Parentalidade no contexto da depressão materna no final do primeiro ano de vida do bebê

Autores

  • Cesar Augusto PICCININI Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade.
  • Giana Bitencourt FRIZZO Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade.
  • Ivani BRYS Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Programa de Pós-Graduação em Psicologia.
  • Rita de Cássia Sobreira LOPES Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade.

Palavras-chave:

Pais, Depressão materna, Poder familiar

Resumo

O presente estudo investigou a parentalidade no contexto de depressão materna, no final do primeiro ano de vida do bebê. Participaram do estudo 22 famílias de diferentes níveis socioeconômicos, distribuídas em dois grupos: um cujas mães (n=10) apresentavam indicadores de depressão, e outro cujas mães (n=12) não os apresentavam, segundo o Inventário Beck de Depressão. Todas eram primíparas e viviam com o pai do bebê, que tinha em torno de 12 meses de idade. Mães e pais responderam a uma entrevista que investigou diversos aspectos da parentalidade. Análise de conteúdo qualitativa das entrevistas indicou que, quando comparadas ao grupo sem depressão, tanto as mães deprimidas como seus maridos relataram maiores dificuldades quanto à divisão de tarefas, preocupações financeiras e divergências e conflitos nos cuidados do filho. Esses resultados corroboram outros estudos que destacaram que a presença de indicadores de depressão materna pode trazer dificuldades para a parentalidade.

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Publicado

2014-03-31

Como Citar

PICCININI, C. A., FRIZZO, G. B., BRYS, I., & LOPES, R. de C. S. (2014). Parentalidade no contexto da depressão materna no final do primeiro ano de vida do bebê. Estudos De Psicologia, 31(2). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/8417

Edição

Seção

PSICOLOGIA DA SAÚDE