Spanish Colonial Revival

a contribuição da arquitetura estadunidense na Belo Horizonte do início do século XX

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DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0919v22e2025a10350

Resumo

Este artigo investiga a apropriação e a aclimatação do Spanish Colonial Revival no Brasil, na primeira metade do século XX. Essa arquitetura, que faz parte do amplo arcabouço da cultura arquitetônica estadunidense, teria chegado em território brasileiro no período entre guerras e se consolidado durante a década de 1940. Belo Horizonte é analisada como estudo de caso por ter sido uma cidade planejada dentro do espírito de ordem e progresso, implementado pela agenda republicana de final do século XIX. A cidade nasce aberta ao acolhimento das ideias de modernidade, que circularam nas mentes de arquitetos e proprietários e que resultaram na apropriação de arquiteturas estrangeiras em território nacional. Este teria sido o ambiente favorável para o acolhimento do Spanish Colonial Revival, um tipo de arquitetura consolidado na Califórnia, durante a segunda década do século XX, através do resgate de uma tradição construtiva espanhola que, desde o século XVI, passaria a integrar o universo material dessa parte do Novo Mundo, conhecida, então, como Vice-reino da Nova Espanha. Essa arquitetura teria chegado ao Brasil dentro de um contexto marcado por significativas relações culturais com os Estados Unidos e se constituído, em solo brasileiro, a partir da mediação de um olhar filtrado pelo (re)arranjo geopolítico do Ocidente iniciado no século XIX e consolidado no século XX.

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Publicado

2025-08-26

Como Citar

Machado, D. P. (2025). Spanish Colonial Revival: a contribuição da arquitetura estadunidense na Belo Horizonte do início do século XX. Oculum Ensaios, 22. https://doi.org/10.24220/2318-0919v22e2025a10350

Edição

Seção

Originais