A Instituição total como agência de produção de subjetividade na sociedade disciplinar

Autores/as

  • Sílvio José BENELLI Faculdade João Paulo II

Palabras clave:

instituição total, subjetividade, análise institucional, Foucault, Michel, Gofman, Erving

Resumen

A leitura de Goffman a partir das análises de Foucault pode nos proporcionar um enriquecimento fecundo na compreensão dos processos de produção de subjetividade na sociedade contemporânea e, de modo específico, no contexto das instituições totais, que estão longe de terem desaparecido. Consideramos que Goffman realiza uma modalidade de análise institucional que pode ser situada transitando entre os planos macro (ou molar) e micro dos fenômenos que ocorrem nos estabelecimentos fechados. Goffman analisa as práticas não-discursivas, e as articula com grande sutileza, fazendo os "detalhes" mais pitorescos e aparentemente insignificantes do cotidiano institucional falarem: percebemos, então, o plano microfísico das relações intra-institucionais mergulhando nas diferentes estratégias nas quais o poder se ramifica, circula, domina e produz saberes e sujeitos. Acreditamos que Goffman já apresenta o poder como uma relação dinâmica de estratégias sempre atuantes, presente em toda parte, em todos os lugares. Foucault, por sua vez, nos revela como são possíveis as instituições disciplinares e quais as razões de sua emergência. Ambos são excelentes referenciais para análises institucionais.

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Publicado

2004-12-31

Cómo citar

BENELLI, S. J. . (2004). A Instituição total como agência de produção de subjetividade na sociedade disciplinar. Estudos De Psicologia, 21(3). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/6724