Avaliação de fatores psicossociais no trabalho: uma revisão sistemática
Palavras-chave:
Avaliação psicológica, Fatores psicossociais, Psicologia positivaResumo
Este artigo realiza uma revisão sistemática nos estudos brasileiros e internacionais para a avaliação de fatores psicossociais, entre 2009 e 2015, com ênfase na análise de instrumentos de avaliação. Um dos interesses principais nessa revisão foi identificar a utilização dos princípios da Psicologia Positiva na análise dos fatores de prevenção, promoção e proteção à saúde dos trabalhadores nos artigos investigados. Foram encontrados 5.724 artigos. Foram excluídos trabalhos repetidos e não escritos em português, inglês ou espanhol. Restaram 410 artigos. Destes foram selecionados 69 que tratavam diretamente sobre avaliação dos fatores psicossociais do trabalho. A maioria dos estudos lida com a patogênese dos fatores psicossociais, mas há uma produção crescente combinando análises de fatores patogênicos com fatores motivacionais na promoção da saúde e no estudo de aspectos positivos preservados. Constatou-se que embora os achados indiquem um movimento incipiente de considerar alguns fatores protetivos (suporte social, criatividade, engajamento, etc.), ainda há poucos estudos no enfoque da Psicologia Positiva. Sugere-se que estudos futuros testem modelos teóricos integrativos ou fatores estressores e motivacionais para aprofundar o entendimento dos fatores de proteção e aspectos positivos associados a fatores psicossociais no trabalho.
Downloads
Referências
Alves, M. G. M., Chor, D., Faerstein, E., Lopes, C. S., & -Werneck, G. L. (2004). Versão resumida da “Job Stress Scale”: Adaptação para o português. Revista de Saúde Pública, 38(2),164-171.
Amponsah-Tawiah, K., Jain, A., Leka, S., Hollis, D., & Cox, T. (2013). Examining psychosocial and physical hazards in the Ghanaian mining industry and their implications for employees’ safety experience. Journal of Safety Research, 45, 75-84.
Ansoleaga, E., Vézina, M., & Montaño, R. (2014). Síntomas depresivos y distrés laboral en trabajadores chilenos: Condiciones diferenciales para hombres y mujeres. Cadernos de Saúde Pública, 30(1), 107-118.
Araújo, T. M., & Karasek, R. (2008). Validity and reliability of the job content questionnaire in formal and informal jobs in Brazil. Scandinavian Journal of Work, Environment and Health (Supplement 6), 52-59.
Bergh, L. I., Ringstad, A. J., Leka, S., & Zwetsloot, G. (2014). Psychosocial risks and hydrocarbon leaks: Na exploration of their relationship in the Norwegian oil and gas industry. Journal of Cleaner Production, 84, 824-830.
Canivet, C., Choi, B., Karasek, R., Moghaddassi, M., Staland-Nyman, C., & Östergren, P. (2013). Can high psychological job demands, low decision latitude, and high job strain predict disability pensions? A 12–year follow-up of middle-aged Swedish workers. International Archives of Occupational and Environmental Health, 86(3), 307-319.
Cardoso, J. P., Araújo, T. M., Carvalho, F. M., Oliveira, N. F., & Reis, E. J. (2011). Aspectos psicossociais do trabalho
e dor musculoesquelética em professores. Cadernos de Saúde Pública, 27(8), 1498-1506.
Chor, D., Werneck, G. L., Faerstein, E., Alves, M. G. M., & Rotenberg, L. (2008). The Brazilian version of the
effort-reward imbalance questionnaire to assess job stress. Cadernos de Saúde Pública, 24(1), 219-224.
Cox, T. (1993). Stress research and stress management: Putting theory to work. Sudbury: HSE Books.
Fantini, A. J., Assunção, A. A., & Machado, A. F. (2014). Dor musculoesquelética e vulnerabilidade ocupacional em trabalhadores do setor público municipal em Belo Horizonte, Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, 19(12), 4727-4738.
Garrido-Pinzón, J., Uribe-Rodriguez A. F., & Blanch, J.M. (2011). Riesgos psicosociales desde la perspectiva de la calidad de vida laboral. Acta Colombiana de Psicología, 14(2), 27-34.
Hemingway, H., & Marmot, M. (1999). Evidence based cardiology: Psychosocial factors in the aetiology and prognosis of coronary heart disease. Systematic review of prospective cohort studies. British Medical Journal, 318(7196), 1460-1467. https://doi.org/10.1136/bmj.318.7196.1460
Johnson, J. V., & Hall, E. M. (1988). Job strain, work place social support, and cardiovascular disease: A cross-sectional study of a random sample of the Swedish working population. American Journal of Public Health, 78(10),1336-1342.
Karasek, R. A. (1979). Job demands, job decision latitude, and mental strain: Implications for job redesign. Administrative Science Quarterly, 24, 285-308.
Kristensen, T. S., Hannerz, H., Horg, A., & Borg, V. (2005). The Copenhagen Psychosocial Questionnaire: A tool for the assessment and improvement of the psychosocial work environment. Scandinavian Journal of Work, Environment and Health, 31(6), 438-449.
Law, R., Dollard, M. F., Tuckey, M. R., & Dormann, C. (2011). Psychosocial safety climate as a lead indicator of workplace bullying and harassment, job resources, psychological health and employee engagement. Accident Analysis and Prevention, 43(5), 1782-1793.
Lorente, L., Salanova, M., Martínez, M., & Vera, M. (2014). How personal resources predict work engagement and self-rated performance among construction workers: A social cognitive perspective. International Journal of Psychology, 49(3), 200-207. https://doi.org/10.1002/ijop.12049
Luthar, S. S., Cicchetti, D., & Becker, B. (2000). The construct of resilience: A critical evaluation and guidelines for future work. Children Development, 71(3), 543-562.
Moher, D., Liberati, A., Tetzlaff, J., Altman, D. G., & PRISMA Group. (2009). Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Annals of Internal Medicine, 151(4). Retrived September 20, 2016, from http://annals.org
Ortiz, F. A., & Jaramillo, V. A. (2013). Factores de riesgo psicosocial y compromiso (engagement) con el trabajo en una organización del sector salud de la ciudad de Cali, Colombia. Acta Colombiana de Psicología, 16(1), 43-56.
Ouweneel, E., Leblanc, P., & Schaufeli, W. B. (2013). Do-it-yourself: An online positive psychological intervention to promote positive emotions, selfefficacy, and engagement at work. Career Development International, 18(2), 173-195. https://doi.org/10.1108/CDI-10-2012-0102
Rutter, M. (1987). Psychosocial resilience and protective mechanisms. American Journal of Orthopsychiatry, 57(3), 316-331. https://doi.org/10.1111/j.1939-0025.1987.tb03541.x
Schaufeli, W. B., & Bakker, A. B. (2004). Job demands, job resources and their relationship with Burnout and Engagement: A multisample study. Job Organizational Behavior, 25, 309-238.
Siegrist, J. (1996). Adverse health effects of high-effort/ low-reward conditions. Journal of Occupational Health Psychology, 1(1), 27-41.
Siegrist, J., Li, J., & Montano, D. (2014). Psychometric properties of the effort-reward imbalance questionnaire. Düsseldorf: Düsseldorf University. Retrived September 20, 2016, from https://pdfs.semanticscholar.org/a7f1/cb357063e76969fe9ca7301cfd978b1f6842.pdf
Silva, A. A., de Souza, J. M., Borges, F. N., & Fischer, F. M. (2010). Health-related quality of life and working conditions among nursing providers. Revista de Saúde Pública, 44(4), 718-725.
Silva-Junior, J. S., & Fischer, F. M. (2014). Long-term sickness absence due to mental disorders is associated with individual features and psychosocial work conditions. PLoS ONE, 9(12), e115885.
Souza, S. F., Carvalho, F. M., Araújo, T. M., & Porto, L. A. (2010). Fatores psicossociais do trabalho e transtornos mentais comuns em eletricitários. Revista de Saúde Pública, 44(4), 710-717.
Vegchel, N., Van De Jonge, J., Söderfeldt, M., Dormann, C., & Schaufeli, W. B. (2004). Quantitative versus emotional demands among Swedish service employees: Moderating effects of job control and social support. International Journal of Stress Management, 11(1), 21-40. https://doi.org/10.1037/1072-5245.11.1.21
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ana Claudia Souza VAZQUEZ, Mauricio PIANEZOLLA, Claudio Simon HUTZ
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.