Cuidado institucional a crianças e adolescentes usuários de drogas
Palavras-chave:
Serviços de saúde mental, Vulnerabilidade social, Centros de tratamento de abuso de substâncias, Transtornos relacionados ao uso de substânciasResumo
A literatura aponta para a existência de fragilidades na rede de atenção psicossocial, sobretudo, no tratamento de crianças e de adolescentes usuários de drogas. Este estudo teve como objetivo compreender, a partir do referencial teórico winnicottiano, como uma Unidade de Acolhimento infantojuvenil vem oferecendo cuidado a crianças e a adolescentes com necessidades decorrentes do uso de drogas e em situação de vulnerabilidade social. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito profissionais e 65 horas de observação participante. A partir da análise temática foram construídos três temas: (1)Ambiente: sobre atenção às necessidades básicas e construção de rotina; (2) Olhar: sobre empatia e ampliação de perspectivas; (3) Agressividade: sobre novas formas de se relacionar. São discutidas ações que visam à construção do cuidado para essa população específica já que essa é uma temática atual com políticas públicas recentes e fragilmente estruturadas.
Downloads
Referências
Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2017). Estilo clínico ser e fazer: resposta crítico-propositiva a despersonalização e sofrimento social. Boletim Academia Paulista de Psicologia, 37(92), 41-62. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2017000100005&lng=pt&tlng=pt
Andrade, M. L., Mishima-Gomes, F. K. T., & Barbieri, V. (2018). Children’s grief and creativity: the experience of losing a sibling. Psico-USF, 23(1), 25-36. https://dx.doi.org/10.1590/1413-82712018230103
Arenari, B., & Dutra, R. (2016). A construção social da condição de pessoa: premissas para romper o círculo vicioso de exclusão e uso problemático do crack. In J. Souza (Org.), Crack e exclusão social. Brasília: Ministério da Justiça e Cidadania, Secretaria Nacional de Política sobre Drogas.
Basaglia, A. E., & Souza, M. A. (2015). Dificuldades de maternagem em um grupo de mães de crianças agressivas. Psicologia: Teoria e Prática, 17(1), 15-25. http://dx.doi.org/10.15348/1980-6906/psicologia.v17n1p15-25
Bastos, F. I. P. M., Vasconcellos, M. T. L. D., Boni, R. B., Reis, N. B. D., & Coutinho, C. F. D. S. (2017). III Levantamento nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira. Rio de Janeiro: Fiocruz. Recuperado de https://www.arca. fiocruz.br/handle/icict/34614
Chinalia, M., Assis, N., Visintin, C., & Aiello-Vaisberg, T. (2018). Furtos de bagatelas e sofrimento social: uma interlocução com o pensamento Winnicottiano. Psicologia Revista, 27(1), 35-56. https://doi.org/10.23925/2594- 3871.2018v27i1p35-56
Clarke, V., & Braun, V. (2017). Thematic analysis. The Journal of Positive Psychology, 12(3), 297-298. https://doi.org/10 .1080/17439760.2016.1262613
Conceição, D. S., Andreoli, S. B., Esperidião, M. A., & Santos, D. N. (2018). Atendimentos de crianças e adolescentes com transtornos por uso de substâncias psicoativas nos Centros de Atenção Psicossocial no Brasil, 2008-2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 27(2). https://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742018000200002
Costa, C. F., Santos, T. F., Santos, V. S., & Lima, L. A. G. (2018). Entre a instituição e o lar: uma odisseia com educadores. Revista Pesquisas e Práticas Psicossociais, 13(1), 1-15. Recuperado de http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/revista_ppp/ article/view/2838
Dunne, T., Bishop, L., Avery, S., & Darcy, S. (2017). A review of effective youth engagement strategies for mental health and substance use interventions. Journal of Adolescent Health, 60(5), 487-512. https://doi.org/10.1016/j. jadohealth.2016.11.019
Jimenez, L., Adorno, R., & Marques, V. R. (2018). Drogas pra que te quero? Drogadição e adolescência na voz dos socioeducadores. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 34, e34412. https://dx.doi.org/10.1590/0102.3772e34412
Junior, A. A. P., & Silva, S. M. (2018). O Adolescente em conflito com a lei e a tendência antissocial: compreensão e intervenção à luz da psicanálise Winnicottiana. Revista Brasileira Adolescência e Conflitualidade, 1(17), 82-89. http:// dx.doi.org/10.17921/2176-5626.n17p82-89
Mastelari, T. B., Pattarelli, S., C., & Branco, P. M. C. (2018). Contribuições Winnicottianas para uma clínica psicanalítica diferenciada. Revista Terra e Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, 30(59), 129-131. Recuperado de http://periodicos. unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/155
Ministério da Saúde (Brasil). (2010). Ambiência. Brasília: Autor. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ ambiencia_2ed.pdf
Ministério da Saúde (Brasil). (2011). Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília: Autor. Recuperado de http:// bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html
Ministério da Saúde (Brasil). (2012). Portaria nº 121, de 25 de janeiro de 2012. Institui a Unidade de Acolhimento para pessoas com necessidades decorrentes do uso de Crack, Álcool e Outras Drogas (Unidade de Acolhimento), no componente de atenção residencial de caráter transitório da Rede de Atenção Psicossocial. Diário Oficial da União. Brasília: Autor. Recuperado de http://www.saude.gov.br/images/pdf/2015/marco/10/PORTARIA-121-25-- JANEIRO-2012.pdf
Ministério da Saúde (Brasil). (2015). Guia estratégico para o cuidado de pessoas com necessidades relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas. Brasília: Autor. Recuperado de https://repositorio.observatoriodocuidado.org/ handle/handle/1275
Mishima-Gomes, F. K. T. (2011). Obesidade feminina: considerações a partir do psicodiagnóstico interventivo (Tese de doutorado não-publicada). Universidade de São Paulo. http://dx.doi.org/10.11606/T.59.2011.tde-11082011-163936
Mishima-Gomes, F. K. T., Dezan, S. Z., & Barbieri, V. (2014). “Não pode!”: a função paterna e a obesidade infantil. Psico, 45(2), 176-186. http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2014.2.13307
Novaes, J. D. V., Vilhena, J., Moreira, A. C. G., & Zamora, M. H. (2009). As crianças que ninguém quer: a clínica psicanalítica em uma instituição de portas abertas. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 61(1), 16-29. Recuperado de http://pepsic. bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672009000100003&lng=pt&tlng=pt
Onocko-Campos, R. (2018). Comportamento antissocial nos jovens com sequela da privação: contribuições da clínica Winnicottiana para as políticas públicas. Interface, 22(67), 1091-1098. https://dx.doi.org/10.1590/1807-57622017.0315
Pedroso, J. S., Lobato, C. P., & Magalhães, C. M. C. (2016). Brincar e realidade: verbalizações de crianças em situação de acolhimento institucional. Psicologia em Estudo, 21(4), 711-721. Recuperado https://www.redalyc.org/ pdf/2871/287149565016.pdf
Russell, C., Neufeld, M., Sabioni, P., Varatharajan, T., Ali, F., Miles, S., … Rehm, J. (2019). Assessing service and treatment needs and barriers of youth who use illicit and non-medical prescription drugs in Northern Ontario, Canada. Plos One, 14(12), e0225548. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0225548
Winnicott, D. W. (1975). O papel de espelho da mãe e da família no desenvolvimento infantil. In D. Winnicott (Org.), O brincar e a realidade (pp.153-162). Rio de Janeiro: Imago (Originalmente publicado em 1967).
Winnicott, D. W. (1983). Da dependência a independência no desenvolvimento do indivíduo. In D. W. Winnicott (Org.), O ambiente e os processos de maturação (pp.79-87). Porto Alegre: Artes Médicas (Originalmente publicado em 1963).
Winnicott, D. W. (1994). A importância do setting no encontro com a regressão na psicanálise. In C. Winnicott, R. Sheperd, & M. Davis (Orgs.), Explorações psicanalíticas: D. W. Winnicott (pp.77-81). Porto Alegre: Artmed (Originalmente publicado em 1964).
Zimerman, D. E. (2009). Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica, clínica uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Julia Corrêa GOMES, Fernanda Kimie Tavares MISHIMA-GOMES, Clarissa Mendonça CORRADI-WEBSTER
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.