Violências sexuais: incesto, estupro e negligência familiar

Autores/as

  • Maria do Carmo Cintra de ALMEIDA PRADO Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Ana Carolina Covas PEREIRA Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Palabras clave:

Agressões sexuais, Estupro, Incesto, Relações familiares

Resumen

Este artigo discute os desafios envolvidos na assistência em Terapia Familiar Psicanalítica de uma mulher de 41 anos, vítima de incesto dos sete aos 12 anos, seguido de duas situações de estupro, que implicaram em um aborto e no nascimento de uma menina, com sete anos na ocasião do estudo. Apresentou-se infantilizada, dependente, sem autonomia, com diagnóstico de borderline. Em nenhum momento, encontrou na mãe alguma forma de apoio. Pais, em conluio perverso e abusivo, causam danos lesivos à constituição psíquica de seus filhos, cujas vidas ficam destroçadas, e levam a pensar que eles próprios tenham tido seus psiquismos danificados, marcados por vivências impensáveis, revertidas em segredos. Transformar e reparar são os objetivos de toda Terapia Familiar Psicanalítica e, nestes casos, os desafios são imensos, pois, entre as várias conseqüências clínicas de tal situação, há um ódio exacerbado à realidade, intensas vivências persecutórias e a reedição transferencial da dinâmica familiar no enquadre terapêutico.

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Publicado

2008-06-30

Cómo citar

ALMEIDA PRADO, M. do C. C. de ., & PEREIRA, A. C. C. . (2008). Violências sexuais: incesto, estupro e negligência familiar. Estudos De Psicologia, 25(2). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/6995