Cognição e psicopatia em autores de violência sexual encarcerados

Autores

Palavras-chave:

Transtorno de personalidade antissocial, Teste de realidade, Teste de Rorschach

Resumo

Objetivo
O objetivo foi investigar se autores de violência sexual contra crianças e adolescentes, com e sem psicopatia, se diferenciam em relação aos aspectos cognitivos.
Método
Participaram do estudo 30 reeducandos cumprindo pena em regime fechado, divididos em dois grupos: um composto pelos psicopatas e outro pelos não psicopatas. Os instrumentos utilizados foram: protocolo de coleta de informações no processo criminal; teste de Rorschach, de acordo com o Sistema de Avaliação por Performance, considerando as variáveis cognitivas, e; a escala Psychopathy Checklist-Revised.
Resultados
Os resultados indicaram que o grupo de psicopatas apresentou maiores prejuízos na organização do pensamento, bem como maior vulnerabilidade à desorganização geral da personalidade. O melhor modelo de regressão identificou que 55% da psicopatia pode ser explicada por uma maior propensão ao desajuste geral da personalidade (EII-3 β: 4.77; p-value < 0.001), associada à predisposição a ser preso ainda jovem (β: -0.26; p-value = 0.004).
Conclusão
A eficiência do R-PAS é observada na identificação de falhas cognitivas em psicopatas autores de violência sexual e autores de violência sexual, e sua utilidade é potencializada, quando associada a outras medidas comportamentais na identificação desse tipo de perfil de personalidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Azizian, A., Hutton, S., Hughes, D., & Sreenivasan, S. (2016). cognitional impairment: is there a role for cognitive assessment in the treatment of individuals civilly committed pursuant to the sexually violent predator act? Sexual Abuse: Journal of Research and Treatment, 28(8), 755-769. https://doi. org/10.1177/1079063215570757

Baliousis, M., Duggan, C., Mccarthy, L., Huband, N., & Völlm, B. (2019). Executive function, attention, and memory deficits in antisocial personality disorder and psychopathy. Psychiatry Research, 278, 151-161. https://doi.org/10.1016/j.psychres.2019.05.046

Beggs, S. M., & Grace, R. C. (2008). Psychopathy, intelligence, and recidivism in child molesters: evidence of an interaction effect. Criminal Justice and Behavior, 35(6), 683-695. https://doi. org/10.1177/0093854808314786

Blair, R. J. R. (2017). Emotion-based learning systems and the development of morality. Cognition, 167, 38-45. https://doi.org/10.1016/j.cognition.2017.03.013

Bornstein, R. F. (2015). Personality assessment in the diagnostic manuals: on mindfulness, multiple methods, and test score discontinuities. Journal of Personality Assessment, 97(5), 446-455. https://doi.org/10.1 080/00223891.2015.1027346

Bornstein, R. F. (2017). Evidence-Based Psychological Assessment. Journal of Personality Assessment, 99(4), 435- 445. https://doi.org/10.1080/00223891.2016.1236343

Brown, A. R., Dargis, M. A., Mattern, A. C., Tsonis, M. A., & Newman, J. P. (2015). Elevated psychopathy scores among mixed sexual offenders: replication and extension. Criminal Justice and Behavior, 42(10), 1032- 1044. https://doi.org/10.1177/0093854815575389

Curran-Everett, D. (2017). Explorations in statistics: the assumption of normality. Advances in Physiology Education, 41(3), 449-453. https://doi.org/10.1152/advan.00064.2017

Dåderman, A. M., & Jonson, C. (2008). Lack of psychopathic character (Rorschach) in forensic psychiatric rapists. Nordic Journal of Psychiatry, 62(3), 176-185. https://doi.org/10.1080/08039480801957327

Eblin, J. J., Meyer, G. J., Mihura, J. L., Viglione, D. J., & O’Gorman, E. T. (2018). Development and preliminary validation of a brief behavioral measure of psychotic propensity. Psychiatry Research, 269, 340-347. https://doi.org/10.1016/j.psychres.2018.08.006

Franks, K. W., Sreenivasan, S., Spray, B. J., & Kirkish, P. (2009). The mangled butterfly: rorschach results from 45 violent psychopaths. Behavioral Sciences and the Law, 27(4), 491-506. https://doi.org/10.1002/bsl.866

Gacono, C. B., Meloy, J. R., & Bridges, M. R. (2011). A Rorschach understanding of psychopaths, sexual homicide perpetrators, and nonviolent pedophiles. In B. Carl, C. B. Gacono, F. B. Evans, N. Kaser-Boyd, & L. A. Gacono (Orgs.), The Handbook of Forensic Rorschach Assessment (pp. 379-402). Routledge.

Guay, J. P., Ouimet, M., & Proulx, J. (2005). On intelligence and crime: a comparison of incarcerated sex offenders and serious non-sexual violent criminals. International Journal of Law and Psychiatry, 28(4), 405-417. https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2004.03.010

Hare, R. (2003). The Hare Psychopathy Checklist – Revised (2nd ed.). Multihealth Systems.

Krstic, S., Neumann, C. S., Roy, S., Robertson, C. A., Knight, R. A., & Hare, R. D. (2018). Using latent variable-and person-centered approaches to examine the role of psychopathic traits in sex offenders. Personality Disorders: Theory, Research, and Treatment, 9(3), 207-216. https://doi.org/10.1037/per0000249

Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2017). R-PAS Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach manual de aplicação, codificação e interpretação e manual técnico. Hogrefe.

Mihura, J. L., Meyer, G. J., Dumitrascu, N., & Bombel, G. (2013). The validity of individual Rorschach variables: systematic reviews and meta-analyses of the comprehensive system. Psychological Bulletin, 139(3), 548-605. https://doi.org/10.1037/a0029406

Morana, H. (2004). Escala Hare PCL-R: critérios para pontuação de psicopatia revisados. Versão brasileira. Casa do Psicólogo.

Patrick, C. J. (2018). Cognitive and emotional processing in psychopathy. In C. J. Patrick (Org.), Handbook of psychopathy (2nd ed., pp. 422-455). Guilford Press.

Porter, S., Woodworth, M. T., & Black, P. J. (2018). Psychopathy and Aggression. In C. J. Patrick (Org.), Handbook of psychopathy (2nd ed., pp. 611-634). Guilford Press.

Reidy, D. E., Kearns, M. C., Degue, S., Lilienfeld, S. O., Massetti, G., & Kiehl, K. A. (2015). Why psychopathy matters: implications for public health and violence prevention. Aggression and Violent Behavior, 24, 214-225. https://doi.org/10.1016/j.avb.2015.05.018

Salvador-Silva, R., & Hauck Filho, N. (2020). Avaliação de psicopatia no contexto forense. In C. S. Hutz, D. R. Bandeira, C. M. Trentini, S. L. R. Rovinski, & V. M. Lago (Orgs.), Avaliação psicológica no contexto forense (pp. 397-411). Artmed.

Verschuere, B., van Ghesel Grothe, S., Waldorp, L., Watts, A. L., Lilienfeld, S. O., Edens, J. F., Skeem, J. L., & Noordhof, A. (2018). What features of psychopathy might be central? A network analysis of the Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R) in three large samples. Journal of Abnormal Psychology, 127(1), 51-65. https://doi.org/10.1037/abn0000315

Yildirim, B. O., & Derksen, J. J. L. (2015). Clarifying the heterogeneity in psychopathic samples: towards a new continuum of primary and secondary psychopathy. Aggression and Violent Behavior, 24, 9-41. https:// doi.org/10.1016/j.avb.2015.05.001

Zilki, Á. A. G. R., Aguiar, L. L., Perissinotto, R., & Resende, A. C. (2020). Autores de violência sexual e o Teste de Rorschach: revisão da literatura. Psicologia Revista, 29(1), 176-200. https://doi.org/10.23925/2594- 3871.2020v29i1p176-200

Publicado

2023-10-17

Como Citar

PERISSINOTTO, R., & RESENDE, A. C. (2023). Cognição e psicopatia em autores de violência sexual encarcerados. Estudos De Psicologia, 40. Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/10049

Edição

Seção

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA