MODERNIDADE ANTI-MODERNA: O PRIMEIRO AUTOR KITSCH DA LITERATURA BRASILEIRA

Autores

  • Maurício SILVA

Resumo

Se perguntássemos quem foi o nosso primeiro autor verdadeiramente popular, a pergunta daria margem para urna série de considerações a respeito do fenômeno da popularidade na literatura nacional, originando urna discussão infinita em torno de temas, estilos e outros componentes básicos da obra de ficção.

Referências

( 1) Para a adoção da cultura francesa no Brasil das primeiras década do século, cf. NEEDELL, Jeffrey D. Belle Epoque Tropical. Sociedade e Cultura no Rio de Janeiro na Virada do Século. São Paulo, Companhia das Letras, 1993; e BROCA, Brito. A Vida Literária no Brasil. 1900. Rio de Janeiro, José Olympio, 1960.

(2) COSTALLAT, Benjamim. A Loucura Sentimental. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1930, p. 72.

(3) COSTALLAT, B. A Loucura Sentimental, p. 199.

(4) Para a reelaboração da linguagem cinematográfica feita por Benjamim Costallat e outros autores da época, consultar SUSSEKIND, Flora. Cinematógrafo de Letras. Literatura, Técnica e Modernização no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1987.

(5) Há uma controvérsia quanto à recepção dos romances de Benjamim Costallat. Afeito aos mais modernos métodos publicitários, consta que o autor divulgava tiragens acima do que realmente imprimia, a fim de forjar uma aceitação pública expressiva e, conseqüentemente, levar seus virtuais leitores a se interessar por suas obras. Cf. MACHADO NETO, A. L. Estrutura Social da República das Letras (Sociologia da Vida Intelectual Brasileira. 1870-1930). São Paulo, Grijalbo/Edusp, 1973.

(6) Para as noções de kitsch e de midcult, bem como suas implicações estéticas, cf. ECO, Humberto. Apocalípticos e Integrados. São Paulo, Perspectiva, 1990.

(7) Cf. PAES, José Paulo. "O art nouveau na literatura brasileira". Gregos e Baianos. São Paulo, Brasiliense, 1985, p. 64-80.

(8) COSTALLAT, Benjamim. A Mulher da Madrugada. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1934, p. 22/28.

(9) COST ALLAT, Benjamim. Melle. Cinema. Novella de Costumes do Momento que passa. Rio de janeiro, Benjamim Costallat & Miccolis, 1923, p. 21/37.

(10) Consultar, por exemplo, o romance A Virgem da Macumba (Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1934) para a aproximação do autor com Oscar Wilde; o livro de crônicas Mysterios do Rio (Rio de Janeiro, H. Antunes, 1931) para a aproximação com João do Rio. Sobre a recepção de Oscar Wilde no Brasil, cf. FARIA, Gentil Luiz de. A Presença de Oscar Wilde l na "Belle Epoque" Brasileira. São Paulo, Pazzartz, 1988. Para a possível relação entre Costallat e João do Rio, cf. LIMA, Alceu Amoroso. Contribuição à História do Modernismo Literário. O Pré-Modernismo de 1919-1920. Rio de Janeiro, Agir, 1948.

(11) COSTALLAT, Benjamim. katucha. Rio de Janeiro, Getulio Costa, 1931, p. 17.

(12) COSTALLAT, Benjamim. Modernos ... Rio de Janeiro, Benjamim Costallat & Miccolis, 1920, p. 13.

(13) Para um estudo acurado do objeto kitsch, cf. MOLES, Abraham. O kitsch. São Paulo, Perspectiva, 1986.

(14) COSTALLAT, Benjamim. Gurya. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1929, p. 45.

(15) COSTALLAT, Benjamim. Modernos ... p. 56.

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Publicado

1994-12-31

Edição

Seção

ARTIGOS