Criança no tratamento final contra o câncer e seu olhar para o futuro
Palavras-chave:
Criança, Neoplasia, Taxa de sobrevidaResumo
Há algumas décadas, o câncer infantil era considerado uma doença fatal. Com a melhora nos procedimentos terapêuticos e nos métodos de detecção precoce, o número de crianças que sobrevivem vem aumentando, ocorrendo um direcionamento da atenção para o viver com câncer assim como para as necessidades desses sobreviventes. O presente estudo teve por objetivo compreender, por meio de uma análise fenomenológica, o sentido que a criança que está finalizando seu tratamento contra o câncer atribui ao próprio futuro. Foram realizadas seis entrevistas com crianças entre oito e treze anos e, a partir das convergências e divergências encontradas em seus relatos, emergiram as categorias de análise. A análise de conteúdo dos relatos revelou que, quando o tratamento está terminando e a criança já se encontra sem os sintomas da doença, permanecem ainda por algum período as antigas referências utilizadas na época do tratamento. As crianças falam de seu passado e fazem suposições do que poderá acontecer. Expressam o desejo de retomar sua aparência física anterior e as atividades interrompidas ou dificultadas pela doença. Ao longo de todo esse processo, elas se defrontam com o paradoxo vida e morte e conseguem manter uma visão positiva de futuro, almejando a retomada do projeto de vida e amplitude de possibilidades com a retomada da saúde.
Downloads
Referências
Ayoub, A. C., Fontes, A. L. C., Santos, C. A., & Moreira, E. F. (2000). Oncopediatria e assistência de enfermagem. In A. C. Ayoub, A. L. C. Fontes, M. A. A. Silva, N. R. C. Alves, P. Gigliotte & Y. B. Silva (Orgs.), Planejando o cuidar na enfermagem oncológica (pp.127-142). São Paulo: Lemar.
Camargo, B., & Lopes, L. F. (2000). Pediatria oncológica: noções fundamentais para a pediatria. São Paulo: Lemar.
Carvalho, C. S. U. (2008). A necessária atenção à família do paciente oncológico. Revista Brasileira de Cancerologia, 54(1), 97-102. Recuperado em agosto 15, 2008, de http://www.inca.gov.br/rbc/n_54/v01/pdf/revisao_7_pag_97a102.pdf
Eiser, C. (1994). Making sense of chronic disease: The eleventh Jack Tizard memorial lecture. Journal of Child Psychology and Psychiatry and Allied Disciplines, 35(8), 1373-1389.
Forghieri, Y. C. (1993). Psicologia fenomenológica: fundamentos, métodos e pesquisa. São Paulo: Pioneira.
Gimenez, M. G. (1994). Definição, foco de estudo e intervenção. In M. M. M. J. Carvalho (Org.), Introdução à Psiconcologia (pp.22-24). São Paulo: Psy.
Kennedy, R. D. (2003). Prevenção e rastreamento do câncer. In R. A. J. Spence & P. G. Johnston (Orgs.), Oncologia (pp.47-57). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Lopes, D. P. L. O., & Valle, E. R. M. (2001). A organização familiar e o acontecer do tratamento da criança com câncer. In E. R. M. Valle (Org.), A Psico-oncologia pediátrica (pp.13-74). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Martins, J., & Bicudo, M. A. V. (1989). A pesquisa qualitativa em psicologia: fundamentos e recursos básicos. São Paulo: Moraes.
Menezes, C. N. B., Passareli, P. M., Drude, F. S., Santos,M. A. S., & Valle, E. R. M. (2007). Câncer infantil: organização familiar e doença. Revista Mal-Estar e Subjetividade, 7(3), 191-210.
Motta, A.B., & Enumo, R. S. F. (2004). Câncer infantil: uma proposta de avaliação das estratégias de enfrentamento da hospitalização. Estudos de Psicologia (Campinas), 21(3), 193-202. doi: 10.1590/S0103-166X2004000300004
Nascimento, L. C. (2003). Crianças com câncer: a vida das famílias em constante reconstrução (Tese de doutorado não-publicada). Universidade de São Paulo.
National Cancer Policy Board. Institute of Medicine.(2003). Childhood cancer survivorship: Improving care and quality of life. Washington, D.C.: The National Academies Press. Retrieved September 9, 2008, from http://www.nap.edu/openbook.php?record_id=10767&page=R1
Ortiz, M. C. A., & Lima, R. A. G. (2007). Experiências de familiares de crianças e adolescentes, após o término do tratamento contra câncer: subsídios para o cuidado de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 15(3), 411-417.
Patistea, E. (2005). Description and adequacy of parental coping behaviors in childhood leukaemia. International Journal of Nursing Studies, 42, 283-296.
Spinetta, J. J., Masera, G., Eden, T., Oppenheim, D., Martins, A. G., Dongen-Melman, J. V., et al. (2004). Recusa, não-cooperação e abandono de tratamento em crianças e adolescentes com câncer. In Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica (SIOP). Orientações sobre aspectos psicossociais em oncologia pediátrica (pp.57-63). [s.l.]: SIOP.
Teixeira, R. A. P., Bruniera, P., Cusato, M. P., & Borsato, M. L. (2000). Câncer infantil. In F. F. Baracat, H. J Fernandes Júnior & M. J. Silva (Orgs.), Cancerologia atual: um enfoque multidisciplinar (pp.426-451). São Paulo: Roca.
Valle, E. R. M. (1997). Câncer infantil: compreender e agir. Campinas: Editorial Psy.
Valle, E. R. M. (2003). Vivências da família da criança com câncer. In M. M. M. J. Carvalho (Org.), Introdução à psiconcologia (pp.219-242). Campinas: Livro Pleno.
Valle, E. R. M., & Françoso, L. P. C. (1997). Psicologia e enfermagem: a questão do adoecer. Revista Psicologia Argumento, 15(20),61-70.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Lara de Faria LANZA, Elizabeth Ranier Martins do VALLE
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.