma criançação urbana como mapa resultante da pesquisa. A criançação conjuga uma expressão menor característica da infância com a contemporaneidade, proporcionando a reelaboração dos referenciais de observação do uso do espaço e suas implicações na forma urbana. Com isso, a observação dos lugares da infância nas cidades engendram um plano empírico que percorre a produção do espaço em Henri Lefebvre e a experiência urbana manifesta nos projetos dos playgrounds do arquiteto Aldo van Eyck.
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