Universidade e voluntariado: o papel do gênero nas crenças dos estudantes
Palavras-chave:
Atitude, Diferenças de gênero, Estudantes universitários, VoluntáriosResumo
O presente estudo examina as diferenças de gênero nas crenças de estudantes universitários frente ao voluntariado. A literatura destaca a infl uência que os papéis sociais estereotipados podem exercer nas crenças das pessoas e na adoção de condutas pró-sociais. Participaram da pesquisa 303 estudantes da Universidade de Lisboa e da Universidade Católica Portuguesa, e foi utilizado o Questionário de Atitudes Face às Funções do Voluntariado para a coleta dos dados. Os resultados da Análise de Variância indicaram que os homens valorizam a função instrumental do voluntariado como fonte para o desenvolvimento profi ssional, enquanto as mulheres destacam-no como uma forma de expressão de seus valores pessoais. O sexo e a experiência são fatores diferenciadores das crenças. A análise possibilitou compreender quais as expectativas dos estudantes frente ao voluntariado e de que modo podem ser satisfeitas, bem como repensar as práticas, com vistas a fomentar propostas educacionais não sexistas para promover uma maior participação de homens e mulheres nos diferentes projetos.
Downloads
Referências
Almeida, A. N. (2003). Família, conjugalidade e procriação: valores e papéis. In J. Vala, M. Villaverde Cabral, & A. Ramos. Valores sociais: mudanças e contrastes em Portugal e na Europa (pp.50-87). Lisboa: Imprensa de Ciencias Sociais.
Burns, D. J., Reid, J., Toncar, M., Anderson, C., & Wells, C. (2008). The effect of gender on the motivation of members of generation Y college students to volunteer. Journal of Nonprofit and Public Sector Marketing, 19(1), 99-118. http://dx.doi.org/10.1300/J054v19n01_05
Caprara, G., & Steca, P. (2007). Prosocial agency: The contribution of values and self-efficacy beliefs to prosocial behavior across ages. Journal of Social and Clinical Psychology, 26(2), 218-239. http://dx.doi.org/10.1521/jscp.2007.26.2.218
Chacón, F., Vecina, M. L., & Dávila, M. C. (1998). Mujer y voluntariado: motivaciones para la participación. Intervención Psicosocial, 7(1), 169-179.
Clary, E., Snyder, M., Ridge, R., Copeland, J., Stukas, A., Haugen, J., & Miene, P. (1998). Understanding and assessing the motivations of volunteers: A functional approach. Journal of Personality and Social Psychology, 74(6), 1516-1530. http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.74.6.1516
Cláudio, V., & Sousa, P. (2003). As implicações do género nas crenças e atitudes perante o VIH/SIDA. Análise Psicológica, 21(2), 159-174.
Coffé, H., & Bolzendahl, C. (2010). Same game, diferente rules? Gender differences in political participation. Sex Roles, 62(5-6), 318-333. http://dx.doi.org/10.1007/s11199-009-9729-y
Delicado, A. (2002). Caracterização do voluntariado em Portugal. Lisboa: Comissão Nacional para o Ano Internacional dos Voluntários.
Eagly, A. (2009). The his and hers of prosocial behavior: An examination of the social psychology of gender. American Psychologist, 64(8), 644-658. http://dx.doi.org/10.1037/0003-066X.64.8.644
Einolf, C. J. (2011). Gender differences in the correlates of volunteering and charitable giving. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, 40(6), 1092-1112. http://dx.doi.org/10.1177/0899764010385949
Esmond, J., & Dunlop, P. (2004). Developing the volunteer motivation inventory to assess the underlying motivational drives of volunteers in Western Australia. Perth: Clan WA.
Ferreira, M., Proença, T., & Proença, J. (2008). As motivações no trabalho voluntário. Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, 7(3), 43-53.
Figueira, C. (2013). Bem-estar nos estudantes do ensino superior: papel das exigências e dos recursos percebidos
no contexto académico e das atividades de voluntariado (Tese de doutoramento). Universidade de Lisboa. Recuperado em setembro 24, 2013, de http://hdl.handle.net/10451/8955
Fletcher, T., & Major, D. (2004). Medical students’ motivations to volunteer: An examination of the nature of gender differences. Sex Roles, 51(1-2), 109-114.
García-Cano, A., Paterna, C., & Martínez, C. (2016). Influence of gender self-schema and type of serviceoriented NGOs on volunteering activity. Revista de Psicología Social, 31(3), 521-553. http://dx.doi.org/10.1080/02134748.2016.1190129
Heitor, F., & Veiga, S. (2012). Voluntariado no ensino superior: oportunidades para a mudança no desenvolvimento psicológico. Atas do II Congresso Nacional da RESAPES-AP, Portugal, Instituto Superior de Contabilidade e de Administração do Porto, 348-360.
Holdsworth, C. (2010). Why volunteer? Understanding motivations for student volunteering. British Journal of Educational Studies, 58(4), 421-437. http://dx.doi.org/10.1080/00071005.2010.527666
Instituto Nacional de Estatística. (2013). Inquérito ao trabalho voluntário 2012. Lisboa: Autor.
Law, B., & Shek, D. (2011). Validation of the Beliefs Against Volunteering Scale among Chinese Adolescents in Hong Kong. Social Indicators Research, 100(2), 287-298.
Lorenzi-Cioldi, F. (1996). Psychological androgyny: A concept in search of lesser substance: Towards the understanding of the transformation of a social representation. Journal for the Theory of Social Behaviour, 26(2), 137-155. http://dx.doi.org/10.1111/j.1468-5914.1996.tb00526.x
Monteiro, S., Gonçalves, E., & Pereira, A. (2012). Estudo das motivações para o voluntariado numa amostra de voluntários hospitalares em contexto oncológico: relação com bem-estar psicológico e qualidade de vida. Psychology, Community and Health, 1(2), 201-211. http://dx.doi.org/10.5964/pch.v1i2.31
Neves, A., Nogueira, M., Topa, J., Silva, E. (2016). Mulheres imigrantes em Portugal: uma análise de gênero. Estudos de Psicologia (Campinas), 33(4), 723-733. http://dx.doi.org/10.1590/1982-02752016000400015
Nogueira, C., & Saavedra, L. (2007). Estereótipos: conhecer para os transformar. In F. Teixeira & F. M. Marques (Eds.), A dimensão de género nos produtos educativos multimédia (pp.11-30). Lisboa: Ministério da Educação.
Oostlander, J., Güntert, S. T., van Schie, S., & Wehner, T. (2014). Leadership and volunteer motivation: A study using self-determination theory. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, 43(5), 869-889. http://dx.doi.org/10.1177/0899764013485158
Ortiz, A. (2013). Creencias motivacionales y actitudes frente al voluntariado: Un estudio con jóvenes universitários en Portugal (Disertación de Doctorado). Universidade de Lisboa. Recuperado en diciembre 15, 2013, de http://hdl.handle.net/10451/9805
Ortiz, A., & Veiga, F. (2014). Construcción de una Escala de Actitudes frente al Voluntariado: un estudio com jóvenes universitários portugueses. In F. Veiga (Coord.), Envolvimento dos alunos na escola: perspectivas internacionais da psicologia e educação (pp.112-128). Lisboa: Universidade de Lisboa.
Pereira, F. C., Verissimo, J., Diaz, A. C., & Correia, R. (2013). Estereótipos de género, sexo e violência na publicidade portuguesa e espanhola. Comunicação e Sociedade, 23(1), 254-273. http://dx.doi.org/10.17231/comsoc.23
Perelló, F. (2007). Tejiendo disidencias: una aproximación a las transformaciones de género en el campo de voluntariado. Arxius de Sociología, 17(1), 75-90.
Petrzelka, P., & Mannon, S. E. (2006). Keepin’This little town going gender and volunteerism in rural America. Gender & Society, 20(2), 236-258. http://dx.doi.org/10.1177/0891243205284498
Romão, G., Gaspar, V., Correia, T., & Amaro, R. (2012). Estudo de caracterização do voluntariado em Portugal (pp.1-15). Lisboa: PROACT.
Scopinho, R. A., & Rossi, A. (2017). Between charity, philanthropy, and social rights: Social representations of female care workers. Estudos de Psicologia (Campinas), 34(1), 75-85. http://dx.doi.org/10.1590/1982-02752017000100008
Shiarella, A., McCarthy, A., & Tucker, M. (2000). Development and construct validity of scores on the Community Service Attitudes Scale. Educational and Psychological Measurement, 60(2), 286-300. http://dx.doi.org/10.1177/00131640021970510
Taniguchi, H. (2006). Men’s and women’s volunteering: Gender differences in the effects of employment and family characteristics. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, 35(1), 83-101. http://dx.doi.org/10.1177/0899764005282481
Themudo, N. S. (2009). Gender and the Nonprofit Sector. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, 38(4), 663-683. http://dx.doi.org/10.1177/0899764009333957
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Adriana Yanina ORTIZ

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.