Modulação autonômica cardíaca nas posições supina e bípede em crianças não obesas, obesas e obesas mórbidas

Autores

  • Mário Augusto Paschoal Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Mayra Caleffi Pereira Pontifícia Universidade Católica de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0897v19n1/6a827

Palavras-chave:

Obesidade, Teste funcional autonômico, Variabilidade da frequência cardíaca

Resumo

Objetivo

Avaliar a modulação autonômica cardíaca em crianças não obesas, obesas e obesas mórbidas, por meio do estresse cardiocirculatório promovido pela mudança da postura supina para bípede.

 

Métodos

Trata-se de estudo transversal envolvendo trinta crianças, com idade entre 9 e 11 anos, divididas em três grupos: a) não-obesas (n=10), b) obesas (n=10), c) obesas mórbidas (n=10), selecionados conforme os respectivos índices de massa corpórea na tabela do National Center for Health Statistics. Todas elas foram submetidas a avaliação antropométrica e clínica, seguida de aplicação de manobra postural ativa, constituída por mudança postural supino para bípede. Foram monitorados os dados das variáveis cardiovasculares, como pressão arterial e frequência cardíaca, assim como foi analisada a variabilidade da frequência cardíaca.

 

Resultados

Todos os grupos apresentaram significativo aumento da contribuição simpática e redução da atividade parassimpática, quando se comparou a variabilidade da frequência cardíaca na posição supina com a bípede. Houve significativa diferença na comparação dos deltas de frequência cardíaca (0 a 10s da manobra postural ativa) entre os grupos não obeso (+24,1bpm) e obeso (+21,7bpm).

 

Conclusão

A obesidade não interferiu significativamente nos mecanismos autonômicos cardiovasculares, quando se comparou a variabilidade da frequência cardíaca nas posições supina e bípede em crianças não obesas, obesas e obesas mórbidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mário Augusto Paschoal, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

1 Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, Faculdade de Fisioterapia. Av. Jonh Boyd Dunlop, s/n.,
Prédio Administrativo, Jd. Ipaussurama, 13090-950, Campinas, SP, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: M.A. PASCHOAL.
E-mail: <fisioni@puc-campinas.edu.br>.

Mayra Caleffi Pereira, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

1 Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, Faculdade de Fisioterapia. Av. Jonh Boyd Dunlop, s/n.,
Prédio Administrativo, Jd. Ipaussurama, 13090-950, Campinas, SP, Brasil. 

Referências

Junqueira Jr, LF. Ambulatory assessment of cardiac autonomic function in Chagas’ heart disease patients based on indexes of R-R interval variation in the Valsalva maneuver. Brazilian J Med Biol Res. 1990; 23(11):1091-102.

La Rovere MT, Bigger JT, Marcus FI, Montana A, Schwart PJ. Baroreflex sensitivity and heart rate variability after myocardial infarction. ATRAMI (Autonomic Tone and Reflexes After Myocardial Infarction) Investigators. Lancet. 1998; 351(9101): 478-84.

Speiser PW, Rudolf MC, Anhalt H, Camacho-Hubner C, Chiarelli F, Eliakim A, et al. Childhood obesity. J Clin Endocrinol Metab. 2005; 90(3):1871-87.

Stunkard AJ, Wadden TA. Psychological aspects of human obesity. In: Björntorp P, Brodoff BN, editors. Obesity. Philadelphia: J.B. Lippincott Company; 1992. p.352-60.

Giuliano ICB, Caramelli B, Duncan BB, Pellanda LC. Children with adult hearts. Arq Bras Cardiol. 2009; 93(3):197-8.

Alonso DO, Forjaz CLM, Rezende LO, Braga AMFW, Barreto ACP, Negrão CE, et al. Comportamento da freqüência cardíaca e da sua variabilidade durante as diferentes fases do exercício progressivo Máximo. Arq Bras Cardiol. 1998; 71:787-92.

Task Force of the European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and Electrophysiology. Heart rate variability: standards of measurements, physiological interpretation and clinical use. Circulation. 1996; 93:1043-65.

Montano N. Heart rate variability as a clinical tool. ItaI Heart J. 2002; 3:439-45.

Martini G, Riva P, Rabbia F, Molini V, Ferrero GB, Cerutti F, et al. Heart rate variability in childhood obesity. Clin Auton Res. 2001; 11(2):87-91.

Faulkner MS, Hathaway D, Tolley B. Cardiovascularautonomic function in healthy adolescents. Heart Lung. 2003; 32(1):10-22.

Hainsworth R. Non-invasive investigation of cardiovascular reflexes in humans. Clin Sci. 1990; 78:437-43.

Narkiewicz K, Kato M, Pesek CA, Somers VK. Human obesity is characterized by a selective potentiation of central chemoreflex sensitivity. Hypertension. 1999; 33:1153-8.

National Center for Health Statistics. Pediatric growth charts provided by the CDC 2000. [cited 2007 Jan. 12]. Avaibable from: <http://www.cdc.gov/growthcharts/2000>.

Koch VH. Casual blood pressure and ambulatory blood pressure measurement in children. São Paulo Med J. 2003;121(2):85-9.

Porto CC. Exame clínico. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1996. p.465.

Sant’Anna MSL, Tinoco ALA, Rosado LEFPL, Sant’Ana LFR, Mello AC, Brito ISS, et al. Avaliação de gordura corporal pela bioimpedância elétrica e sua correlação com diferentes pontos anatômicos de medida da circunferência da cintura em crianças. J Pediatr. 2009; 85(1)61-6.

McCarthy HD, Ellis SM, Cole TJ. Central overweight obesity in british youth aged 11-16year: cross sectional surveys of waist circunference. Br Med J. 2003; 326(7390):624.

Yusuf S, Hawken S, Ounpuu S, Bautista L, Franzosi MG, Commerford P, et al. and the INTERHEART Study Investigators. Obesity and the risk of myocardial infarction in 27,000 participants from 52 countries: a case-control study. Lancet. 2005; 366(9497):1640-9.

Must A, Jacques PF, Dallal GE, Bajema CJ, Dietz W. Long-term morbidity and mortality of overweight adolescents. A follow-up of the Harvard growth study of 1922 to 1935. N Engl J Med. 1992; 327(19): 1350-5.

Neto JE. Contribuição dos grandes vasos arteriais na adaptação cardiovascular a ortostase. Arq Bras Cardiol. 2006, 87(2):209-22.

Smitt AAJ, Halliwill JR, Low PA, Wieling W. Pathophysiological basis of orthostatic hypotension in autonomic failure. J Physiol. 1999; 519(1):1-10.

Lipsitz LA, Mietus J, Moody GB, Goldeberger AL. Spectral characteristics of heart rate variability before and during postural tilt: relations to aging and risk of syncope. Circulation. 1990; 81(6):1803-10.

Castro CLB, Nóbrega ACL, Araújo CGS. Testes autonômicos cardiovasculares. Uma revisão crítica. Parte I. Arq Bras Cardiol. 1992; 59(2):75-85.

Heinrich WL. Autonomic insufficiency. Arch Intern Med. 1982; 142(2):339-44.

Wieling W, Borst C, Karemaker JM, Dunning AJ. Testing for autonomic neuropathy: initial heart rate response to active and passive changes of posture. Clin Physiol. 1985; 5(Suppl 5):23-7.

Petrelluzzi KFS, Kawamura M, Paschoal MA. Avaliação funcional cardiovascular de crianças sedentárias obesas e não obesas. Rev Ciênc Méd. 2004; 13(2):127-36.

Rabbia F, Silke B, Conterno A. Assessment of cardiac autonomic modulation during adolescent obesity. Obes Res. 2003; 11(4):541-8.

Yakinci C, Mungen B, Karabiber H, Tayfun M, Evereklioglu C. Autonomic nervous system functions in obese children. Brain Dev. 2000; 22(3):151-3.

Laederach-Hofmann K, Mussgay L, Rúddel H. Autonomic cardiovascular regulation in obesity. J Endocrinol. 2000; 164:59-66.

Mancia G, Mark AL. Arterial baroreflexes in humans. In: Handbook of physiology, section 2: the cardiovascular system. Bethesda: American Physiological Society; 1983. p.755-813.

Ancona MC, Scodeler NF, Guidi RM, Paschoal MA. Variabilidade da freqüência cardíaca em crianças eutróficas e obesas nas posições supina e bípede. Rev Ciênc Méd. 2009; 18(2):69-79.

Downloads

Publicado

2010-12-31

Como Citar

Paschoal, M. A., & Pereira, M. C. (2010). Modulação autonômica cardíaca nas posições supina e bípede em crianças não obesas, obesas e obesas mórbidas. Revista De Ciências Médicas, 19(1/6), 33–41. https://doi.org/10.24220/2318-0897v19n1/6a827

Edição

Seção

Artigos Originais