Os efeitos do abandono para o desenvolvimento psicológico de bebês e a maternagem como fator de proteção

Autores/as

  • Elisângela BÖING Universidade Federal de Santa Catarina
  • Maria Aparecida CREPALDI Universidade Federal de Santa Catarina

Palabras clave:

comportamento materno infantil, bebês, separação mãe-bebê, desenvolvimento psicológico, fatores de risco, fatores de proteção

Resumen

O objetivo deste artigo é descrever o trabalho de maternagem realizado com bebês deixados para adoção em uma maternidade. Rejeição, doença ou morte e pobreza da mãe/família apresentam-se como determinantes da entrega de um bebê para os cuidados institucionais. Vários estudos apontam os efeitos nocivos sobre a formação das crianças quando observadas num processo de separação dos pais e, em especial, da mãe. Essas crianças requerem assistência especializada para minimizar, tanto quanto possível, o prejuízo psíquico decorrente do abandono. Com base nos estudos que abordam essa temática, o serviço de psicologia dessa maternidade realiza com esses bebês a maternagem, objetivando suprir a carência de cuidados maternos e intervir através da palavra e do contato com o bebê. Longas rupturas com pessoas significativas e institucionalização prolongada agem como importantes fatores de risco para o desenvolvimento normativo da criança. A maternagem atua como fator de proteção para o desenvolvimento do bebê abandonado, promovendo saúde mental.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Albee, G. (1982). Preventing psychopathology and promoting human potential. American Psychologist, 37, 1043-1050.

Albee, G. (1984). Primary prevention: luxury or necessity A paper delivered at the University of Oklahoma Helth Sciences Center Colloquium Series on Preventing Mental Disorders. Oklahoma City, OK.

Bleichmar, N.M., & Bleichmar, C.L. (1992). A Psicanálise depois de Freud: teoria e clínicaPorto Alegre: Artes Médicas.

Bowlby, J. (1984). Separação Da trilogia apego e perda (v.3). São Paulo: Martins Fontes.

Bowlby, J. (1988). Cuidados maternos e saúde mental São Paulo: Martins Fontes.

Bowlby, J. (1989).Uma base segura: aplicações clínicas da teoria do apego Porto Alegre: Artes Médicas.

Bradley, R.H., & Casey, P.H. (1992). Family environment and behavioral development of low-birthweight children. Developmental Medicine and Child Neurology,34 (9), 822-832.

Busnel, M.C. (1997a). A linguagem dos bebês São Paulo: Editora Escuta.

Busnel, M.C. (1997b). Existe uma Cultura do feto? In Anais do Segundo Encontro Brasileiro para o Estudo do Psiquismo Pré e Perinatal Decifrando a Linguagem dos bebês. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Cicchetti, D., & Garmezy, N. (1993). Prospects and promises in the study of resilience. Development and Psychopathology,5, 497-502.

Frassão, M.C.G.O. (2000). Devolução de crianças colocadas em famílias substitutas: uma compreensão dos aspectos psicológicos através dos procedimentos legais Disserta-ção de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Goldstein, J., Freud, A., & Solnit, A.J. (1987). No interesse da criança? São Paulo: Martins Fontes.

Horowitz, F.D. (1992). The concept of risk: a reevaluation. In S.L. Friedman & M.D. Sigman (Eds.) The psychological development of low birthweight children Norwood, NJ: Ablex. p. 61-88.

Laucht, M., Esser, G., & Schmidt, M.H. (1997). Developmental outcome of infants born with biological and psychosocial risks. Journal Child Psychology and Psychiatry,38 (7), 843-853.

Lebovici, S. (1987). O Bebê, a mãe e o psicanalista Porto Alegre: Artes Médicas.

Lewis, R.J., Dlugokinski, E.L., Caputo, L.M., & Griffin, B.B. (1988). Children at risk for emotional disorders: risk and resource dimensions. Clinical Psychology Review,8, 417-440.

Mathelin, C. (1999). O Sorriso da Gioconda: clínica psicanalítica com os bebês prema-turos Rio de Janeiro: Companhia de Freud.

Rutter, M. (1971). Parent-child separation: psychological effects on the children. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 12, 233- 260.

Rutter, M. (1987). Psychosocial resilience and protective mechanisms. American Journal Orthopsychistry,57 (3), 316-331.

Sameroff, A.J., & Chandler, M.J. (1975). Reproductive risk and the continum of caretaking casualty. In F.D., Horowitz, M., Harrington, S., Scarr-Salapatec & G. Singel (Eds). Review of Child Development Research (v. 4, p.187-244). Chicago: University of Chicago Press.

Santos da Silva, M.R. (2003). A Construção de uma trajetória resiliente durante as primeiras etapas do desenvolvimento da criança: o papel da sensibilidade materna e do suporte social Tese de Doutorado, Departamento de Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis.

Spitz, R.A. (1945). Hospitalism: an inquiry into the genesis of psychiatric condition in early childhood (I). Psychoanal Study Child, 1, 53-74.

Spitz, R.A. (1979). O primeiro ano de vida: um estudo psicanalítico do desenvolvimento normal e anômalo das relações objetais São Paulo: Martins Fontes.

Szejer, M. (1994). Uma psicanalista dirige-se aos recém-nascidos.Boletim Informativo ABREP, 2 (2), 1-5.

Szejer, M. (1997). Parto em Segredo. In Anais do Segundo Encontro Brasileiro para o Estudo do Psiquismo Pré e Perinatal: Decifrando a Linguagem dos bebês São Paulo: Casa do Psicólogo.

Szejer, M. (1999). A escuta psicanalítica de bebês em maternidade São Paulo: Casa do Psicólogo.

Werner, E.E. (1986). A longitudinal study of perinatal risk. In D.C. Farren & J.D. McKinney. Risk intellectual and psychosocial development (p.3-27). New York: Academic Press.

Winnicott, D.W. (1993). A Família e o desenvolvimento individual São Paulo: Martins Fontes.

Winnicott, D.W. (1999a). Os bebês e suas mães São Paulo: Martins Fontes.

Winnicott, D.W. (1999b). Tudo começa em casa São Paulo: Martins Fontes.

Zannon, C.M.L.C. (1981). O comportamento de crianças hospitalizadas e a rotina hospi-talar: subsídios para atuação do psicólogo junto à equipe de pediatria Tese de doutorado, Universidade de São Paulo.

Publicado

2004-12-31

Cómo citar

BÖING, E. ., & CREPALDI, M. A. . (2004). Os efeitos do abandono para o desenvolvimento psicológico de bebês e a maternagem como fator de proteção. Estudos De Psicologia, 21(3). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/6722