Criança e luto: vivências fantasmáticas diante da morte do genitor

Autores

  • Maria Helena Pereira FRANCO Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Luciana MAZORRA Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Palavras-chave:

criança, fantasia, luto, morte

Resumo

Este estudo clínico qualitativo objetivou investigar fantasias da criança enlutada pela morte de um ou ambos os pais e sua relação com o processo de elaboração do luto. Foram realizados estudos de caso com meninos e meninas, de três a oito anos de idade, enlutados em decorrência da morte de um ou ambos os genitores, indicados para atendimento psicoterápico em uma clínica-escola. Como instrumentos de investigação, foram utilizadas entrevistas com o genitor sobrevivente ou responsável pela criança, uma entrevista familiar, três entrevistas lúdicas e a aplicação do procedimento de desenhos-estórias com a criança. Apreenderam-se fantasias de aniquilamento, culpa, castração, onipotência, rejeição, identificação, retaliação, idealização e desidealização do objeto perdido; agressividade; negação da perda; regressão; reparação; repetição da situação da perda. Foram apontados sentimentos, comportamentos e sintomas por meio dos quais as fantasias foram expressas. A construção das fantasias mostrou-se relacionada ao desenvolvimento psicossexual e cognitivo e ao modo de funcionamento egóico da criança, condições circundantes ao evento da morte e dinâmica familiar. Entre esses fatores, apontaram-se os facilitadores e os dificultadores da elaboração do luto. Percebeu-se que as fantasias refletem o processo do luto e seu conhecimento possibilita a compreensão de seus sentimentos, comportamentos e sintomas e que estão associadas a processos elaborativos do luto.

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Publicado

2007-12-31

Como Citar

FRANCO, M. H. P. ., & MAZORRA, L. . (2007). Criança e luto: vivências fantasmáticas diante da morte do genitor. Estudos De Psicologia, 24(4). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/6939