Criança no tratamento final contra o câncer e seu olhar para o futuro

Autores

  • Lara de Faria LANZA Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Psiquiátrica
  • Elizabeth Ranier Martins do VALLE Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas.

Palavras-chave:

Criança, Neoplasia, Taxa de sobrevida

Resumo

Há algumas décadas, o câncer infantil era considerado uma doença fatal. Com a melhora nos procedimentos terapêuticos e nos métodos de detecção precoce, o número de crianças que sobrevivem vem aumentando, ocorrendo um direcionamento da atenção para o viver com câncer assim como para as necessidades desses sobreviventes. O presente estudo teve por objetivo compreender, por meio de uma análise fenomenológica, o sentido que a criança que está finalizando seu tratamento contra o câncer atribui ao próprio futuro. Foram realizadas seis entrevistas com crianças entre oito e treze anos e, a partir das convergências e divergências encontradas em seus relatos, emergiram as categorias de análise. A análise de conteúdo dos relatos revelou que, quando o tratamento está terminando e a criança já se encontra sem os sintomas da doença, permanecem ainda por algum período as antigas referências utilizadas na época do tratamento. As crianças falam de seu passado e fazem suposições do que poderá acontecer. Expressam o desejo de retomar sua aparência física anterior e as atividades interrompidas ou dificultadas pela doença. Ao longo de todo esse processo, elas se defrontam com o paradoxo vida e morte e conseguem manter uma visão positiva de futuro, almejando a retomada do projeto de vida e amplitude de possibilidades com a retomada da saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Ayoub, A. C., Fontes, A. L. C., Santos, C. A., & Moreira, E. F. (2000). Oncopediatria e assistência de enfermagem. In A. C. Ayoub, A. L. C. Fontes, M. A. A. Silva, N. R. C. Alves, P. Gigliotte & Y. B. Silva (Orgs.), Planejando o cuidar na enfermagem oncológica (pp.127-142). São Paulo: Lemar.

Camargo, B., & Lopes, L. F. (2000). Pediatria oncológica: noções fundamentais para a pediatria. São Paulo: Lemar.

Carvalho, C. S. U. (2008). A necessária atenção à família do paciente oncológico. Revista Brasileira de Cancerologia, 54(1), 97-102. Recuperado em agosto 15, 2008, de http://www.inca.gov.br/rbc/n_54/v01/pdf/revisao_7_pag_97a102.pdf

Eiser, C. (1994). Making sense of chronic disease: The eleventh Jack Tizard memorial lecture. Journal of Child Psychology and Psychiatry and Allied Disciplines, 35(8), 1373-1389.

Forghieri, Y. C. (1993). Psicologia fenomenológica: fundamentos, métodos e pesquisa. São Paulo: Pioneira.

Gimenez, M. G. (1994). Definição, foco de estudo e intervenção. In M. M. M. J. Carvalho (Org.), Introdução à Psiconcologia (pp.22-24). São Paulo: Psy.

Kennedy, R. D. (2003). Prevenção e rastreamento do câncer. In R. A. J. Spence & P. G. Johnston (Orgs.), Oncologia (pp.47-57). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Lopes, D. P. L. O., & Valle, E. R. M. (2001). A organização familiar e o acontecer do tratamento da criança com câncer. In E. R. M. Valle (Org.), A Psico-oncologia pediátrica (pp.13-74). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Martins, J., & Bicudo, M. A. V. (1989). A pesquisa qualitativa em psicologia: fundamentos e recursos básicos. São Paulo: Moraes.

Menezes, C. N. B., Passareli, P. M., Drude, F. S., Santos,M. A. S., & Valle, E. R. M. (2007). Câncer infantil: organização familiar e doença. Revista Mal-Estar e Subjetividade, 7(3), 191-210.

Motta, A.B., & Enumo, R. S. F. (2004). Câncer infantil: uma proposta de avaliação das estratégias de enfrentamento da hospitalização. Estudos de Psicologia (Campinas), 21(3), 193-202. doi: 10.1590/S0103-166X2004000300004

Nascimento, L. C. (2003). Crianças com câncer: a vida das famílias em constante reconstrução (Tese de doutorado não-publicada). Universidade de São Paulo.

National Cancer Policy Board. Institute of Medicine.(2003). Childhood cancer survivorship: Improving care and quality of life. Washington, D.C.: The National Academies Press. Retrieved September 9, 2008, from http://www.nap.edu/openbook.php?record_id=10767&page=R1

Ortiz, M. C. A., & Lima, R. A. G. (2007). Experiências de familiares de crianças e adolescentes, após o término do tratamento contra câncer: subsídios para o cuidado de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 15(3), 411-417.

Patistea, E. (2005). Description and adequacy of parental coping behaviors in childhood leukaemia. International Journal of Nursing Studies, 42, 283-296.

Spinetta, J. J., Masera, G., Eden, T., Oppenheim, D., Martins, A. G., Dongen-Melman, J. V., et al. (2004). Recusa, não-cooperação e abandono de tratamento em crianças e adolescentes com câncer. In Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica (SIOP). Orientações sobre aspectos psicossociais em oncologia pediátrica (pp.57-63). [s.l.]: SIOP.

Teixeira, R. A. P., Bruniera, P., Cusato, M. P., & Borsato, M. L. (2000). Câncer infantil. In F. F. Baracat, H. J Fernandes Júnior & M. J. Silva (Orgs.), Cancerologia atual: um enfoque multidisciplinar (pp.426-451). São Paulo: Roca.

Valle, E. R. M. (1997). Câncer infantil: compreender e agir. Campinas: Editorial Psy.

Valle, E. R. M. (2003). Vivências da família da criança com câncer. In M. M. M. J. Carvalho (Org.), Introdução à psiconcologia (pp.219-242). Campinas: Livro Pleno.

Valle, E. R. M., & Françoso, L. P. C. (1997). Psicologia e enfermagem: a questão do adoecer. Revista Psicologia Argumento, 15(20),61-70.

Downloads

Publicado

2014-03-31

Como Citar

LANZA, L. de F., & VALLE, E. R. M. do. (2014). Criança no tratamento final contra o câncer e seu olhar para o futuro. Estudos De Psicologia, 31(2). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/8440

Edição

Seção

TRATAMENTO E PREVENÇÃO PSICOLÓGICA