Análise psicossocial do preconceito contra homossexuais

Autores/as

  • Alessandra Ramos Demito FLEURY Universidade Católica de Goiás
  • Ana Raquel Rosas TORRES Universidade Católica de Goiás

Palabras clave:

homossexualidade, infra-humanização, preconceito

Resumen

Estudos a respeito do preconceito e da discriminação realizados em vários países demonstram que esse fenômeno vem assumindo formas cada vez mais sutis. Este trabalho insere-se nesse campo de estudo e investiga os efeitos da orientação sexual no processo de infra-humanização. Dele participaram 135 estudantes de pós-graduação na área de recursos humanos. A eles era solicitado que respondessem um questionário no qual avaliavam indivíduos homossexuais ou heterossexuais, atribuindo-lhes traços naturais e culturais, objetivando verificar a presença do processo de infra-humanização no preconceito contra os homossexuais. Diferentemente de outros estudos na área, os resultados indicaram que o preconceito contra os homossexuais se expressa de forma mais sutil que flagrante, apresentando uma maior atribuição de características positivas para o grupo majoritário e não se diferenciando em termos de atribuição de características negativas para o grupo minoritário. Esses resultados são discutidos, ressaltando-se a importância de mais estudos sobre o tema, tão pouco estudado por psicólogos sociais.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Allport, G. (1954). The nature of prejudice Cambridge: Addison-Wesley.

Camino, L., Silva, P., Machado, A., & Pereira C. (2001). A face oculta do preconceito no Brasil: uma análise psicossociológica. Revista Psicologia Política, 1 (1), 13-36.

Castro, M. G., Abramovay, M., & Silva, L. B. (2004). Juventudes e sexualidades Brasília: Unesco.

Dovídio, J. F., Mann, J. A., & Gaertner, S. L. (1989). Resistence to affirmative action: the implications of aversive racism. In F. A. Blanchard & F. J. Crosby (Orgs.), Affirmative action in perspective (pp.83-102). New York: Springer-Verlag.

Ekman, P. (1992). An argument for basic emotions. Cognition and Emotion, 6 (2), 169-200.

Falcão, L. C. (2004). Adoção de crianças por homossexuais: crenças e formas de preconceito. Dissertação de mestrado não-publicada, Universidade Católica de Goiás, Goiânia.

Gaertner, S. L., & Dovidio, J. F. (1986). The aversive form of racism. In J. F. Dovidio & S.L. Gaertner (Eds.), Prejudice, discrimination, and racism: theory and research (pp.61-89). Orlando, FL: Academic Press.

Green, J. N. (1999). A Homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo: Unesp.

Haslam, N., & Levy, S. R. (2006). Essentialist beliefs about homosexuality: structure and implications for prejudice. Personality and Social Psychology Bulletin, 32 (4), 471-485.

Herek, G. M. (2002). Gender gaps in public opinion about lesbians and gay men. Public Opinion Quarterly, 66 (1),40-66.

Kemper, T. D. (1987). How many emotions are there? Wedding the social and automatic componentes. American Journal of Sociology, 93 (2), 263-289.

Kinder, D. R., & Sears, D. O. (1981). Prejudice and politics: symbolic racism versus racial threats to the good life. Journal of Personality and Social Psychology, 40 (3),414-431.

Kinnear, P. R., & Gray, C. D. (1999). SPSS for Windows made simple (3rd ed.). Hove, East Sussex: Psychology Press.

Lacerda, M., Pereira, C., & Camino, L. (2002). Um estudo sobre as formas de preconceito contra homosexuais na perspectiva das representações sociais. Psicologia Reflexão e Crítica, 15 (1), 165-178.

Leyens, J., Paladino, P., Rodriguez-Torres, R., Vaes, J., Demoulin, S., Rodriguez-Perez, A., & Gaunt, R. (2000). The emotional side of prejudice: the attribution of secondary emotions to ingroups and outgroups. Personality and Social Psychology Review, 4 (2), 186-197.

Leyens, J. Ph., Rodriguez-Perez, A., Rodriguez-Torres, R., Gaunt, R., Paladino, P., Vaes, J., & Demoulin, S. (2001). Psychological essentialism and the differential attribution of uniquely human emotions to ingroups and outgroups. European Journal of Social Psychology, 31 (4), 395-411.

Leyens, J. Ph., Cortes, B. P., Demoulin, S., Dovidio, J., Fiske, S. T., Gaunt, R. (2003). Emotional prejudice, essentialism, and nationalism. European Journal of Social Psychology, 33 (6), 703-717.

Lima, M. E. (2002). Normas sociais e racismo: efeitos do individualismo meriocrático e do igualitarismo na infra-humanização dos negros Tese de doutorado não-publicada, Instituto Superior de Ciência do Trabalho e da Empresa, Lisboa.

Lima, M. E. O., & Vala, J. (2005). A cor do sucesso: efeitos da performance social e econômica no branqueamento e na infra-humanização. Psicologia USP, 16 (3), 120-131.

Lima, M. E. O., Pinheiro, C., Pacheco, J., Lima, C., & Vala, J. (2006). Normas sociais e preconceito: o impacto da desigualdade e da competição no preconceito automático contra negros. Psicologia Reflexão e Crítica, 19 (2), 309-319.

Maroco, J. (2003). Análise estatística com utilização do SPSS. Lisboa: Silabo.

Martinez, I., & Camino, L. (2000, setembro). Brasil es racista, Brasil no es racista: el discurso social como determinante de las diferencias percibidas entre blanco negros y morenos. Trabalho apresentado no VII Congresso de Psicologia Social da Espanha, Oviedo, España.

Moscovici, S., & Pérez, J. A. (1997). Prejudice and social representations. Papers on Social Representations, 6 (1),27-36.

Moscovici, S., & Pérez, J. A. (1999). A extraordinária resistência das minorias à pressão das maiorias: o caso dos ciganos. In J. Vala (Coord.), Novos racismos: perspectivas comparativas (pp.103-119). Oeiras: Celta.

Pereira, A. S. L. S. (2004). Representações sociais do homossexualismo e preconceito contra homossexuais. Dissertação de mestrado não-publicada, Universidade Católica de Goiás, Goiânia.

Pereira, C., & Soares, A. (2003a). Reflexões acerca da perspectiva das representações sociais. Revista Estudos, 30 (1), 61-83.

Pereira, C., Torres, A. R. R., & Almeida, S. T. (2003b). O estudo do preconceito na perspectiva das representações sociais: análise da influência de um discurso justificador da discriminação no preconceito racial. Psicologia: Reflexão e Crítica, 16 (1), 95-107.

Pettigrew, T. F., & Meertens, R. W. (1995). Subtle and blatant prejudice in Western Europe. European Journal of Social Psychology, 25 (1), 461-476.

Rios, R. R. (2002). O Princípio da igualdade e a discriminação por orientação sexual: a homossexualidade no direito brasileiro e norte-americano. São Paulo: Revista dos Tribunais.

Spencer, C. (1999). Homossexualidade: uma história (2a. ed). Rio de Janeiro: Record.

Sroufe A. L. (1979). Socioemotional development. In J. D. Osofsky (Ed.), Handbook of infant development (pp. 462-516). New York: Wiley.

Struch, N., & Schwartz, S. H. (1989). Intergroup agression: predictors and distinctiveness from intergroup bias. Journal of personality and Social Psychology, 56 (3), 364-373.

Tabachnick, B. G., & Fidel, L. S. (1996). Using multivariate statistics New York: Harper Collins.

Vala, J., Brito, R., & Lopes, D. (1998). Expressões dos racismos em Portugal Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

Vala, J., Brito, R., & Lopes, D. (1999). O racismo flagrante e o racismo sutil em Portugal. In J. Vala (Org.), Novos racismos: perspectivas comparativas (pp.31-59). Oeiras: Celta.

Venturi, G., & Paulino, M. F. (1995). Pesquisando preconceito racial. In C. Turra & G. Venturi (Orgs.), Racismo cordial: a mais completa análise sobre o preconceito de cor no Brasil (pp.83-95). São Paulo: Ática.

Publicado

2007-12-31

Cómo citar

FLEURY, A. R. D. ., & TORRES, A. R. R. . (2007). Análise psicossocial do preconceito contra homossexuais. Estudos De Psicologia, 24(4). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/6909