Preservação em cidades turísticas e patrimônio moderno: o caso do Parador La Solana em Punta Ballena

Autores

  • Luís Henrique Haas Luccas Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0919v13n2a3107

Palavras-chave:

Intervenções em preexistências. Parador La Solana. Patrimônio moderno. Preservação patrimonial.

Resumo

O texto examina a intervenção acrítica realizada para reuso do Parador La Solana, em Punta Ballena, que desfigurou aquela obra fundadora da arquitetura moderna uruguaia. Projetada e construída por Antonio Bonet ao final da Segunda Guerra, a obra apresentou valor artístico reconhecido, como atesta sua inclusão no celebre livro “Latin American Architecture since 1945”, publicado por Henry‑Russel Hitchcock em 1955. O caso oportuniza a análise de algumas questões conexas, com destaque para as duas que estão na raiz do problema: a ainda difícil aceitação da arquitetura moderna como patrimônio e a preservação em cidades balnearias, onde os fatores econômicos prevalecem claramente sobre os culturais, solapando a identidade destes sítios. Outra questão relacionada e a recente ampliação cronológica e em abrangência do conceito de Patrimônio (e o consequente crescimento desmesurado de bens salvaguardados), com a inclusão de “bens culturais” que prescindem de requisitos históricos ou artísticos, além da própria arquitetura moderna. O trabalho defende, em última análise, que a inclusão de bens sem mérito histórico ou artístico parece confundir e afrouxar avaliações: primeiro prejudicando a seleção de exemplares, como o necessário valor artístico em arquiteturas modernas, salvo eventuais atributos históricos ou indenitários sólidos; e, a seguir, conduzindo a interpretação equivocada de que a flexibilidade de intervenção para o reuso — “reciclaje” — e uma alternativa abrangente e indiscriminada.

PALAVRASCHAVE: Intervenções em preexistências. Parador La Solana. Patrimônio moderno. Preservação patrimonial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luís Henrique Haas Luccas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Rio Grande do Sul | Faculdade de Arqui‑ tetura | Programa de Pesquisa e Pós‑Graduação em Arquitetura | R. Sarmento Leite, 320, Centro, 90050‑170, Porto Alegre, RS, Brasil

Referências

ÁLVAREZ, F. et al. Antoni Bonet Castellana (1913‑1989). Barcelona: Colegio de Arquitectos de

Catalunya, [1990‑].

ARGAN, G.C.; CONTARDI, B. Michelangelo as architect. London: Phaidon, 2012.

CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Unesp, 2001.

GONSALES, C.H.C. Reflexão sobre rearquiteturas e obras modernas ‑ ou, por que o pavilhão sim e

a stoa não? In: Seminário Docomomo Brasil, 7., 2007, Porto Alegre. Disponível em:

www.ufrgs.br/docomomo/seminario%207%20pdfs/015.pdf>. Acesso em: 8 jun. 2015.

HITCHCOCK, H.R. Latin American Architecture since 1945. New York: Museum of Modern Art, 1955.

MARGENAT, J.P. Tempos modernos: arquitectura uruguaya afín a las vanguardias, 1940‑1970. Mon‑

tevidéo: Mastergraff, 2013.

LUCCAS, L.H.H. Antonio Bonet e a arquitetura do cone sul: o exemplo de Punta Ballena. Vitruvius,

v.8, 2007. Disponível em: <http://vitruvius.es/revistas/read/arquitextos/08.087/219>. Acesso em:

jun. 2015.

RIEGL, Alois. O culto moderno dos monumentos: a sua essência e a sua origem. São Paulo: Perspec‑

tiva, 2014.

SEGRE, R. Punta del Este: ameaçado um ícone do modernismo uruguaio. Vitruvius, v.6, 2006. Dis‑

ponível em: . Acesso em: 30 jun. 2015.

Downloads

Publicado

2016-12-07

Como Citar

Luccas, L. H. H. (2016). Preservação em cidades turísticas e patrimônio moderno: o caso do Parador La Solana em Punta Ballena. Oculum Ensaios, 13(2), 313–330. https://doi.org/10.24220/2318-0919v13n2a3107

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa