Fatores associados à ocorrência de violência obstétrica institucional: uma revisão integrativa da literatura
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0897v25n3a3641Keywords:
Gestantes. Prática institucional. Violência.Abstract
Objetivo
Realizar revisão integrativa da literatura sobre os fatores associados à ocorrência de violência obstétrica institucional e apresentar as principais evidências encontradas nos artigos selecionados.
Métodos
Os dados foram adquiridos através da seleção de artigos nas bases: MedLine, LILACS; SciELO e Google Acadêmico. A amostra foi composta por 20 artigos publicados entre os anos de 2010 e 2016.
Resultados
Diante da análise dos estudos, constatou-se que os profissionais descritos como promotores da violência obstétrica foram os médicos, equipe de enfermagem e estudantes de medicina. Os resultados encontrados foram sistematizados e discutidos por meio de cinco categorias: (1) formação dos profissionais de saúde; (2) prática de episiotomia sem recomendação clínica; (3) medicalização excessiva do parto; (4) anulação do direito ao acompanhante; (5) despreparo institucional e ritmo de trabalho alienante associado à precariedade de recursos. Não se deve tirar o direito da mulher de ser protagonista de sua história, com acesso a uma assistência à saúde adequada, segura, qualificada, respeitosa, humanizada e baseada em evidências científicas.
Conclusão
Conclui-se que esta pesquisa pode contribuir para a sensibilização no processo de mudança das práticas violentas. A partir da identificação dos fatores associados à ocorrência de violência obstétrica, é possível intervir de forma diretiva e possibilitar o incentivo aos gestores e instituições para implementação de práticas de ensino humanizado e melhorias na qualidade dos serviços de saúde pública.
Downloads
References
Tesser DC, Knobel R, Adrezzo Aguiar FH, Diniz GS. Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2015;10(35):1-12.
Diniz GS, Salgado OH, Andrezzo Aguiar FH, Carvalho CGP, Carvalho ACP, Aguiar AC, et al. Violência obstétrica como questão para a saúde pública no Brasil: origens, definições, tipologia, impactos sobre a saúde materna, e propostas para sua prevenção. J Hum Growth Dev. 2015;25(3):377-6.
Leal MC, Gama SGN. Nascer no Brasil. Cad Saúde Pública. 2014;30(Supl.1):5.
Santos SCR, Souza FN. Violência institucional obstétrica no Brasil: revisão sistemática. Estação Cient. 2015;5(1):57-68.
Souza JK. Violência institucional na atenção obstétrica: proposta de modelo preditivo para depressão pós-parto [dissertação]. Brasília: Universidade de Brasília; 2014.
Pérez BAG, Oliveira EV, Lago MS. Percepções de puérperas vítimas de violência institucional durante o trabalho de parto e parto: revisão integrativa. Rev Enferm Contemp. 2015;4(1):66-77.
Ciello C, Carvalho C, Kondo C, Delage D, Niy D, Werner L, et al. Violência obstétrica: “parirás com dor”. Brasília: Senado Federal; 2012.
Farias KG. Quando a lente muda o retrato: um olhar sobre a violência obstétrica. In: Anais XI Colóquio Nacional Representações de Gênero e Sexualidades. Campina Grande: Universidade Federal de Campina Grande; 2015.
Zasciusrinki JM. Violência obstétrica: uma contribuição para o debate acerca do empoderamento feminino. Marília: Unesp; 2015.
Muniz BMV, Barbosa RM. Problematizando o atendimento ao parto: cuidado ou violência? In: Memorias Convención Internacional de Salud Pública. La Habana: Convención Internacional de Salud Pública; 2012.
Gomes FRP, Kunzler MI. Violência obstétrica e relações de poder no parto. Salão do conhecimento. Novo Hamburgo: Universidade Feevale; 2015.
Cunha ACC. Violência obstétrica: uma análise sob o prisma dos direitos fundamentais. Brasília: Universidade de Brasília; 2015.
Mendes SDK, Silveira Pereira CCR, Galvão MC. Revisão integrativa: método de pesquisa para incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64.
Souza TM, Silva DM, Carvalho M. Revisão integrativa o que é e como fazer. Rev Einstein. 2010;8(1Pt.1):102-6.
Botelho RLL, Cunha ACC, Macedo M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Rev Gestão Soc. 2011;5(11):121-36.
Aguiar MJ. Violência institucional em maternidades públicas: hostilidade ao invés de acolhimento como uma questão de gênero. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2010.
Biscegli ST, Grio MJ, Melles CL, Ribeiro Ignácio MRS, Gonsaga TAR. Violência obstétrica: perfil assistencial de uma maternidade escola do interior do estado de São Paulo. Cuid Arte Enferm. 2015;9(1)1-102.
Franzon ACA, Sena ML. Teste da violência obstétrica. Violência obstétrica é violência contra a mulher: a avaliação das mulheres sobre os cuidados sobre os cuidados recebidos durante internação para o parto e nascimento. São Paulo: Agência Pública; 2012.
Andrade BP, Aggio CM. Violência obstétrica: a dor que cala. In: Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas. Londrina: Universidade Estadual de Londrina; 2014.
Aguiar MJ, d’Oliveira LPFA, Schraiber BL. Violência institucional, autoridade médica e poder nas maternidades sob a ótica dos profissionais de saúde. Rio de Janeiro. Cad Saúde Pública. 2013;29(11):2287-96.
Silva GM, Marcelino GM, Rodrigues PSL, Toro CR, Shimo KKA. Violência obstétrica na visão de enfermeiras obstetras. Rev Rene. 2014;15(4):720-8.
Kondo YC, Silveira JMK, Niy YD, Silva Delage ARD, Buzatto Pinha MBG, Salgado OH, et al. Violência obstétrica é violência contra a mulher. Mulheres em luta pela abolição da violência obstétrica. São Paulo: Parto do Princípio; 2014.
Franca SSB, Figueiredo DJ, Barboza MJ, Souza CD, Zapponi BLA. Violência institucional obstétrica no ambiente hospitalar. Rev Rede Cuidados Saúde.2014;8(2):1-4.
Rodrigues PD, Alves HD, Penna GHL, Branco Riker LBM, Souza PMR, Padoin MMS. A violência na assistência obstétrica no processo parturitivo: um estudo descritivo-exploratório. Online Bra J Nur. 2014 [acesso 2015 maio 4];13(Supl.1):399-401. Disponível em: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/4613
Aguiar MJ, d’Oliveira LPFA. Violência institucional em maternidades públicas sob a ótica das usuárias. Interface. 2010;15(36):79-91.
Rego S, Gomes PA, Batista SR. Bioética e humanização como temas transversais na formação médica. Rev Bra Educ Med. 2008;32(4):482-91.
Rios CI, Sirino BC. A humanização no ensino de graduação em medicina: o olhar dos estudantes. Rev Bras Educ Med. 2015;39(3):401-9.
Deslandes SF. Análise do discurso oficial sobre a humanização da assistência hospitalar. Ciênc Saúde Coletiva. 2004;9(1):7-14.
Carvalho VF, Kerber NPC, Busanello J, Gonçalves BG, Rodrigues EF, Azambuja EP. Como os trabalhadores de um centro obstétrico justificam a utilização de práticas prejudiciais ao parto normal. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(1):30-7.
Diniz GSC, Niy YD, Andrezzo AFH, Carvalho ACP, Salgado OH. A Vagina-Escola: seminário interdisciplinar sobre violência contra a mulher no ensino das profissões de saúde. Interface. 2016;20(56):253-9.
Hotimsky SN. A violência institucional no parto no processo de formação médica em obstetrícia. In: Encontro Nacional de Antropologia do Direito. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2009.
Andrade PON, Silva JPQ, Diniz CMM, Caminha MFC. Fatores associados à violência obstétrica na assistência ao parto vaginal em uma maternidade de alta complexidade em Recife, Pernambuco. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2016;16(1):29-37.
Porto FMA, Amorim RMM, Souza RSA. Assistência ao primeiro período do trabalho de parto baseada em evidências. Femina. 2010;38(10):527-37.
Melchiori EL, Maia BCA, Bredariolli NR, Hory IR. Preferência de gestantes pelo parto normal ou cesariano. Inter Psicol. 2009;3(1):13-23.
Leão CRM, Riesco GLM, Schneck AC, Angelo M. Reflexões sobre o excesso de cesarianas no Brasil e a autonomia das mulheres. Rev Ciênc Saúde Coletiva. 2012;18(8):2012.
Agência Nacional de Saúde Suplementar. Resolução Normativa nº 368, de 6 de janeiro de 2015. Rio de Janeiro: Agência Nacional de Saúde Suplementar; 2015 [acesso 2016 mar 16]. Disponível em: www.ans.com.br
Bruggemann MO, Oliveira EM, Martins LEH, Alves CM, Gayeski EM. A inserção do acompanhante de parto nos serviços públicos de saúde de Santa Catarina, Brasil. Esc Anna Nery. 2013;(3):432-8.
Rodrigues PD, Alves HD, Branco Riker LBM, Mattos R, Dulfe MAP, Vieira DGB. A violência obstétrica como prática no cuidado na saúde da mulher no processo parturitivo: análise reflexiva. Rev Enferm UFPE. 2015;9(Supl.5):8461-7.
Santos AAR, Melo PCM, Cruz DD. Trajetória de humanização do parto no Brasil a partir de uma revisão integrativa da literatura. Cad Cult Ciênc. 2015;13(2):870-8.
Pulhez MM. Parem a violência obstétrica: A construção das noções de “violência” e “vítima” na construção das noções de “violência” e “vítimas” nas experiências de parto. Rev Bras Soc Emoção. 2013;12(35):544-64.
Ministério da Saúde (Brasil). Humaniza SUS: Política Nacional de Humanização – PNH. Brasília: Ministério da Saúde; 2013 [acesso 2015 maio 14]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf