Enfrentamento da morte fetal pela enfermagem na abordagem disposicional e na Teoria Motivacional do Coping

Autores

  • Camilla Ramos Medalane CRAVINHO Prefeitura da Serra, Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres
  • Ana Cristina Barros da CUNHA Universidade Federal do Espírito Santo, Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

Palavras-chave:

Coping, Autorregulação, Equipe de Enfermagem

Resumo

O enfrentamento (coping) tem sido entendido como uma ação autorregulatória de ajuste ao desequilíbrio provocado pelo estressor, sempre com função adaptativa, ainda que a estratégia de enfrentamento não seja resolutiva. Duas abordagens têm esta definição em comum - a Abordagem Disposicional e a Teoria Motivacional do Coping. Visando a estudar o coping da morte fetal, 36 profissionais de enfermagem de dois hospitais públicos responderam, individualmente, o Inventário COPE com 60 itens e uma Entrevista de Coping Motivacional, com 12 categorias de coping. Esses profissionais lidam com a morte fetal utilizando preferencialmente as seguintes estratégias de enfrentamento: Negociação, Busca de Informação, Autoconfiança e Busca de Suporte (Entrevista), e pela Religiosidade, Reinterpretação positiva e Planejamento (COPE). Discute-se a possibilidade de estudar o coping com base em enfoque multiteórico, a fim de ampliar a compreensão do processo de enfrentamento de condições adversas, como a morte fetal.

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Publicado

2023-03-07

Como Citar

CRAVINHO, C. R. M. ., & CUNHA, A. C. B. da. (2023). Enfrentamento da morte fetal pela enfermagem na abordagem disposicional e na Teoria Motivacional do Coping. Estudos De Psicologia, 32(2). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/7617

Edição

Seção

SEÇÃO ESPECIAL TEMÁTICA: COPING E AUTORREGULAÇÃO