Ser quilombola: representações sociais de habitantes de uma comunidade negra

Autores/as

  • Gilberto Lima dos SANTOS Universidade Federal da Bahia
  • Antonio Marcos CHAVES Universidade Federal da Bahia

Palabras clave:

comunidade quilombola, representações sociais, resistência

Resumen

Este estudo teve como objetivo conhecer as representações sociais de moradores de uma comunidade remanescente de quilombo, sobre a própria comunidade, no norte da Bahia. Participaram 20 membros da comunidade de Tijuaçu, de ambos os sexos, na faixa etária de 12 a 41 anos. Utilizou-se uma lista de complementação de frases, com onze frases incompletas, focalizando os seguintes temas: o lugar, os moradores, o suposto olhar dos outros, as mulheres, os homens, os mais velhos, os jovens, as crianças, ser quilombola, negritude, o futuro. As frases foram analisadas por tema, sendo agrupadas com base na similitude do sentido. Os resultados indicam que é através da tradição oral que se estabelece um compromisso histórico para com a resistência quilombola. E que os mais velhos são os difusores e mantenedores das representações mais antigas e estáveis, a partir das quais são ancorados os novos conhecimentos. Os resultados permitem a compreensão de que o quilombola enfrenta as condições adversas da vida assumindo uma dupla tarefa (individual e coletiva): garantir a sua sobrevivência (e de sua família) e fortalecer a comunidade na luta contra o preconceito e a discriminação. Além disso, os resultados ensejam novas possibilidades de pesquisa, sugerindo reflexões sobre a diversidade no âmbito da população negra.

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Publicado

2007-09-30

Cómo citar

SANTOS, G. L. dos, & CHAVES, A. M. . (2007). Ser quilombola: representações sociais de habitantes de uma comunidade negra. Estudos De Psicologia, 24(3). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/6897