Estressores e Coping materno no contexto da Síndrome Congênita do vírus Zika

Autores

Palavras-chave:

Estratégias de enfrentamento, Maternidade, Síndrome congênita de Zika

Resumo

Objetivo
A síndrome congênita do vírus Zika é caracterizada por uma série de alterações neurológicas com consequências para o desenvolvimento da criança. Diante do elevado número de crianças afetadas pela síndrome, nascidas com microcefalia e outros distúrbios neurológico, este estudo qualitativo buscou compreender e analisar as estratégias de coping utilizadas por 10 mães de crianças afetadas nessa situação.
Método
Foi utilizada uma entrevista semiestruturada, que identificou quatro principais estressores maternos: o diagnóstico; a rotina e os cuidados com a criança; o tratamento e desenvolvimento da criança e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
Resultado
As estratégias de enfrentamento mais utilizadas para lidar com esses estressores foram: busca de informações, resolução de problemas e delegação.
Conclusão
Discutem-se as implicações desses resultados para o cuidado das mães na perspectiva de ampliar o enfrentamento adaptativo aos estressores e garantir o suporte necessário às famílias no longo e difícil processo de cuidar de uma criança com a Síndrome Congênita do Vírus Zika.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. Edições 70.

Barros, S. M. M., Monteiro, P. A. L., Neves, M. B., & Maciel, G. T. S. (2017). Fortalecendo a rede de apoio de mães no contexto da síndrome congênita do vírus Zika: relatos de uma intervenção psicossocial e sistêmica. Revista Nova Perspectiva Sistêmica, 26(58), 38-59.

Barros, S. M. M., Pequeno, V. C., & Moré, C. L. O. O. (2020). Síndrome congênita do Vírus Zika: rede social pessoal configurada no contexto da maternidade. In M. S. M. Rosa & I. Kublikowski (Org.), Família e comunidade: pesquisa e intervenções em temas emergentes (1st ed., pp. 237-256). CRV/EDUC.

Carvalho-Filha, F. S. S., Silva, H. M. C., Castro, R. P., Moraes-Filho, I. M., & Nascimento, F. L. S. C. (2018). Coping e estresse familiar e enfrentamento na perspectiva do transtorno do espectro do autismo. Revista de Divulgação Científica Sena Aires, 7(1), 23-30.

Castro, M. C., Han, Q. C., Carvalho, L. R., Victora, C. G., & França, G. V. A. (2018). Implications of Zika virus and congenital Zika syndrome for the number of live births in Brazil. PNAS, 115(24), 6177-6182. https://doi.org/10.1073/pnas.1718476115

Coletto, S., & Câmara, M. (2009). Estratégias de coping e percepção da doença em pais de crianças com doença crônica: o contexto do cuidador. Revista Diversitas, Perspectivas en Psicología, 5(1), 97-110.

Cunha, A. C. B., Sales, E. C., Silva, P. P., & Albuquerque, K. A. (2021). Sobrecarga emocional ante a malformação congênita e o enfrentamento de cuidadoras. Revista Psicologia e Saúde, 13(1), 141-155. https://doi.org/10.20435/pssa.v13i1.686

Didericksen, K. W., Muse, A., & Aamar, R. (2018). Rethinking parental coping with child health: a proposed theoretical model. Marriage and Family Review, 55(5), 423-446. https://doi.org/10.1080/01494929.2018.1501631

Félix, V. P. S. R., & Farias, A. M. (2018). Microcefalia e dinâmica familiar: a percepção do pai frente à deficiência do filho. Cadernos de Saúde Pública, 34(12), e00220316. https://doi.org/10.1590/0102-311x00220316

Foch, G. F. L., Silva, A. M. B., & Enumo, S. R. F. (2017). Coping religioso/espiritual: uma revisão sistemática de literatura (2003-2013). Arquivos Brasileiros de Psicologia; 69(2), 53-57.

Focosi, D., Maggi, F., & Pistello, M. (2016). Zika Virus: Implications for Public Health. Clinical Infectious Diseases, 63(92), 227-233. https://doi.org/10.1093/cid/ciw210

Fundo das Nações Unidas. (2018). Redes de inclusão: garantindo direitos das famílias e das crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus e outras deficiências. https://www.unicef.org/brazil/media/1116/file/Redes_de_Inclusao.pdf

Gańczak, M., & Brodowska, A. (2016). Zika virus intrauterine infections from the obstetrician’s perspective. Ginekologia Polska, 87(7), 538-539. https://doi.org/10.5603/GP.2016.0040

Gomes, A., & Piccinini, C. (2010). Malformação do bebê e maternidade: aspectos teóricos e clínicos. Revista Psicologia Clínica, 22(1), 15-38. https://doi.org/10.1590/S0103-56652010000100002

Guest, G., Bunce, A., & Johnson, L. (2006). How many interviews are enough? An experiment with data saturation and variability. Field Methods, 18, 59-82. http://dx.doi.org/10.1177/1525822X05279903

Guimarães, C. A., Dellazzana-Zanon, L. L., & Enumo, R. F. (2021). Enfrentamento materno do câncer pediátrico em quatro fases da doença. Revista Pensando Famílias, 25(2), 81-97.

Hatun, O., Yavuz-Birben, F., İnce, Z., & Kalkan-Yeni, G. (2016). The ticket to heaven: a spiritual resource for coping with disability. Spiritual Psychology and Counseling, 1(2), 209-235.

Hills, S. L., Fischer, M., & Petersen, L. R. (2017). Epidemiology of Zika Virus Infection. Journal of Infectious Diseases, 216, 868-874. https://doi.org/10.1093/infdis/jix434

Lai, W. W., Goh, T. J., Oeil, T. P. S., & Sung, M. (2015). Coping and well-being in parents of children with Autism Spectrum Disorders (ASD). Journal of Autism and Developmental Disorders, 45, 2582-2593. https://doi.org/10.1007/s10803-015-2430-9

Li-Tsang, C, W., Yau, M. K., & Yuen, H. K. (2001). Success in parenting children with developmental disabilities: some characteristics, attitudes and adaptive coping skills. British Journal of Developmental Disabilities, 47(93), 61-71. https://doi.org/10.1179/096979501799155594

Medeiros, A. C. R., Vitorino, B. L. C., Spoladori, I. C., Maroco, J. C., Silva, V. L. M., & Salles, M. J. S. (2021). Sentimento materno ao receber um diagnóstico de malformação congênita. Revista Psicologia em Estudo, 26, 2-12. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v26i0.45012

Mendes, A. G., Campos, D. S., Silva, L. B., Moreira, M. E. L. M., & Arruda, L. O. (2019). Enfrentando uma nova realidade a partir da síndrome congênita do vírus zika: a perspectiva das famílias. Revista Ciência e Saúde Coletiva, 25(10). http://doi.org/10.1590/1413-812320202510.00962019

Ministério da Saúde (Brasil). (2012). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0793_24_04_2012.html

Ministério da Saúde (Brasil). (2017a). Orientações integradas de vigilância e atenção àsaúde no âmbito da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional: procedimentos para o monitoramento das alterações no crescimento e desenvolvimento a partir da gestação atéa primeira infância, relacionadas

àinfecção pelo vírus Zika e outras etiologias infecciosas dentro da capacidade operacional do SUS. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_integradas_vigilancia_atencao_emergencia_ saude_publica.pdf

Ministério da Saúde (Brasil). (2017b). Vírus Zika no Brasil: a resposta do SUS. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/virus_zika_brasil_resposta_sus.pdf

Ministério da Saúde (Brasil). (2019). Síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika: situação epidemiológica, ações desenvolvidas e desafios de 2015 a 2019. Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde, 50, 1-31. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/05/be-sindrome-congenita-vfinal.pdf

Padua, F. A., & Junqueira-Marinho, M. F. (2021). Mães de recém-nascidos com malformação congênita externa: impacto emocional. Revista Psicologia e Saúde, 13(3), e1067. http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v13i3.1067

Pequeno, V. C. (2019). Coping e Rede Social Pessoal de mães de crianças diagnosticadas com a Síndrome Congênita do Vírus Zika [Master’s dissertation, Universidade Estadual da Paraíba]. TEDE. http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/browse?type=author&value=Pequeno%2C+Vanessa+Cavalcante

Pinheiro, D. A. J. P. (2018). “Mãe é Quem Cuida”: a legitimidade da maternidade no discurso de mães de bebês com microcefalia em Pernambuco. Revista Mediações, 23(3), 132-163. https://doi.org/10.5433/2176-6665.2018.3v23n3p132

Ramos, F. P., Caprini, F. R., Reis, L. B., Vicente, S. R. C. R. M., Motta, A. B., Paula, K. M. P., & Enumo, S. R. F. (2016). Enfrentamento do estresse: um panorama nacional a partir dos estudos da Teoria Motivacional do Coping. In L. S. Borges, B. B. Coutinho, L. B. Reis, & S. C. Pylro (Orgs.), Interlocuções psicológicas: construindo significados entre a teoria e a prática (pp. 55-79). CRV.

Ramos, F. P., Enumo, S. R. F., & Paula, K. M. P. (2015). Teoria Motivacional do Coping: uma proposta desenvolvimentista de análise do enfrentamento do estresse. Revista Estudos de Psicologia (Campinas), 32(2). e200011. http://doi.org/10.1590/0103-166X2015000200011

Reis, L. B., & Paula, K. M. P. (2018). Coping materno da Síndrome de Down: identificando estressores e estratégias de enfrentamento. Estudos de Psicologia (Campinas), 35(2), 77-88. http://doi.org/10.1590/1982-02752018000100008

Robinson, N., Galvan, E. E. M., Trujillo, I. G. Z., & Zavala-Cerna, M. G. (2018). Congenital Zika syndrome: pitfalls in the placental barrier. Reviews in Medical Virology, 28(5). http://doi.org/10.1002/rmv.1985

Santos, M. A., & Pereira-Martins, M. L. P. L. (2016). Estratégias de enfrentamento adotadas por pais de crianças com deficiência intelectual. Ciência e Saúde Coletiva, 21(10), 3233-3244. https://doi.org/10.1590/1413- 812320152110.14462016

Silva, A. S., Hamad, G. B. N. Z., & Souza, K. V. (2022). Estratégias de mulheres e famílias no enfrentamento da síndrome congênita do zika vírus. Revista Baiana de Enfermagem, 36, e45388. http://dx.doi.org/10.18471/rbe.v36.45388

Silva, E., Girão, E., & Cunha, E. (2016). Enfrentamento do pai frente à malformação congênita do filho antes e depois do nascimento. Estudos e Pesquisa em Psicologia, 16(1), 180-199.

Silveira, K. A., Enumo, S. R. F., & Batista, E. P. (2014). Indicadores de estresse e estratégias de enfrentamento em professores de ensino multisseriado. Revista Psicologia Escolar e Educacional, 18, 457-465. https://doi.org/10.1590/2175-3539/2014/0183767

Skinner, E. A. (2007). Coping assessment. In S. Ayers, A. Baum, C. McManus, S. Newman, K. Wallston, J. Weinman, & R. West. (Eds.), Cambridge Handbook of Psychology, Health and Medicine (2nd ed., pp. 245-250). Cambridge University Press.

Skinner, E. A., & Wellborn, J. G. (1994). Coping during childhood and adolescence: a motivational perspective. In D. L. Feartherman, R. M. Lerner, & M. Perlumutter (Eds.), Life-span development and behavior (Vol. 12, pp. 91-133). Lawrence Erlbaum.

Skinner, E. A., Edge, K., Altman, J., & Sherwood, H. (2003). Searching for the structure of coping: a review and critique of category systems for classifying ways of coping. Psycological Bulletin, 129(2), 216-269. https://doi.org/10.1037/0033-2909.129.2.216

Teixeira, G. A., Dantas, D. N. A., Carvalho, G. A. F. L., Silva, A. N., Lira, A. L. B. C., & Enders, B. C. (2020). Análise do conceito síndrome congênita pelo Zika vírus. Revista Ciência e Saúde Coletiva, 25(2). https://doi.org/10.1590/1413-81232020252.30002017

Vasconcelos, A. G., & Nascimento, E. (2016). Teoria Motivacional do Coping: um modelo hierárquico e desenvolvimental. Avaliação Psicológica, 15, 77-87. https://doi.org/10.1590/0103-166X2015000200011

Vicente, S. R. C. R. M. (2013). O impacto do diagnóstico de Anomalia Congênita: coping e indicadores emocionais maternos [Master’s dissertation, Universidade Federal do Espírito Santo]. RiUfes. http://repositorio. ufes.br/handle/10/3087

Vicente, S. R. C. R. M., Paula, K. M. P., Silva, F. F., Mancini, C. N., & Muniz, S. A. (2016). Estresse, ansiedade, depressão e coping materno na anomalia congênita. Estudos de Psicologia (Campinas), 21(2), 104-116. https://doi.org/10.5935/1678-4669.20160011

Downloads

Publicado

2023-10-20

Como Citar

PEQUENO , V. C., BARROS, S. M. M., RAMOS, F. P., & Lewis, C. (2023). Estressores e Coping materno no contexto da Síndrome Congênita do vírus Zika. Estudos De Psicologia, 40. Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/10066

Edição

Seção

PSICOLOGIA DA SAÚDE