Ambivalência na adultez

a saída da casa dos pais

Autores

  • Celia Regina HENRIQUES Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Centro de Teologia e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia
  • Terezinha FÉRES-CARNEIRO Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Centro de Teologia e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia
  • Andrea Seixas MAGALHÃES Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Centro de Teologia e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia.

Palavras-chave:

Ambivalência, Relações familiares, Relações pai-filho

Resumo

Este estudo tem como objetivo compreender como se articulam os diálogos na saída de casa dos filhos adultos, desde a sua problematização até as tensões envolvidas. Realizou-se uma investigação baseada em entrevistas semiestruturadas com dez filhos adultos coabitantes com os pais, com idades entre 26 e 36 anos, cariocas de classe média. Da análise de conteúdo empreendida, emergiram diversas categorias, dentre as quais três são apresentadas neste estudo: apreensões sobre o espaço relacional, constituição de acordos e negociações e percepções sobre a saída da casa dos pais. Constatou-se que a saída da casa dos pais é um processo dinâmico, negociado entre os membros da família. Evidenciou-se que os ganhos e as perdas com a convivência prolongada fazem parte de um ambiente relacional ambivalente. Existe um tempo da relação pais-filhos não-cronológico, com a duração necessária para que os sujeitos possam compreender-se no âmbito relacional.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Almeida, M. E. G. G., & Magalhães, A. S. (2011). Escolha profissional na contemporaneidade. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 12(2), 205-214. Recuperado em abril 07, 2014, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo

Ariès, P. (1978). História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara.

Bauman, Z. (2011). A ética é possível num mundo de consumidores? Rio de Janeiro: Zahar.

Blanchet, A., & Gotman, A. (2007). L’ Enquête et ses méthodes, l’ entretien. Paris: Armand Colin.

Borges, C. C., & Magalhães, A. S. (2009). Transição para a vida adulta: autonomia e dependência na família. Psico, 40(1), 42-49.

Debord, G. (1997). A sociedade do espetáculo. Rio de mJaneiro: Contraponto.

Féres-Carneiro, T., Henriques, C. R., & Jablonski, B. (2011). Um jogo interativo: a relação entre pais e filhos adultos no cotidiano familiar contemporâneo. Psico, 42(2), 236-245.

Foucault, M. (2009). Prefácio à transgressão. In Focault, M. Estética: literatura e pintura, música e cinema (Coleção Ditos e escritos, Vol.3, pp.28-46). Rio de Janeiro:

Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1963).

Freud, S. (2009). A transitoriedade. In S. Freud. Obras completas (Vol.12). São Paulo: Companhia das Letras. (Originalmente publicado em 1916).

Freud, S. (1916 [1915]). On Transience. In Freud, S. The standard edition of the complete psychological Works of Sigmund Freud (Vol.XIV, 1914-1916, pp.303-307). London: Vintage.

Gallagher, I. M., Féres-Carneiro, T., & Henriques, C. R. (2013). Planos para o futuro: percepções de filhos adultos coabitantes com os pais. Revista da SPAGESP, 14(2), 4-18. Recuperado em abril 20, 2014 de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702013000200002

Gondar, J. (1995). Os tempos de Freud. Rio de Janeiro: Revinter.

Henriques, C. R., Féres-Carneiro, T., & Ramos, E. (2011). Ajustes entre pais e filhos adultos coabitantes: limite e transgressão. Psicologia em Estudo, 16(4), 531-539. Recuperado em junho 1, 2014, de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-3722011000400004&script=sci_arttext

Henriques, C. R., Jablonski, B., & Féres-Carneiro, T. (2004). A geração canguru: algumas questões sobre o prolongamento da convivência familiar. Psico, 35(2), 109-226.

Jablonski, B. (2010). A divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres no cotidiano do casamento. Psicologia: Ciência e Profissão, 30(2), 262-275.

Kaufmann, J. C. (1992). La Trame Conjugale, analyse du couple par son linge. Paris: Nathan.

Kaufmann, J. C. (2007). L’ Entretien Compréhensif. Paris: Armand Colin.

Khel, M. R. (2009). O Tempo e o cão, a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo.

Laplanche, J., & Pontalis, J. B. (2001). Vocabulário da psicanálise. São Paulo: Martins Fontes.

Maciel Júnior, A. (2012). Pensar na era do excesso. Cadernos de Psicanálise - SPCRJ, 28(31), 215-235.

Maunaye, E. (2003). Les jeunes adultes et leurs parents, autonomie, liens familiaux et modes de vie. Culture et Societé. Québec: Université Laval.

Peres, U. T. (2011). Uma ferida a sangrar-lhe a alma. In S. Freud. Luto e melancolia. São Paulo: Cosac Naify.

Ramos, E. (2006). As negociações no espaço doméstico. In M. L. Barros (Org.), Família e gerações. Rio de Janeiro: FGV.

Simmel, G. (2003). Le Conflit. Dijon-quetigny: Circé. 2003. (Publié à l’origine en 1912).

Singly, F. (1996). Le Soi, le couple et la famille. Paris: Nathan.

Vieira, A. C. S., & Rava, P. G. S. (2012) Ninho cheio, perspectivas de pais e filhos. Psicologia: Teoria e Prática, 14(1), 84-96. Recuperado em março 20, 2014, de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/viewFile/2308/3366

Downloads

Publicado

2023-03-15

Como Citar

HENRIQUES, C. R., FÉRES-CARNEIRO, T., & MAGALHÃES, A. S. (2023). Ambivalência na adultez: a saída da casa dos pais. Estudos De Psicologia, 33(1). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/7779

Edição

Seção

SEÇÃO TEMÁTICA: A CRIANÇA, A MÃE E A FAMÍLIA NA PESQUISA