A extinta pureza: a igreja da Pampulha e as capelas de Ouro Preto (Brasil) | The extinct purity: The church of Pampulha and the chapels of Ouro Preto (Brazil)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0919v16n2a4129

Palavras-chave:

Arquitetura moderna. Igreja da Pampulha. Oscar Niemeyer.

Resumo

A Igreja da Pampulha, feita em Belo Horizonte em 1943, por Oscar Niemeyer, e reconhecida como marco das vanguardas arquitetonicas brasileiras. Seu programa religioso colocava‑se como desafio para o arquiteto, pelo primado de simbolos e significados que remontavam ao passado colonial das catedrais e capelas valorizadas pelos intelectuais modernistas, como Drummond de Andrade, Lucio Costa, Mario de Andrade. Entre os anos 1920 e 1930, e intenso o debate intelectual acerca da heranca do barroco mineiro como portadora de uma forca de atualizacao do presente que sintetizaria modernidade e identidade nacional. As capelas e arquiteturas de autoria nao definida sao contrapostas as monumentais criacoes de artifices notaveis, como Aleijadinho. Niemeyer nao era alheio a este debate sobre como o passado colonial seria referenciado nas obras de vanguarda, preferindo na sua igreja construir correspondencias tipologicas com as capelas de Ouro Preto e arredores construidas no seculo XVIII, problematizando, na arquitetura, questoes da ordem do dia dos modernistas, no que tange a relacao com o passado no presente.

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Biografia do Autor

Alexandre Benoit, Associação Escola da Cidade

Associacao Escola da Cidade | Sequencia de Disciplinas Meios de Expressao | Sao Paulo, SP, Brasil.

Rafael Urano Frajndlich, Universidade Estadual de Campinas

Universidade Estadual de Campinas | Faculdade de Engenharia Civil | Departamento de Arquitetura e Construcao | R. Saturnino de Brito, 224, Cidade Universitaria, 13083‑889, Campinas, SP, Brasil.

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Publicado

2019-05-29

Como Citar

Benoit, A., & Frajndlich, R. U. (2019). A extinta pureza: a igreja da Pampulha e as capelas de Ouro Preto (Brasil) | The extinct purity: The church of Pampulha and the chapels of Ouro Preto (Brazil). Oculum Ensaios, 16(2), 291–310. https://doi.org/10.24220/2318-0919v16n2a4129

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa