A dialética do novo fascismo na Grécia
Palavras-chave:
Ernst Bloch, Fascismo, Grécia, Nova direita, Nacionalismo, Consciência social, SolidariedadeResumo
O sucesso do fascismo histórico no período de transição, em particular no início do século 20, foi baseado em sua contribuição para a aceitação e aplicação sucessiva do chamado modelo fordista para a organização do trabalho (acompanhada das condições e relações sociais correspondentes). Fascismo histórico contribuiu assim, em sua forma particular, com a criação de um novo compromisso de classe entre os potenciais relacionados com as forças produtivas e as prisões que emanam das relações produtivas. Esta contribuição constitui a “criatividade” do fascismo. Tal perspectiva histórica sobre os processos sociais, não nos permite cair na armadilha de se compreender o fascismo apenas como um (bárbaro) “engano”. O fascismo não pode ser um engano simples, porque um “mero engano” não pode mobilizar as pessoas. Fascismo assume, adota necessidades e esperanças reais e não cumpridas - que, como tal, constituem resistência à arrogância capitalista e lógica da mercantilização de tudo -, e oferece a sua própria solução (fascista, bárbara) ou sua realização. Por conseguinte, a nossa responsabilidade não pode mentir em rejeitar essas necessidades e esperanças (que são, basicamente, precisas e esperar pela segurança) por causa de suas articulações distorcidas ou “pervertido”. Nossa responsabilidade exige-nos cuidadosas esperanças e demandas de seu (fascista) envolvimento. Nacionalismo (a partir dos subalternos!) não constitui uma mera sobra irracional do passado, mas contém potencialmente elementos anticapitalistas e referencias pré-místicas e românticas. Nacionalismo obtém sua dinâmica e persuasão (para os subalternos!) de e para os processos sociais contemporâneos, constituindo, assim, uma demanda/posição ativa, política e real no âmbito da reestruturação da sociedade - que é em si mesmo um momento na reestruturação do capitalismo. Aqui também o “núcleo racional” da antítese anticapitalista pela Nova Direita é fundada como posição contrária à mercantilização “neutra” de tudo. Esta antítese pode, naturalmente, não ser o problema para nós, os adversários do fascismo. O “problema” para nós é a perspectiva fascista em que essa antítese é incorporada; a visão política que recrutou a antítese para confinar solidariedade apenas para “nossa gente” e não a ampliação de solidariedade para com todas as pessoas!
Downloads
Referências
Bloch, E. (1985). Erbschaft dieser Zeit. Berlin: Bibliothek Suhrkamp. (Original work published 1935).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Athanassios MARVAKIS
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.