A morte na perspectiva de enfermeiros e médicos de uma Unidade de Terapia Intensiva pediátrica

Autores/as

  • Evandro de Quadros CHERER Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia.
  • Alberto Manuel QUINTANA Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Enfermagem
  • Ursula Maria Stockmann PINHEIRO Enfermeira.

Palabras clave:

Morte, Pediatria, Psicologia, Unidade de Terapia Intensiva

Resumen

O presente estudo visou investigar a significação feita, em relação à morte, por enfermeiros e médicos de uma Unidade de Terapia Intensiva pediátrica. Participaram oito profissionais que atuavam, no mínimo há seis meses, em uma Unidade de Terapia Intensiva pediátrica do interior do Rio Grande do Sul, a saber, quatro enfermeiros e quatro médicos. Foi realizada entrevista semiestruturada guiada por eixos norteadores. Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo, da qual surgiram duas categorias: “A morte como fracasso” e “A morte escamoteada”. Os resultados apontam que, para os participantes, a morte foi tipicamente significada como fracasso. Além disso, esta também foi ocultada, negada e banalizada, através de diversos recursos empregados na tentativa de escamoteá-la. Compreende- -se que a elaboração psíquica apresenta-se como a melhor estratégia diante de um contexto tão complexo, sendo sugeridas abordagens educativas e terapêuticas que proporcionem espaços elaborativos para esses profissionais.

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Publicado

2023-04-14

Cómo citar

CHERER, E. de Q., QUINTANA, A. M., & PINHEIRO, U. M. S. (2023). A morte na perspectiva de enfermeiros e médicos de uma Unidade de Terapia Intensiva pediátrica. Estudos De Psicologia, 32(4). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/8312