As funções ambientais e as funções de urbanidade das margens de cursos d’água

Autores

  • Sandra Soares de Mello

Palavras-chave:

gestão ambiental urbana, margens de cursos d’água, Áreas de Preservação Permanente, funções ambientais, funções de urbanidade

Resumo

É possível traçar uma trajetória comum da relação entre as cidades e seus corpos d’água. É uma trajetória de atração e também de conflitos. Este artigo insere-se em uma pesquisa mais ampla cujo objetivo consiste em investigar, por meio de uma abordagem integrada, os aspectos ambientais e de urbanidade relativos aos espaços de margens de cursos d’água. A instituição das Áreas de Preservação Permanente (APP), pelo Código Florestal brasileiro, constitui-se em um instrumento para a proteção dos recursos hídricos. Entretanto, nas áreas urbanas, constata-se que esse instrumento tem sido sintomaticamente desrespeitado. Isso se deve a fatores diversos: por um lado, a falta de esclarecimento sobre o porquê ser importante proteger as margens de rios; por outro, a inadequação do dispositivo legal, que não estabelece tratamento diferenciado para as áreas urbanas. Na busca de desvendar esses fatores, são inicialmente apresentados os principais resultados obtidos da primeira vertente da pesquisa: os aspectos ambientais (biofísicos). Identificadas as principais funções ambientais das margens de cursos d’água, considerando-se suas especificidades no contexto de toda a bacia hidrográfica, são analisadas as implicações (riscos)
resultantes da ocupação dessas áreas. Em contrapartida, são avaliadas as funções de urbanidade dos espaços das margens; a importância de sua inserção na fundamentação do marco legal.

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Publicado

2005-12-10

Como Citar

Mello, S. S. de. (2005). As funções ambientais e as funções de urbanidade das margens de cursos d’água. Oculum Ensaios, (4), 48–61. Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/oculum/article/view/785

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa