Medidas do comportamento organizacional: por que não usamos big data e analytics?

Autores

  • Rafael de Melo BALANIUK Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. https://orcid.org/0000-0002-6650-4792
  • Jairo Eduardo BORGES-ANDRADE Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. https://orcid.org/0000-0002-2373-9057

Palavras-chave:

Técnicas de observação do comportamento, Análise multivariada, Técnicas, medidas, equipamentos de medição

Resumo

A análise de custo-benefício entre generalidade, precisão e realismo guia escolhas metodológicas em comportamento organizacional. Estas foram sistematicamente revistas em artigos e livros (1996-2017) brasileiros com o objetivo de responder à pergunta: por que não há estudos em comportamento organizacional no Brasil que usem big data ou analytics? Dentre 1.062 artigos com relatos de pesquisa sobre comportamento organizacional publicados em 19 periódicos de Psicologia e Administração, 68% empregaram escalas e apenas 10% a observação. A observação foi muito frequentemente adotada de forma não estruturada e servindo de suporte a outros métodos. O foco foi no “falar” e não no “fazer”. Big data e analytics têm o potencial para atingir ao mesmo tempo a generalidade, a precisão e o realismo e podem abrir o caminho para novas conclusões, sendo talvez capaz de transformar a investigação em comportamento organizacional.

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Publicado

2023-02-07

Como Citar

BALANIUK, R. de M., & BORGES-ANDRADE, J. E. (2023). Medidas do comportamento organizacional: por que não usamos big data e analytics?. Estudos De Psicologia, 38. Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/7312

Edição

Seção

PSICOLOGIA SOCIAL E ORGANIZACIONAL