Os efeitos do abandono para o desenvolvimento psicológico de bebês e a maternagem como fator de proteção
Palavras-chave:
comportamento materno infantil, bebês, separação mãe-bebê, desenvolvimento psicológico, fatores de risco, fatores de proteçãoResumo
O objetivo deste artigo é descrever o trabalho de maternagem realizado com bebês deixados para adoção em uma maternidade. Rejeição, doença ou morte e pobreza da mãe/família apresentam-se como determinantes da entrega de um bebê para os cuidados institucionais. Vários estudos apontam os efeitos nocivos sobre a formação das crianças quando observadas num processo de separação dos pais e, em especial, da mãe. Essas crianças requerem assistência especializada para minimizar, tanto quanto possível, o prejuízo psíquico decorrente do abandono. Com base nos estudos que abordam essa temática, o serviço de psicologia dessa maternidade realiza com esses bebês a maternagem, objetivando suprir a carência de cuidados maternos e intervir através da palavra e do contato com o bebê. Longas rupturas com pessoas significativas e institucionalização prolongada agem como importantes fatores de risco para o desenvolvimento normativo da criança. A maternagem atua como fator de proteção para o desenvolvimento do bebê abandonado, promovendo saúde mental.
Downloads
Referências
Albee, G. (1982). Preventing psychopathology and promoting human potential. American Psychologist, 37, 1043-1050.
Albee, G. (1984). Primary prevention: luxury or necessity A paper delivered at the University of Oklahoma Helth Sciences Center Colloquium Series on Preventing Mental Disorders. Oklahoma City, OK.
Bleichmar, N.M., & Bleichmar, C.L. (1992). A Psicanálise depois de Freud: teoria e clínicaPorto Alegre: Artes Médicas.
Bowlby, J. (1984). Separação Da trilogia apego e perda (v.3). São Paulo: Martins Fontes.
Bowlby, J. (1988). Cuidados maternos e saúde mental São Paulo: Martins Fontes.
Bowlby, J. (1989).Uma base segura: aplicações clínicas da teoria do apego Porto Alegre: Artes Médicas.
Bradley, R.H., & Casey, P.H. (1992). Family environment and behavioral development of low-birthweight children. Developmental Medicine and Child Neurology,34 (9), 822-832.
Busnel, M.C. (1997a). A linguagem dos bebês São Paulo: Editora Escuta.
Busnel, M.C. (1997b). Existe uma Cultura do feto? In Anais do Segundo Encontro Brasileiro para o Estudo do Psiquismo Pré e Perinatal Decifrando a Linguagem dos bebês. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Cicchetti, D., & Garmezy, N. (1993). Prospects and promises in the study of resilience. Development and Psychopathology,5, 497-502.
Frassão, M.C.G.O. (2000). Devolução de crianças colocadas em famílias substitutas: uma compreensão dos aspectos psicológicos através dos procedimentos legais Disserta-ção de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Goldstein, J., Freud, A., & Solnit, A.J. (1987). No interesse da criança? São Paulo: Martins Fontes.
Horowitz, F.D. (1992). The concept of risk: a reevaluation. In S.L. Friedman & M.D. Sigman (Eds.) The psychological development of low birthweight children Norwood, NJ: Ablex. p. 61-88.
Laucht, M., Esser, G., & Schmidt, M.H. (1997). Developmental outcome of infants born with biological and psychosocial risks. Journal Child Psychology and Psychiatry,38 (7), 843-853.
Lebovici, S. (1987). O Bebê, a mãe e o psicanalista Porto Alegre: Artes Médicas.
Lewis, R.J., Dlugokinski, E.L., Caputo, L.M., & Griffin, B.B. (1988). Children at risk for emotional disorders: risk and resource dimensions. Clinical Psychology Review,8, 417-440.
Mathelin, C. (1999). O Sorriso da Gioconda: clínica psicanalítica com os bebês prema-turos Rio de Janeiro: Companhia de Freud.
Rutter, M. (1971). Parent-child separation: psychological effects on the children. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 12, 233- 260.
Rutter, M. (1987). Psychosocial resilience and protective mechanisms. American Journal Orthopsychistry,57 (3), 316-331.
Sameroff, A.J., & Chandler, M.J. (1975). Reproductive risk and the continum of caretaking casualty. In F.D., Horowitz, M., Harrington, S., Scarr-Salapatec & G. Singel (Eds). Review of Child Development Research (v. 4, p.187-244). Chicago: University of Chicago Press.
Santos da Silva, M.R. (2003). A Construção de uma trajetória resiliente durante as primeiras etapas do desenvolvimento da criança: o papel da sensibilidade materna e do suporte social Tese de Doutorado, Departamento de Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis.
Spitz, R.A. (1945). Hospitalism: an inquiry into the genesis of psychiatric condition in early childhood (I). Psychoanal Study Child, 1, 53-74.
Spitz, R.A. (1979). O primeiro ano de vida: um estudo psicanalítico do desenvolvimento normal e anômalo das relações objetais São Paulo: Martins Fontes.
Szejer, M. (1994). Uma psicanalista dirige-se aos recém-nascidos.Boletim Informativo ABREP, 2 (2), 1-5.
Szejer, M. (1997). Parto em Segredo. In Anais do Segundo Encontro Brasileiro para o Estudo do Psiquismo Pré e Perinatal: Decifrando a Linguagem dos bebês São Paulo: Casa do Psicólogo.
Szejer, M. (1999). A escuta psicanalítica de bebês em maternidade São Paulo: Casa do Psicólogo.
Werner, E.E. (1986). A longitudinal study of perinatal risk. In D.C. Farren & J.D. McKinney. Risk intellectual and psychosocial development (p.3-27). New York: Academic Press.
Winnicott, D.W. (1993). A Família e o desenvolvimento individual São Paulo: Martins Fontes.
Winnicott, D.W. (1999a). Os bebês e suas mães São Paulo: Martins Fontes.
Winnicott, D.W. (1999b). Tudo começa em casa São Paulo: Martins Fontes.
Zannon, C.M.L.C. (1981). O comportamento de crianças hospitalizadas e a rotina hospi-talar: subsídios para atuação do psicólogo junto à equipe de pediatria Tese de doutorado, Universidade de São Paulo.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Elisângela BÖING, Maria Aparecida CREPALDI
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.