Historiografia e empatia

ações da Psicologia Escolar Crítica sobre as práticas de automutilação

Autores

Palavras-chave:

Autolesão não suicida, Narrativas, Psicologia Escolar

Resumo

Objetivo
Pesquisa-intervenção no campo da Psicologia Escolar Crítica baseada em pressupostos da historiografia. O objetivo foi investigar os significados atuais acerca da autolesão não suicida em ambientes educacionais.
Método
Nas oficinas, estudantes de psicologia foram preparados para se colocar no lugar de uma pessoa com histórico de automutilação não suicida. Posteriormente estes alunos escreveram narrativas sobre o passado dessa pessoa, sobre suas experiências atuais e expectativas futuras.
Resultados
Aspectos apontados na literatura sobre a história da autolesão não suicida também se configuraram nos significados atuais sobre a automutilação descritos nas narrativas dos estudantes de Psicologia. Estudantes de psicologia modificaram seus significados sobre autolesão não suicida para assumirem empatia com pessoas com essa experiência.
Conclusão
Na medida em que a abordagem historiográfica visa explicar situações atuais ancoradas em acontecimentos passados, ela favorece ao planejamento de ações para ambientes educacionais comprometidos com aspectos éticos e políticos. O enfoque na empatia associado com uma perspectiva historiográfica sobre os processos educativos pode ser um caminho para se desenhar ações no campo da Psicologia Escolar Crítica, tendo em vista o seu compromisso com a humanização da sociedade contemporânea.

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Publicado

2025-03-14

Como Citar

da Silva, N. M. V., da Silva Almeida, R., & Simões Bezerra, H. J. (2025). Historiografia e empatia: ações da Psicologia Escolar Crítica sobre as práticas de automutilação. Estudos De Psicologia (Campinas), 41. Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/15149

Edição

Seção

PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL