Representações Sociais sobre o abuso sexual infantojuvenil: um estudo com profi ssionais jurídicos
Palavras-chave:
Adolescente, Criança, Abuso sexual, Representação socialResumo
O estudo objetivou identificar a estrutura da representação dos profissionais jurídicos sobre o abuso sexual infantojuvenil, ancorada na Teoria do Núcleo Central das Representações Sociais. A amostra foi composta por 31 profissionais, os quais são responsáveis por concretizar políticas públicas com a vítima, a família e o agressor. Utilizou-se de um questionário sociodemográfico e da Técnica de Associação Livre de Palavras, cujos os dados foram analisados com auxílio dos softwares Statistical Package for the Social Sciences e Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires, respectivamente. Constatou-se que os profissionais têm como núcleo central de suas representações a violência, o trauma e a tristeza, patologizando a figura do abusador, ancorando suas representações em explicações criminológicas e psicológicas do fenômeno. Há uma visão fragmentada da questão, não tecendo explicações macrossociais que abarquem fatores culturais e sociais, nem propostas que envolvam a sociedade como um todo
Downloads
Referências
Abric, J. C. (1993). Central system, peripheral system: their functions and roles in the dynamics of social representations. Papers on Social Representations, 2(2), 75-78.
Abric, J. C. (1996). Specific processes of social representations. Papers on social representations, 5(1), 77-80.
Abric, J. C. (2001). O estudo experimental das representações sociais. In D. Jodelet (Org.), As Representações Sociais (pp.155-172). Rio de Janeiro: UERJ.
Arpini, D. M., Siqueira, A. C., & Savegnago, S. D. O. (2012). Trauma psíquico e abuso sexual: o olhar de meninas em situação de vulnerabilidade. Psicologia: Teoria e Prática, 14(2), 88-101. Recuperado em julho 6, 2018, de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/3263/3673
Ávila, J. A., Oliveira, A. M. N., & Silva, P. A. (2015). Abuso sexual contra crianças e adolescentes: estudo com enfermeiros da estratégia de saúde da família. VITTALLE: Revista de Ciências da Saúde, 24(2), 43-52. http://dx.doi.org/10.14295/vittalle.v24i2.5130
Baía, P. A. D., Veloso, M. M. X., Magalhães, C. M. C., & Dell’Aglio, D. D. (2013). Caracterização da revelação do abuso sexual de crianças e adolescentes: negação, retratação e fatores associados. Temas em Psicologia, 21(1), 193-202. http://dx.doi.org/10.9788/TP2013.1-14
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em Psicologia, 21(2), 513-518. http://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-16
Catarino, E. M., & Almeida, M. P. (2018). A importância do professor da educação infantil no combate a violência sexual infantil. Anais do Colóquio Estadual de Pesquisa Multidisciplinar. Goiás. Recuperado em julho 6, 2018, de http://publicacoes.unifimes.edu.br/index.php/coloquio/article/view/344
Chaves, A. M., & Silva, P. L. (2013). Representações sociais. In L. Camino, A. R. R. Torres, M. E. O. Lima, & M. E. Pereira (Orgs.), Psicologia social: temas e teorias (pp.411-464). Brasília: Technopolitik.
Eloy, C. B. (2012). Psicologia e direito: um diálogo possível nos casos de abuso sexual na infância (Tese de doutorado não-publicada). Universidade Estadual Paulista, Assis. Recuperado em dezembro 27, 2018, de https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/105595/eloy_cb_dr_assis.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Esber, K. M. (2010). Autores de violência sexual contra crianças e adolescentes. Goiânia: Cânone Editora.
Espindola, G. A., & Batista, V. (2013). Abuso sexual infanto-juvenil: a atuação do programa sentinela na cidade de Blumenau/SC. Psicologia: Ciência e Profissão, 33(3), 596-611. Recuperado em julho 6, 2018, de http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=282028779007
Fazenda, I. (2016). Representações sociais do abuso sexual de crianças numa amostra de médicos e enfermeiros dos cuidados de saúde primários. In M. J. Quartilho, H. Almeida, I. Fazenda, I. Gil, L. Fernandes, M. F. Sousa, ... R. Alcaire, Cadernos de psiquiatria social e cultural (pp.95-111). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0968-3_5
Florentino, B. R. B. (2015). As possíveis consequências do abuso sexual praticado contra crianças e adolescentes. Fractal: Revista de Psicologia, 27(2), 139-144. http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/805
Freitas, S. B., & Soares, A. C. N. (2013). Autores de violência sexual contra crianças e adolescentes, gênero e representações sociais: uma reflexão necessária. Seminário Internacional Fazendo Gênero, Florianópolis. Recuperado em dezembro. 27, 2018, de http://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1372868332_ARQUIVO_artigo_ fazendo_genero_Solange.pdf
Gava, L. L., Silva, D. G., & Dell’Aglio, D. D. (2013). Sintomas e quadros psicopatológicos identificados nas perícias em situações de abuso sexual infanto-juvenil. Psico, 44(2). Recuperado em julho 6, 2018, de https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5631473
Habigzang, L. F., Koller, S. H., Azevedo, G. A., & Machado P. X. (2005). Abuso sexual infantil e dinâmica familiar: aspectos observados em processos jurídicos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 21(3), 341-348. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722005000300011
Justino, L. C. L., Nunes, C. B., Gerk, M. A. D. S., Fonseca, S. S. O., Ribeiro, A. A., & Paranhos Filho, A. C. (2015). Sexual violence against adolescents in Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil. Revista Gaúcha de Enfermagem, 36(Special issue), 239-246. http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2015.esp.56820
Leyens, J. (1985). Teoria da personalidade na dinâmica social. Lisboa: Biblioteca Verbo.
Lima, J. A. (2012). A repetição do abuso sexual intrafamiliar infanto-juvenil entre gerações (Tese de doutorado não-publicada). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. Recuperado em dezembro 28, 2018, de http://tede.biblioteca.ufpb.br:8080/handle/tede/6901
Lima, J. W. D., Alberto, M. D. F. P., Santos, V. M. D., Brito, K. L., & Silva, S. L. G. (2014). Violência sexual infantojuvenil: o que dizem os documentos do juizado? Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 5(1), 2-24. http://dx.doi.org/10.5433/2236-6407.2014v5n1p2
Machado, L. B., & Aniceto, R. D. A. (2010). Núcleo central e periferia das representações sociais de ciclos de aprendizagem entre professores. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 18(67), 345-363. Recuperado em julho 6, 2018, de http://www.redalyc.org/html/3995/399537970009/
Mafra, V. C. A. S., & Santos, M. D. F. S. (2013). Do novo ao tradicional: a representação da psicologia no judiciário. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 13(2). Recuperado em julho 6, 2018, de http://www.redalyc.org/html/4518/451844511009/
Marchand, P., & Ratinaud, P. (2012). L’analyse de similitude appliquée aux corpus textuels: les primaires socialistes pour l’élection présidentielle française (septembre-octobre 2011). Actes des 11eme Journées internationales d’Analyse statistique des Données Textuelles-JADT, Bruxeles, pp.687-699. Récupéré dans Décember 28, 2018, fromhttp://lexicometrica.univ-paris3.fr/jadt/jadt2012/Communications/Marchand,%20Pascal% 20et%20al.%20-%20L’analyse%20de%20similitude%20appliquee%20aux%20corpus% 20textuels.pdf
Maria, S. G. D. S. (2012). Abusos sexuais de crianças: mudanças resultantes de uma intervenção preventiva (Tese de doutorado não-publicada). Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, Lisboa. Recuperado em julho 6, 2018, de http://hdl.handle.net/10400.12/1768
Moscovici, S. (1978). A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar.
Moscovici, S. (2005). Memória, imaginário e representações sociais. Rio de Janeiro: Museu da República Editora.
Oliveira, C. A. (2013). Abuso sexual no contexto da sociedade atual e suas representações. Diálogos Multidisciplinares, 1(3). Recuperado em julho 6, 2018, de http://revista.faculdadeguarapuava.edu.br/index.php/Revistafg2/article/view/82
Pelisoli, C. L., & Dell’Aglio, D. D. (2015). Práticas de profissionais de Psicologia em situações de abuso sexual. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 67(1), 51-67. Recuperado em julho 6, 2018, de http://seer.psicologia.ufrj.br/index.php/abp/article/view/885
Pereira, A. B. M., Conceição, M. I. G., & Borges, L. F. F. (2018). Reflexões sobre formação de professores para o enfrentamento da violência intrafamiliar contra crianças. Tecnia, 2(2), 63-83. Recuperado em julho 6, 2018, de http://revistas.ifg.edu.br/tecnia/article/view/145
Pietro, T., Yunes, A., Mattar, M. A. (2008). Considerações jurídicas e psicossociais sobre o abuso sexual contra crianças e adolescentes. Âmbito Jurídico, (58). Recuperado em maio 14, 2015, de http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=artigos_leitura _pdf&artigo_id=4021
Pincolini, A. M. F., & Hutz, C. S. (2014). Abusadores sexuais adultos e adolescentes no sul do Brasil: pesquisa em denúncias e sentenças judiciais. Temas em Psicologia, 22(2). Recuperado em dezembro 13, 2015, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2014000200004&lng=pt&nrm=iso>
Presidência da República (Brasil). (1990). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Recuperado em dezembro 28, 2018, de http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L8069Compilado.htm
Presidência da República (Brasil). (2017). Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017. Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Recuperado em dezembro 28, 2018, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm
Rates, S. M. M., Melo, E. M., Mascarenhas, M. D. M., & Malta, D. C. (2015). Violência infantil: uma análise das notificações compulsórias, Brasil 2011. Ciência e Saúde Coletiva, 20(3), 655-665. http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014
Said, A. P., Junqueira, E. L., & Costa, L. F. (2016). A passagem ao ato no abuso sexual intrafamiliar fraterno de menino. Revista Brasileira Adolescência e Conflitualidade, (14), 5-12. http://dx.doi.org/10.17921/2176-5626.n14p5-12
Santos, J. S., & Yakuwa, M. S. (2015). A estratégia saúde da família frente à violência contra crianças: revisão integrativa. Revista da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras, 15(1), 38-43. Recuperado em julho 6, 2018, de http://sobep.org.br/revista/images/stories/pdf-revista/vol15-n1/vol_15_n_2-artigo-de-revisao-2.pdf
Santos, R. D. C. F. D. (2011). Violência sexual e a formação de educadores: uma proposta de intervenção (Dissertação de mestrado não-publicada). Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. Recuperado em julho 7, 2018, de https://repositorio.unesp.br/handle/11449/92264
Silva, S. É. D., Camargo, B. V., & Padilha, M. I. (2011). A teoria das representações sociais nas pesquisas da enfermagem brasileira. Revista Brasileira de Enfermagem, 64(5), 947-951. Recuperado em julho 6, 2018, de http://www.redalyc.org/html/2670/267022214021/
Soares, E. M. R., Silva, N. L. L., Matos, M. A. S., Araújo, E. T. H., Silva, L. D. S. R., & Lago, E. C. (2016). Perfil da violência sexual contra crianças e adolescentes. Revista Interdisciplinar, 9(1), 87-96. Recuperado em julho 7, 2018, de https://revistainterdisciplinar.uninovafapi. edu.br/index.php/revinter/article/view/754
Souza, A. C., Figueiredo, T. A. M., & Del Priore, M. (2015). Representações sociais sobre a mulher: um estudo com escolares. Revista ECOS, 10(1). Recuperado em julho 6, 2018, de https://atendimento.unemat.br/index.php/ecos/article/view/758
Waiselfisz, J. J. (2012). Mapa da violência 2012: crianças e adolescentes do Brasil. Rio de Janeiro: Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. Recuperado em agosto 1, 2019 de https://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/MapaViolencia2012_Criancas_e_Adolescentes.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Camila de Alencar PEREIRA, Silvana Carneiro MACIEL, Dayse Barbosa SILVA, Luã Medeiros Fernandes de MELO
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
