A IMPERIAL ESTAÇÃO AGRONÔMICA DE CAMPINAS – 1887/18971
Palavras-chave:
Campinas, ciência e agriculturaResumo
Nos anos oitenta do século XIX, foi criada uma instituição científica, na cidade de Campinas, com o objetivo de desenvolver um trabalho de apoio e desenvolvimento agrícolas. Trata-se da Imperial Estação Agronômica de Campinas, hoje, Instituto Agronômico de Campinas (IAC). A Estação Agronômica foi fundada oficialmente em 27 de junho de 1887 por iniciativa do governo Imperial e para dirigi-la foi contratado o cientista austríaco Franz Dafert.
Neste período as bases que sustentavam a produção agrícola por muitos anos já apresentavam sinais de esgotamento, em função a iminente abolição da escravidão e do processo de plantio que exauria o solo. Além destas questões, havia no país o fortalecimento de uma ideologia que valorizava a ciência.
O objetivo deste artigo é analisar o processo de criação desta Instituição e o seu funcionamento durante os dez primeiros anos de sua existência, procurando entender como as questões de natureza econômica, social e ideológica estiveram em interação com a construção do conhecimento, nesta instituição.
Como se trata de uma instituição científica, o centro deste trabalho é a produção do conhecimento sobre a natureza realizada por este instituto. No entanto, uma das teses defendidas neste texto é que a criação deste estabelecimento de pesquisa agrícola é parte de um processo de transformação que vinha de desenvolvendo no país.
Referências
Relatórios produzidos pela Instituição nos seguintes anos: 1888, 1890, 1892, 1893, 1894, 1895;
Revista do Instituto Geográfico e Geológico, Vol XVIII, N 1, 1966;
Periódico Gazeta de Campinas nos seguintes anos: 1870 e 1887;
Periódico Diário de Campinas nos seguintes anos: 1887, 1888 e 1889;
DEAN, W., A Ferro e Fogo: a história da devastação da mata atlântica brasileira, São Paulo, Cia das Letras, 1996;
DOMINGUES, H. M. B., Ciência: um caso de política. As relações entre as ciências naturais e agricultura no Brasil Império,
tese de doutorado, FFLCH-USP, 1995;
LOPES, M.M., O Brasil Descobre a Pesquisa Científica: os museus e as ciências naturais no século XIX, São Paulo, Hucitec,1997;
MASON, S., F., História da Ciência: as principais correntes do pensamento científico, Globo, 1962;
SCHWARTZMAN, S., Formação da Comunidade Científica no Brasil, São Paulo, Ed. Nacional, 1979.