As funções ambientais e as funções de urbanidade das margens de cursos d’água
Palavras-chave:
gestão ambiental urbana, margens de cursos d’água, Áreas de Preservação Permanente, funções ambientais, funções de urbanidadeResumo
É possível traçar uma trajetória comum da relação entre as cidades e seus corpos d’água. É uma trajetória de atração e também de conflitos. Este artigo insere-se em uma pesquisa mais ampla cujo objetivo consiste em investigar, por meio de uma abordagem integrada, os aspectos ambientais e de urbanidade relativos aos espaços de margens de cursos d’água. A instituição das Áreas de Preservação Permanente (APP), pelo Código Florestal brasileiro, constitui-se em um instrumento para a proteção dos recursos hídricos. Entretanto, nas áreas urbanas, constata-se que esse instrumento tem sido sintomaticamente desrespeitado. Isso se deve a fatores diversos: por um lado, a falta de esclarecimento sobre o porquê ser importante proteger as margens de rios; por outro, a inadequação do dispositivo legal, que não estabelece tratamento diferenciado para as áreas urbanas. Na busca de desvendar esses fatores, são inicialmente apresentados os principais resultados obtidos da primeira vertente da pesquisa: os aspectos ambientais (biofísicos). Identificadas as principais funções ambientais das margens de cursos d’água, considerando-se suas especificidades no contexto de toda a bacia hidrográfica, são analisadas as implicações (riscos)
resultantes da ocupação dessas áreas. Em contrapartida, são avaliadas as funções de urbanidade dos espaços das margens; a importância de sua inserção na fundamentação do marco legal.
Downloads
Referências
ALLAMAN, M. L’Odyssée des villes et de leur fleuve. Diagonal, Paris, n.163, p.22-5, nov.- dez. 2003.
ARAÚJO, S. M. V. G. As áreas de preservação permanente e a questão urbana. Brasília: Câmara dos Deputados: Consultoria Legislativa, 2002. 12p.
FRANCO, M. de A. R. Desenho ambiental – uma introdução à arquitetura da paisagem com o paradigma ecológico. São Paulo: Annablume, Fapesp, 1997.
HANNEBICQUE, F.; MICHAUD, F. L’experience de végétalisation sur L’île Saint-Germain menée para
Espaces. In: COLLOQUE L’AMENAGEMENT ECOLOGIQUE DES ESPACES URBAINS AU COEUR DE
L’ILE-DE-FRANCE, 1999, Issy-les-Moulineaux. Actes de la journée d’étude. Paris: Association Espaces,
p.18-25.
HOLANDA, F. et al. (Org.) Arquitetura & urbanidade. São Paulo: ProEditores, 2003. 466p.
LIMA, W. de P. Hidrologia florestal aplicada ao manejo de bacias hidrográficas. Piracicaba: Universidade de
São Carlos, Esalq, Departamento de Ciências Sociais, 1996. 318p. (Mimeogr.)
MONTGOMERY, C. W. Environmental Geology. 3.ed. Illinois: WCB – Wm. C. Brown Publishers, 1992. 558p.
PRANDINI, F. L.; NAKAZAWA, V. A. Parcelamento de solos urbanos: algumas lições em áreas com restrições
de uso. Palestra proferida no I Fórum Nacional sobre Geologia de Meio Urbano. Porto Alegre, 1993.
SWYNGEDOUW, E. A cidade como um híbrido: natureza, sociedade e “urbanização-cyborg”. In: ACSELRAD,
H. (Org.) A duração das cidades – sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.