Autismo infantil e vínculo terapêutico

Autores/as

  • Carla Fernandes Ferreira da Costa MARQUES Universidade Estadual de Campinas
  • Sérgio Luiz Saboya ARRUDA Universidade Estadual de Campinas

Palabras clave:

crianças autistas, psicoterapia da criança, psicoterapia psicodinâmica

Resumen

Objetiva-se descrever e discutir a formação do vínculo terapêutico entre uma criança com diagnóstico de autismo infantil e sua psicoterapeuta. Trata-se de um estudo de caso que utiliza o método clínico-qualitativo, apoiando-se em autores e textos de orientação psicodinâmica. Discute-se e analisa-se o material clínico proveniente da história de vida de uma criança de oito anos de idade, e da psicoterapia lúdica realizada semanalmente, por 16 meses, em um ambulatório público. São comentados alguns aspectos que foram fundamentais para a formação do vínculo, a saber: a configuração do setting terapêutico, o processo de discriminação eu/não-eu, o processo de construção da identidade da criança, a função de holding materno assumida pela psicóloga. O acolhimento da terapeuta foi fundamental para a psicoterapia e para o desenvolvimento psicológico do paciente, permitindo que a criança estabelecesse e desenvolvesse algum tipo de vínculo afetivo.

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Publicado

2007-06-30

Cómo citar

MARQUES, C. F. F. da C. ., & ARRUDA, S. L. S. . (2007). Autismo infantil e vínculo terapêutico. Estudos De Psicologia, 24(1). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/6845