GREVE DE OUTUBRO DE 1957 EM SÃO PAULO: IDENTIDADES DE CLASSE E DE NAÇÃO
Palavras-chave:
Nação, classe trabalhadora, modernizaçãoResumo
Adotando como referenciais teóricos os conceitos de “comunidade imaginada” de Benedict Anderson e de hegemonia, desenvolvido por Marilena Chauí a partir de Gramsci, o presente artigo trata das relações entre as idéias de classe e nação no meio operário durante a greve de outubro de 1957 em São Paulo (greve dos “400 mil”). A partir de pesquisa empírica, é analisado o cruzamento de discursos formadores da idéia de nação e de classe. É abordada, ainda, a relação entre estes processos e as crises de modernização da sociedade brasileira. O artigo busca compreender como as duas identidades vão se formando no próprio processo da vida e da luta social. Também levanta hipóteses sobre o significado do elemento popular na ideologia nacional, desde os pensadores da Escola do Recife, particularmente Sílvio Romero, até o nacionalismo/populismo, na condição de alicerce de uma nacionalidade vista como problemática e inconclusa.
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