Saúde oral em idosos com diferentes estágios de fragilidade na cidade de Campinas, São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0897v22n3a2140Palavras-chave:
Envelhecimento, Geriatria, Saúde bucal, Saúde públicaResumo
Objetivo
Alterações orais em idosos afetam a qualidade de vida e interferem na alimentação, na sociabilidade e nas funções emocionais e psicológicas. Este estudo avaliou as condições de saúde bucal em uma população de idosos com diferentes graus de fragilidade.
Métodos
Trabalhou-se com amostra não institucionalizada atendida em ambulatório da Clínica de Geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas. Foram realizados exame das condições bucais e avaliação para verificar o fenótipo da fragilidade, a partir do qual os idosos foram divididos em dois grupos: pré-frágeis e frágeis. Na análise dos dados, foram utilizados o teste Mann Whitney e o Qui-quadrado de tendência para comparação dos resultados.
Resultados
A amostra foi composta por 67 idosos, com média de idade de 77.5 anos (t8.0). Eram edêntulos 61,2% (n=41); a média de dentes presentes foi de 4,8 (t7,5), e o índice de dentes cariados, perdidos ou obturados. de 28.8 (t5.1). com a maior parte do índice composta pelo componente perdido (94.4%); o índice de média de raízes cariadas e/ ou restauradas foi de 0,45 (ü1,21), O índice periodontal comunitário foi pior no sextante que correspondeu aos dentes anteriores inferiores. A maioria das necessidades protéticas era referente às próteses totais. Dos indivíduos que utilizavam prótese, 82.4% necessitavam substituí-la. Quanto à classificação de fragilidade, 50.7c>/, (n=34) foram considerados pré-frágeis e 49,3% (n=33), frágeis. Quando as variáveis odontológicas foram comparadas com a condição de fragilidade na população, todas as condições orais avaliadas foram melhores nos indivíduos pré-frágeis (p<O.05), com exceção das condições peridontais.
Conclusão
Concluiu-se que a saúde bucal dos todos os idosos avaliados era precária e que nos idosos frágeis uma pior condição bucal era claramente observada.
Downloads
Referências
Rihs LB, Held RB, Sousa MLR, Guariento ME, Cintra FA, Neri AL, et al. Autopercepção em saúde bucal em idosos frágeis. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2011; 65(6):412-8.
Rihs LB, Silva DD, Sousa MLR. Dental caries in an elderly population in Brazil. J Appl Oral Sci. 2009; 17(4):8-12.
Silva DD, Rihs LB, Sousa MLR. Factors associated with remaining teeth of elderly in the state of São Paulo, Brazil, 2002. Gerodontology. 2009; 26(1):282-90.
Holm-Pedersen P, Nitschke I. Dental care for aging populations in Denmark, Sweden, Norway, United Kingdom. J Dent Educ. 2005; 69(9):987-97.
Andrew MK, Mitnitski AB, Rockwood K. Social vulnerability, frailty and mortality in elderly people. PLoS One. 2008; 3(5):1-19.
Locker D. Measuring oral health: Social-dental indicators. In: An introduction to behavioral science and dentistry. London: Routledge; 1989. p.73-87.
Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: Evidence for a phenotype. J Gerontol. 2001; 56A(3):146-56.
Fried LP, Ferrucci I, Darer J, Williansson JD, Anderson G. Untangling the concepts of disability, frailty and comorbidity: Implications for improved targeting and care. J Gerontol Biol Sci Med Sci. 2004; 59(3):255-63.
Ahmed N, Mandel R, Fain MJ. Frailty: An emerging geriatric syndrome. Am J Med. 2007; 120(9):748-53.
Wourld Health Organization. Oral health surveys, basic methods. 4th ed. Geneve: WHO; 1997.
Bertolucci PHF, Brucki SMD, Campacci SR, Juliano Y. O mini-exame do estado mental em uma população geral. Arq Neuropsiquiatr. 1994; 52(1):1-7.
Nunes CI, Abegg C. Factors associated with oral health perception in older Brazilians. Gerodontoly. 2008; 25(1):42-8.
Ferreira RC, Magalhães CS, Moreira NA. Tooth loss, denture wearing and associated factors among an elderly institutionalized Brazilian population. Gerodontology. 2008; 25(11):168-78.
Starr JM, Roanna JH, Macintyre S, Deary IJ, Whalley LJ. Predictors and correlates of edentulism in the Healthy Old People in Edinburgh (HOPE) study. Gerodontology. 2008; 25(4):199-204.
Andrade FB, Lebrão ML, Santos JL, Duarte YAO. Relationship between oral health in communitydwelling elderly individuals in Brazil. J Am Geriatr Soc. 2013; 61(5):809-14.
Hilgert JB, Hugo FN, Bandeira DR, Bozzetti MC. Stress, cortisol, and periodontitis in a population aged 50 years and over. J Dent Res. 2006; 85(4):324-8.
Baelum V. The epidemiology of destructive periodontal disease. Causes, paradigms, problems, methods and empirical evidence [thesis]. Aarhus: University of Aarhus; 1998.
Thorstensson H, Johansson B. Why do some people lose teeth across their lifespan whereas others retain a functional dentition into very old age? Gerodontology. 2010; 27(1):19-25.
Mojon P, Budtz-Jorgsen E, Rapin CH. Relationship between oral health and nutrition in very old people. Age Ageing. 1999; 28(5):463-8.
Granville LJ, Musson N. Eating Abnormalities: Disorders of self-feeding and swallowing. In: WR Hazzard. Principles of geriatric and gerontology. 4th ed. New York: McGraw Hill; 1999. p.591-602.
Brasil. Ministério da Saúde. Pesquisa nacional de saúde bucal-2010: manual do coordenador municipal. Brasília: Ministério da Saúde; 2009.
Nevalainen MJ, Rantanen T, Narhi T, Ainamo A. Complete dentures in the prosthetic rehabilitation of elderly persons: Five different criteria to evaluate the need for replacement. J Oral Rehabil. 1997; 24(1):251-8.
Colussi CF, Freitas SFT. Edentulousness and associated risk factors in a south Brazilian elderly population. Gerodontology. 2007; 24(2):93-7.