Hipnose e subjetividade: utilização da experiência religiosa em psicoterapia
Palavras-chave:
Experiência religiosa, Hipnose, Psicoterapia, SubjetividadeResumo
O presente trabalho destaca algumas possibilidades de atuação da psicoterapia junto a clientes que possuem demandas de experiência religiosa. Partindo de um breve estudo de caso de uma cliente, busca-se atingir dois objetivos: demonstrar como é possível ao psicoterapeuta compreender as experiências sagradas do sujeito sem dissolvê-las em categorias prévias e consagradas de seu aporte teórico e destacar a relevância da técnica hipnótica como um importante instrumento para demandas dessa natureza, isto é, uma técnica que procura utilizar as experiências religiosas do sujeito a favor de seu processo terapêutico. O artigo conclui que as possibilidades de atuação do psicoterapeuta diante de tais demandas passam necessariamente pela questão dos sentidos próprios produzidos pelo cliente, pelo contexto de diálogos e potencialidades e pela postura de mimetismo para interação com o mundo religioso do sujeito.
Downloads
Referências
Akstein, D. (1972). Hipnologia. Rio de Janeiro: Hypnos.
Anderson, H. (1997). Conversation, language and possibilities New York: Basic Books.
Anderson, H., & Goolishian, H. (1988). Human systems as a linguistic systems: preliminary and evolving ideas about the implications for clinical theory. Family Process, 27 (4), 371-393.
Anderson, H., & Goolishian, H. (1998). O Cliente é o especialista: a abordagem terapêutica do não saber. In S. McNamme & K. Gergen (Org.), A terapia como construção social (pp.34-50). Porto Alegre: Artes Médicas.
Aponte, H. (1996). El sesgo político, los valores Morales y la espiritualidad en la formación de los psicoterapeutas. Sistemas Familiares, 4, 9-19.
Carroy, J. (1991). Hypnose, suggestion et psychologi: l'invention du sujet Paris: Puf.
Carvalho, J. J. (1994). O Encontro de novas e velhas religiões: esboço de uma teoria dos estilos de espiritualidade. In A. Moreira & R. Zicman (Orgs.), Misticismo e novas religiões (pp.67-98). Petrópolis: Vozes.
Cooper, L., & Erickson, M. (1950). Time distortion in hypnosis. The Bulletin Georgetown University Medical Center, 4, 50-68.
Ellenberger, H. (1970). The discovery of the unconscious: the history and evolution of dynamic psychiatry. New York: Basic Books.
Erickson, M. H. (1958). Naturalistic techniques of hypnosis. American Journal of Clinical Hypnosis, 1, 3-8.
Erickson, M., & Kubie, L. (1941). The successful treatment of a case of acute hysterical depression by a return under hypnosis to a critical phase of childhood. Psychoanalytic Qurterly, 4 (10), 122-142.
Erickson, M., & Erickson, E. M. (1962). Observations concerning alterations in hypnosis of visual perceptions. American Journal of Clinical Hypnosis, 5, 131-134.
Erickson, M., & Rossi, E. (1979). Hypnotherapy: an exploratory casebook New York: Irvington.
Erickson, M. (1985). An introduction to the study and application of hypnosis in pain control. In E. Rossi (Org.), Healing in hypnosis (pp.217-278). New York: Irvington.
Gergen, K., & Kaye, J. (1998). Além da narrativa na negociação do sentido terapêutico. In S. McNamme & K. Gergen (Org.), A terapia como construção social (pp.201-222). Porto Alegre: Artes Médicas.
Gonzalez Rey, F. (2005). O Social na psicologia e a psicologia social Petrópolis: Vozes.
Gonzalez Rey, F. (2007). Psicoterapia, subjetividade e pós-modernidade São Paulo: Thomson.
Hycner, R. (1995). De pessoa a pessoa: psicoterapia dialógica São Paulo: Summus.
James, W. (1987). The varieties of religious experience. In B. Kuklick. William James: writtings 1902-1910 (pp.1-477). New York: Literary Classics of the United States. (Original work published 1902).
McVittie, C., & Tiliopoulus, N. (2007). When 2-3% really matters: the (un)importance of religiosity in psychotherapy. Mental Health, Religion & Culture, 10 (5), 515-526.
Morin, E. (1990). Science avec conscience Paris: Seuil.
Nathan, T. (1999). Manifeste pour une psychopathologie scientifique. In T. Nathan & I. Stengers. Médecins et sorciers (pp.9-113). Paris: Synthelabo.
Neubern, M. (2004). Complexidade e psicologia clínica: desafios epistemológicos. Brasília: Plano.
Neubern, M. (2009). Psicologia, hipnose e subjetividade: revisitando a história Belo Horizonte: Diamante.
Otto, R. (2007). O sagrado: aspectos irracionais da noção do divino e sua relação com o racional Petrópolis: Vozes. (Originalmente publicado em 1917).
Paiva, G. (2002). Perder e recuperar a alma: tendências recentes na psicologia social da religião norte-americana e europeia. Psicologia: Teoria & Pesquisa, 18 (2), 173-178.
Pargament, K., & Saunders, S. (2007). Introduction to special issue on spirituality and psychotherapy. Journal of Clinical Psychology, 63 (10), 903-907.
Plante, T. (2007). Integrating Spirituality and Psychotherapy: ethical issues and principles to consider. Journal of Clinical Psychology, 63 (9), 891-902.
Richeport, M. (1994). Erickson's approach to multiple personality: a cross-cultural perspective. In J. Zeig (Org.), Ericksonian methods (pp.415-432). Levittown: Brunner/Mazel.
White, M., & Epston, D. (1993). Medios narratives para fines terapêuticos Barcelona: Paidós.
Zeig, J., & Geary, B. (2000). The letters of Milton H. Erickson Phoenix: Zeig, Tucker & Theisen.
Zeig, J. (2006). The virtues of our faults: a key concept of ericksonian therapy. In J. Zeig (Org.), Confluence: the selectede papers of Jeffrey K. Zeig (pp.71-94). Phoenix: Zeig, Tucker & Theisen.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Maurício da Silva NEUBERN
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.