Avaliação da resiliência de moradias em relação aos impactos decorrentes do envelhecimento
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0919v22e2025a11709Palavras-chave:
Envelhecendo no lugar, Avaliação de pós-ocupação, Moradia de interesse social, SustentabilidadeResumo
O aumento da população idosa pode ser observado em diversos países do mundo, incluindo o Brasil. O envelhecimento afeta o indivíduo como um todo e envolve alterações estruturais e funcionais naturais associadas a esse processo. Essas alterações geram impactos capazes de reduzir a independência do idoso. Para cada impacto, é possível realizar adaptações para reduzi-los. Essas adaptações serão possivelmente mais simples e econômicas em uma casa resiliente. As casas atuais são resilientes às demandas decorrentes do envelhecimento? Para responder tal pergunta, é necessário compreender o que é resiliência e em seguida mensurá-la. Objetiva-se neste artigo: (i) expor o nível de resiliência das casas em relação aos impactos decorrentes do envelhecimento; (ii) apresentar e discutir os resultados obtidos; e (iii) sugerir alterações na casa para aumentar sua resiliência. Para isso, foram desenvolvidos dois instrumentos de avaliação de pós-ocupação: um questionário de impacto e uma régua de resiliência. A pesquisa foi conduzida tendo como base o método Design Science Research. Paralelamente, utilizou-se o estudo de caso para testar os instrumentos de avaliação e obter dados específicos do Residencial Sucesso Brasil, parte de
um conjunto habitacional de interesse social situado em Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. A eliminação das áreas iluminantes foi a principal responsável por reduzir a resiliência das casas do residencial Sucesso Brasil em relação ao projeto original e as demandas do envelhecimento. É necessário e urgente aproximar arquitetos e engenheiros dos moradores do residencial para possibilitar a construção de casas mais resilientes ao envelhecimento.
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