Por que as pererecas e as lagartixas não caem das paredes?

Autores/as

  • Mônica Caroline Pavan Cassel
  • Adelina Ferreira

Palabras clave:

Adesão, Anura, Microscopia eletrônica de varredura, Patas, Squamata

Resumen

Alguns lagartos, pererecas e insetos possuem a habilidade de mover-se em superfícies verticais. Um estudo comparativo revelou que o sistema de aderência biológica converge em dois modelos principais: “com pelos” e “liso”. Estes mecanismos incluem interações superficiais, como secreções de fluidos e interações moleculares. Com o objetivo de relacionar esta habilidade a uma resposta de caráter biológico, amostras das patas da lagartixa [Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) Reptilia, Gekkonidae] e da perereca [Dendropsophus minutus (Peters, 1872) Anura, Hylidae] foram analisadas e fotografadas através de microscopia eletrônica de varredura. A pata da lagartixa é composta por escamas de revestimento, garras e estruturas em forma de “esponja”. Estas “esponjas” são compostas por estruturas filamentosas e ramificadas em sua extremidade. Os filamentos permitem que a área de contato entre a pata e o substrato aumente, possibilitando maior aderência e equilíbrio. As escamas que contornam as “esponjas” são diferenciadas, apresentando um orifício central, o qual supõe-se que sejam aberturas glandulares. A pata da perereca é composta por células colunares, hexagonais e claramente espaçadas entre si. Suas expansões digitais contêm glândulas que secretam uma substância pegajosa, utilizada para a adesão. Apesar de morfologicamente diferentes, as patas das lagartixas e das pererecas apresentam funções semelhantes: aderência e proteção, uma vez que permite a esses animais movimentar-se em locais de difícil acesso inclusive para os seus predadores.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Andrews, D.H. & Kokes, R.J. (1968). Química geral. Rio de Janeiro: Edusp. p.273-4.

Autumn, K. & Peattie, A.M. (2002). Mechanisms of adhesion in geckos. Integrative and Comparative Biology, 42(6):1081-90.

Autumn, K.; Sitti, M.; Liang, Y.C.A.; Peattie, A.M.; Hansen, W.R.; Sponberg, S.; Kenny, T.W.; Fearing, R.; Israelachvili, J.N. & Full R.J. (2002). Evidence for van der Waals adhesion in gecko setae. Proceedings of the National Academy of Sciences USA, 99(19):12252-6.

Barnes, W.J.P.; Oines, C. & Smith, J.M. (2006). Whole animal measurements of shear and adhesive forces in adult tree frogs: insights into underlying mechanisms of adhesion obtained from studying the effects of size and scale. Journal of Comparative Physiology A: Neuroethology, Sensory, Neural, and Behavioral Physiology, 192(11): 1179-91.

Duellman, W.E. & Trueb, L. (1985). Biology of amphibians. New York: McGraw-Hill. Duellman, W.E. & Trueb, L. (1994). Biology of amphibians. Baltimore: Johns Hopkins University Press. p.372.

Ernst, V. (1973). The digital pads of the tree frog Hyla cinerea. I. The epidermis. Tissue & Cell, 5(1):83-96.

Federle, W. (2006). Why are so many adhesive pads hairy? Journal of Experimental Biology, 209(14):2611-21.

Gao, H.; Wang, X.; Yao, H.; Gorb, Y. & Arzt, E. (2004). Mechanics of hierarchical adhesion structures of geckos. Mechanics of Materials, 37(2-3):275-85.

Gorb, S.; Jiao, Y. & Sherge, M. (2000). Ultrastructural architecture and mechanical properties of attachment pads in Tettigonia viridissima (Orthoptera, Tettigoniidae). Journal of Comparative Physiology A: Neuroethology, Sensory, Neural, and Behavioral Physiology 186(9): 821-31.

Hanna, G. & Barnes, W.J.P. (1990). Adhesion and detachment of the toe pads of tree frogs. University of Glasgow, Scotland. Journal of Experimental Biology, 155(103):103-25.

Hildebrand, M. (1995). Análise da estrutura dos vertebrados. São Paulo: Atheneu. p.541-2.

Nachtigall, W. (1974). Biological mechanisms of attachment. New York: Springer-Verlag. Niederegger, S.; Gorb, S. & Jiao, Y. (2002). Contact behavior of tenent setae in attachment pads of the blowfly Calliphora vicina (Diptera, Calliphoridae). Journal of

Comparative Physiology A: Neuroethology, Sensory, Neural, and Behavioral Physiology, 187(12):961-70.

Russell, A.P. (1986). The morphological basis of weight- -bearing in the scansors of the tokay gecko (Reptilia: Sauria). Canadian Journal of Zoology, 64(4):948-55.

Sherge, M. & Gorb, S. (2001). Biological micro and nano-tribology. New York: Springer.

Wainwright, S.A.; Biggs, W.D.; Currey, J.D. & Gosline, J.M. (1982). Mechanical design in organisms. Princeton, New Jersey: Princeton University Press. Young, H.D. & Freedman, R.A. (2003). Física II: termodinâmica e ondas. São Paulo: Pearson Addison Wesley. p.79-80.

Publicado

2009-06-30

Cómo citar

Cassel, M. C. P., & Ferreira, A. (2009). Por que as pererecas e as lagartixas não caem das paredes?. Bioikos – Título não-Corrente, 23(1). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/bioikos/article/view/813

Número

Sección

Artigos