Abrigar/desabrigar: conhecendo o papel das famílias nesse processo
Palavras-chave:
Abrigos, Adolescentes, Desinstitucionalização, Estrutura familiar, FamíliaResumo
A pesquisa objetivou conhecer o papel desempenhado pelas famílias de adolescentes ex-abrigados em uma instituição do município de Uberaba (MG), durante o processo de institucionalização/desinstitucionalização que viveram. Participaram do estudo cinco famílias que haviam recuperado a guarda dos filhos. Os materiais utilizados para coleta dos dados foram entrevistas semi-estruturadas com o pai ou a mãe dos adolescentes, com os próprios adolescentes e com a diretora do abrigo; fichas de identificação socioeconômica; verificação de livros de registros do abrigo e das pastas arquivadas com informações dos adolescentes; e diários de campo da pesquisa. Os resultados apontaram que as causas que levam ao abrigo são multifatoriais, associadas à pobreza, carência de rede de apoio sócio-psicológica para a família, ausência da figura paterna e desestruturação familiar. O período de institucionalização apresentou-se como doloroso para filhos e genitores. O trabalho das instituições envolvidas, o desejo dos adolescentes de sair do abrigo e a reestruturação financeira das famílias foram fatores que auxiliaram no desligamento dos abrigados. Contudo, o estudo evidencia a necessidade de um acompanhamento multiprofissional pós-desligamento.
Downloads
Referências
Altoé, S. (1993). De menor a presidiário: a trajetória inevitável. Rio de Janeiro: Universitária Santa Úrsula.
Alves, E. S. (2000). Abrigamento de crianças e realidade familiar. A desmistificação do abandono Dissertação de mestrado não-publicada, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Antoni, C. & Koller, S. H. (2000). Vulnerabilidade e resiliência familiar: um estudo com adolescentes que sofreram maus tratos intrafamiliares. Psico, 31 (1), 39-66.
Arantes, E. M. M. (1995). Rostos de crianças no Brasil. In F. Pilotti & I. Rizzini (Orgs.), A arte de governar crianças (pp.172-220). Rio de Janeiro: Universitária Santa Úrsula.
Azevedo, M. A., & Guerra, V. N. A. (2000). Vitimação e vitimização: questões conceituais. In M. A. Azevedo (Org.), Crianças vitimizadas: a síndrome do pequeno poder (2a.ed.). São Paulo: IGLU.
Bowlby, J. (1981). Cuidados maternos e saúde mental São Paulo: Martins Fontes.
Bronfenbrenner, U. (1996). A ecologia do desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artes Médicas.
Carvalho, M. C. B. (2000) (Org.). A família contemporânea em debate (3a.ed.) São Paulo: Cortez.
Dimenstein, G. (2004). Lula tem o corpo do Brasil. Folha de São Paulo, Caderno C, São Paulo.
Ferreira, L. A. M. (2004). O promotor de justiça frente à institucionalização de criança e adolescente em entidade abrigo e a destituição do poder familiar Recuperado em dezembro 22, 2005, disponível em http://www.pjpp.sp.gov.br
Fundo das Nações Unidas para a Infância. (2006). Relatório da situação mundial da infância 2007 Recuperado em março 11, 2007, disponível em http://www.unicef.org.br/
Goffman, E. (1987). Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva.
Guirado, M. (1986). Instituição e relações afetivas: o vínculo com o abandono. São Paulo: Summus.
Huang, L., Stroul, B., Friedman, R., Mrazek, P., Friesen, B., & Pires, S. (2005). Transforming mental health care for children and families. American Psychologist, 60 (6), 615-627.
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (2003). Levantamento nacional de abrigos para crianças e adolescentes da Rede de Serviço de Ação Continuada Brasília: Autor.
Lei Orgânica de Assistência Social. (1993). Lei nº 8.745, de 7 de dezembro de 1993.
Marcílio, M. L. (1998). A história social da criança abandonada. São Paulo: Hucitec.
Neder, G. (2000). Ajustando o foco das lentes: um novo olhar sobre a organização das famílias no Brasil. In S. Kaloustian (Org.), Família brasileira a base de tudo (4a.ed., pp.26-46). São Paulo: Cortez.
Oliveira, M., & Flores, R. (1999). Violência contra crianças e adolescentes na Grande Porto Alegre. In Associação do Menor Carente (Org.), Violência doméstica (pp.104-117). Brasília: Unicef.
Pichon-Riviére, E. (2000). O processo grupal (6a.ed.). São Paulo: Martins Fontes.
Rizzini, I. (1997). O século perdido. Rio de Janeiro: Universitária Santa Úrsula.
Sawaia, B. (2002) (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social (4a.ed). Petrópolis: Vozes.
Silva, E. R. A. (2004) (Coord.). O Direito à convivência familiar e comunitária: os abrigos para crianças e adolescentes no Brasil Brasília: IPEA.
Tavares, J. (2001). Resiliência e educação (2a.ed.). São Paulo: Cortez.
Tolan, P. H., & Dodge, K. A. (2005). Children's mental health as a primary care and concern: a system for comprehensive support and service. American Psychologist, 60 (6), 601-614.
Vectore, C. (2005). Estratégias mediacionais. In A. M. Martinez (Org.), Psicologia escolar: compromisso social (pp.155-175). Campinas: Alínea.
Weber, L. N., & Kossobdudzki, L. H. (1996). Filhos da solidão. Curitiba: Governo do Estado do Paraná.
Winnicott, D. W. (1999). Tudo começa em casa (3a. ed.). São Paulo: Martins Fontes.
Yunes, M. A. M. (2003). Psicologia positiva e resiliência: o foco no indivíduo e na família. Psicologia em Estudo, 8 (Número especial), 75-84.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ana Mafalda Guedes Cabral Courinha Vassalo AZÔR, Celia VECTORE
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.