A queixa escolar sob a ótica de diferentes atores
análise da dinâmica de sua produção
Palavras-chave:
Baixo rendimento escolar, Inclusão educacional, Psicologia educacional, Transtornos de aprendizagemResumo
Este estudo teve como objetivo pormenorizar e analisar a dinâmica de produção da queixa escolar entre, de um lado, professores e coordenadores pedagógicos e, de outro, profissionais de saúde que atuam em serviços de atenção à infância. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com nove participantes, sendo cinco profissionais de educação que atuam em uma escola pública municipal, e quatro profissionais de saúde que atendem casos de queixa escolar. Constatou-se, entre os educadores, a reiteração das tradicionais tendências de patologização dos impasses escolares e de terceirização de seu enfrentamento, enquanto que entre os profissionais de saúde predominou uma compreensão crítica e ampliada dos problemas educacionais e uma busca pelo estabelecimento de uma parceria com a escola no intuito de abordá-los e superá-los. Concluiu-se, a partir disso, que existe a necessidade de instrumentalizar os educadores para um efetivo acolhimento e um qualificado manejo pedagógico das diferenças na escola.
Downloads
Referências
Araújo, G. M. G. (2006). Implicações do perfil e das concepções dos pedagogos, que atuam em equipes multidisciplinares da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, no atendimento às queixas escolares (Dissertação de mestrado não-publicada). Universidade de Brasília.
Aquino, J. G. (1997). O mal-estar na escola contemporânea: erro e fracasso em questão. In J. G. Aquino (Org.), Erro e fracasso na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Sumus
Braga, S. G., & Morais, M. L. S. (2007). Queixa escolar: natuação do psicólogo e interfaces com a educação. Psicologia USP, 18(4), 35-51.
Brasil. Conselho Nacional de Saúde. (2012). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: Autor. Recuperado em outubro 24, 2015, de http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf
Cabral, E., & Sawaya, S. M. (2001). Concepções e atuação profissional diante das queixas escolares: os psicólogos nos serviços públicos de saúde. Estudos de Psicologia (Natal), 6(2), 143-155.
Conselho Federal de Psicologia. (2000). Resolução nº 016, de 20 de dezembro de 2000. Dispõe sobre a realização
de pesquisa em Psicologia com seres humanos. Porto Alegre: Autor. Recuperado em outubro 24, 2015, de http://www.crprs.org.br/upload/legislacao/legislacao68.pdf
Collares, C. A. L. (1994). O cotidiano patologizado: espaços de preconceitos e práticas cristalizadas (Tese de livre-docência não-publicada). Universidade Estadual de Campinas.
Cunha, E. O., Dazzani, M. V. M., Luttigards, P. M., & Lima, S. R. M. P. (in press). The production of school complaints in a public school: Meanings and practices. In G. Marsico & L. Tateo (Orgs.), The emergence of self in the educational contexts (pp.88-100). Switzerland: Springer. (Book Series: Cultural Psychology of Education).
Dazzani, M. V. M., Cunha, E. O., Luttigards, P. M., Zucoloto, P. C. S. V., & Santos, G. L. (2014). Queixa escolar: uma revisão crítica da produção científica nacional. Psicologia Escolar e Educacional, 3(18), 421-428.
Dias, R. (2008). O atendimento psicológico a crianças com problemas escolares: a queixa escolar nos prontuários de Psicologia (Dissertação de mestrado não-publicada). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Gill, R. (2002). Análise de discurso. In M. W. Bauer & G. Gaskell (Eds.), Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático (pp.244-270). Petrópolis: Vozes.
Lajonquière, L. (1999). Infância e ilusão (psico)pedagógica: escritos de psicanálise e educação. Petrópolis: Vozes.
Marçal, V. P. B. (2005). A queixa escolar nos ambulatórios de saúde mental da rede pública de Uberlândia: práticas e concepções dos psicólogos (Dissertação de mestrado não-publicada). Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais.
Moysés, M. A. A. (1998). A institucionalização invisível: crianças que não-aprendem-na-escola (Tese de Livre Docência não-publicada). Universidade Estadual de Campinas.
Neves, M. M. B. J., & Marinho-Araújo, C. M. (2006). A questão das dificuldades de aprendizagem e o atendimento psicológico às queixas escolares. Aletheia, 24, 161-170.
Patto, M. H. S. (1996). A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: Queiroz.
Rito, M. (2009). O aluno-problema e o governo da alma: uma abordagem foucaultiana (Dissertação de mestrado não-publicada). Universidade de São Paulo.
Rosa, A. P. (2011). Os bastidores da queixa escolar: da sala de aula ao consultório psicológico (Dissertação de mestrado não-publicada). Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais.
Scortegagna, P., & Levandowski, D. C. (2004). Análise dos encaminhamentos de crianças com queixa escolar da rede municipal de ensino de Caxias do Sul. Interações, 9(18), 127-152.
Souza, B. P. (Org.). (2007). Orientação à queixa escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Souza, M. P. R. (2005). Prontuários revelando os bastidores do atendimento psicológico à queixa escolar. Estilos da Clínica, 10(18), 82-107.
Trautwein, C., & Nébias, C. (2006). A queixa escolar por quem não se queixa: o aluno. Mental, 4(6), 123-148.
Tunes, E. (2011). É necessária a crítica radical à escola? In E. Tunes (Org.), Sem escola, sem documento. Rio de Janeiro: E-papers.
Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman.
Zhang, D., Wilson, V., Katsiyannis, A., Barret, D., Ju, S., & Wu, J. (2010). Truancy offenders in the juvenile justice system: A multicohort study. Behavioral Disorders, 3(35), 229-242.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Eliseu de Oliveira CUNHA, Maria Virgínia Machado DAZZANI, Gilberto Lima dos SANTOS, Patrícia Carla Silva do Vale ZUCOLOTO
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.