Espécies e suscetibilidade antifúngica in vitro de leveduras isoladas em unhas de pacientes com vírus da imunodeficiência humana

Autores

  • Kedma de Magalhães Lima Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Rossana Sette de Melo Rêgo Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Marília Delgado Pontifícia Universidade Católica de Campinas
  • Célia Maria Machado Barbosa de Castro Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Palavras-chave:

Antimicóticos, Candida, HIV, Onicomicose

Resumo

Objetivo
Identificar leveduras do gênero Candida responsáveis por onicomicose e as respectivas suscetibilidades antifúngicas in vitro em pacientes ambulatoriais com vírus da imunodeficiência humana e alterações ungueais sugestivas de onicomicose.
Métodos
Avaliaram-se 23 cepas de leveduras isoladas de 21 amostras ungueais das mãos e/ou pés. As colônias foram identificadas por CHROMagar Candida® e testes padrões. Para o antifungigrama, utilizou-se o ATB-Fungus 3®, e quando o fluconazol apresentou resistência neste kit, utilizou-se, para confirmação, o teste de disco difusão.

Resultados
Em dois casos houve infecção mista por duas espécies de Candida. Das 23 espécies, 48% eram C. albicans, 26% C. parapsilosis, 8,5% C. tropicalis, 8,5% C. glabrata, 4,3% C. guilliermondii e 4,3% C. famata. Nos testes de suscetibilidade, 48% das espécies apresentaram resistência aos azólicos, sendo 36% C. albicans e 64% espécies não albicans. Todas as cepas resistentes ao fluconazol no ATB-Fungus 3® apresentaram resistência no método de disco difusão. Pacientes com cepas resistentes utilizaram antifúngicos previamente para tratamento de candidíase oral ou onicomicose recorrente.
Conclusão
Candida albicans é a espécie mais isolada nos casos de onicomicoses causadas por leveduras do gênero Candida em unhas de pacientes com vírus da imunodeficiência humana. Entretanto, neste grupo de pacientes, as espécies não albicans isoladas nas unhas mostram-se menos suscetíveis aos azólicos. A resistência das leveduras ao fluconazol, droga frequentemente utilizada para candidíase, pode ter sido consequência de seu uso prévio. Desta forma, os antifúngicos devem ser utilizados com cautela e apenas quando houver certeza do diagnóstico micológico e da suscetibilidade antifúngica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Daniel CR 3rd, Gupta AK, Daniel MP, Sullivan S. Candida infection of the nail: role of Candida as a primary or secondary pathogen. Dermatololy. 1998; 37(12):904-7.

Tosti A, Piraccini BM, Lorenzi L, Antuono AD. Candida onychomycosis in HIV infection. Eur J Dermatol. 1998; 8(3):173-4.

Cribier B, Mena ML, Rey D, Partisani M, Fabien V, Lang JM, et ai. Nail changes in patients infected with human immunodeficiency virus. A prospective controlled study. Arch Dermatol. 1998; 134 (1O):1216-20.

Gupta AK, Taborda P, Taborda V, Gilmour J, Rachlis A, Salit 1, et ai. Epidemiology and prevalence of onychomycosis in HIV-positive individuais. lnt J Dermatol 2000; 39 (10):746-53.

Rugeles MJ. Etiología y características clínicas de la onicomicosis en um grupo de pacientes inmunosu­ primidos. lnfectio. 2001; 5(1):7-13

Elewski BE. Onychomycosis: pathogenesis, diagnosis and management. Clin Microbiol Rev. 1998; 11(3): 415-29

Ballesté R, Mousqués N, Gezuele E. Onicomicosis. Revisión dei tema. Rev Med Uruguay. 2003; 19: 93-106.

Colombo AL, Nucci M, Salomão R, Branchini ML, Richtmann R, Derossi A, et ai. High rate of non-albicans candidemia in Brazilian tertiary care hospitais. Diagn Microbial lnfect Dis. 1999; 34 (4) 281-6.

Evans EG. Resistance of Candida species to antifungai agents used in the treatment of onychomycosis: a review of current problems. Br J Dermatol. 1999; 141 33-5.

National Committee for Clinicai Laboratory Standards. Clinicai Laboratory Standards lnstitute. Reference method for broth dilution antifungai susceptibility testing of yeasts. M27-A. PA NCCLS; 1997.

National Committee for Clinicai Laboratory Standards. Clinicai Laboratory Standards lnstitute. Reference method for broth dilution antifungai susceptibility testing of yeasts. M27-A2. Wayne (PA) NCCLS; 2002.

National Committee for Clinicai Laboratory Standards. Clinicai Laboratory Standards lnstitute. Reference method for broth dilution antifungai susceptibility testing of yeasts. M44-A. Wayne (PA): NCCLS; 2004.

Pfaller MA, Diekema DJ, Rinaldi MG, Barnes R, Hu B, Veselov AV, et ai. Results from the Artemid Disk global antigungal surveillance study: a 6.5 -year analysis of susceptibilities of Candida and other yeast species to fluconazole and voriconazole by standardized disk diffusion testing. J Clin Microbial. 2005; 43(12) 5848-59.

World Medical Association. Declaration of Helsinki. Proccedings of 48th General Assembly-WMA Somerset West, South Africa; 1996 [cited 2000 Oct 6]. Available from: <http://www.wma.net>

Sidrim JJC, Rocha MF. Micologia médica: à luz de autores contemporâneos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. p.408

Kurtzman CP, Fell JW. The yeast's a taxonomic study. 4th ed. New York: Elsevier; 1998. p.919-25.

De Hoog GS, Guarro J, Gene J, Figueras MJ. Atlas of clinicai fungi. 2nd ed. Utrecht (The Netherlands): Universitat Rovira i Virgili; 2000.

Serracarbassa PD, Dotto P. Endoftalmite por Candida albicans. Arq Bras Oftalmol. 2003; 66(5):701-7.

Cirak MY, Kalkanci A, Kustimur S Use of molecular methods in identification of Candida Species and evaluation of flu-conazole resistance. Mem lnst Oswaldo Cruz. 2003; 98(8) 1027-32.

Rogers TR. Antifungai drug resistance: limited data, dramatic impact7 lnt J Antimicrob Agents. 2006; 27: 7-11.

Batista JM, Birman EG, Cury AE. Suscetibilidade a antifúngicos de cepas de Candida albicans isoladas de pacientes com estomatite protética. Rev Odontol Univ São Paulo. 1999; 13(4):343-8.

Moreti ML. A importância crescente das infecções fúngicas. Rev Panam Infectai. 2007; 9(2):8-9

Calderone RA, Fonzi WA. Virulence factors of Candida albicans. Trends Microbial. 2001; 9(7):327-35.

Morschhauser J. The genetic basis of fluconazole resistance developement in Candida albicans. Biachem Biophys Acta. 2002; 1587:240-8.

Lima KM, Delgado M, Rego RSM, Castro CMMB. Candida a!bicans e Candida tropicalis isoladas de onicomicose em paciente HIV-positivo: co-resistência in vitro aos azólicos. Rev Patol Trop. 2008; 37(1): 57-64.

Vil/ar LAC, Díaz FAQ, Céspedes JI, Alix T, De Bedout C. Prevalencia de patrones de sensibilidad ai Fluconazol de las especies de Candida aisladas en pacientes de Unidades de Cuidado Intensivo de Bucaramanga, Colombia. lnfectio. 2004; 8(3)191-3.

Downloads

Publicado

2009-04-30

Como Citar

Lima, K. de M., Rêgo, R. S. de M., Delgado, M., & Castro, C. M. M. B. de. (2009). Espécies e suscetibilidade antifúngica in vitro de leveduras isoladas em unhas de pacientes com vírus da imunodeficiência humana. Revista De Ciências Médicas, 18(2). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/cienciasmedicas/article/view/646

Edição

Seção

Artigos Originais