Centro de Atenção Psicossocial do município de Campinas
estudo sobre o perfil sociodemográfico e clínico de seus usuários
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0897v20n3/4a581Palavras-chave:
Atenção à saúde, Perfil de saúde, Saúde mentalResumo
Objetivo
Identificar o perfil sociodemográfico e clínico dos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial, do município de Campinas, a fim de discutir e planejar ações que contemplem as reais necessidades dessa população.
Métodos
Estudo descritivo, exploratório e de natureza quantiqualitativa. Foram analisados 85 prontuários de usuários inseridos no serviço, nos últimos 5 anos, além de relatórios de controle administrativo e ficha de identificação. Variáveis como sexo, faixa etária, estado civil, grau de escolaridade, condição profissional, diagnóstico psiquiátrico e fonte de encaminhamento foram coletadas e os dados obtidos foram
analisados segundo estatística descritiva.
Resultados
Obteve-se que 53,7% dos usuários eram do sexo masculino, sendo a média de idade de 41,2% anos. Constatou-se, também, que 54,1% eram solteiros, 32,9% tinham nível de escolaridade correspondente ao ensino fundamental incompleto e 76,4% estavam fora do mercado de trabalho, por estarem desempregados ou aposentados ou, ainda, por estarem afastados pelo Instituto Nacional de Seguro
Social. Além disso, 67,0% dos usuários enquadravam-se no grupo das esquizofrenias, transtornos esquizotípicos e delirantes; 91,4% dos usuários faziam uso de antipsicóticos e 67,0% haviam sido internados para cuidados psiquiátricos
em outros serviços.
Conclusão
Os dados encontrados estão em concordância com os descritos em outros estudos que investigaram serviços similares e podem contribuir para aprimorar os projetos técnicos desenvolvidos no serviço, já que evidenciam com maior detalhamento o perfil da população assistida no referido serviço.
Downloads
Referências
Guljor APF. Os centros de atenção psicossocial: um estudo sobre a transformação do modelo assistencial em saúde mental [dissertação]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública; 2003.
Dimenstein M. O desafio da política de saúde mental: a (re)inserção social dos portadores de transtornos mentais. Mental (Barbacena). 2006; 4(6):69-83.
Koda MY, Fernandes MI. A reforma psiquiátrica e a constituição de práticas substitutivas em saúde mental: uma leitura institucional sobre a experiência de um núcleo de atenção psicossocial. Cad Saúde Pública. 2007; 23(6):1455-61.
Brasil. Ministério da Saúde. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.
Borges CF, Baptista TWF. O modelo assistencial em saúde mental no Brasil: a trajetória da construção política de 1990 a 2004. Cad Saúde Pública. 2008; 24(2):456-68.
Brasil. Ministério da Saúde. Dados em Saúde Mental. Brasília: Ministério da Saúde; 2010 [acesso 2010 ago. 11]. Disponível em: <http://portal.saude. gov.br/portal/arquivos/pdf/caps_uf_junho.pdf>.
Bezerra Jr B. Desafios da reforma psiquiátrica no Brasil. Physis. 2007; 17(2):243-50.
Tenório F. A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: história e conceito. Hist Ciênc Saúde-Manguinhos. 2002; 9(1):25-59.
Yasui S. Rupturas e encontros: desafios da reforma psiquiátrica brasileira [tese]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2006.
Organização Mundial de Saúde. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde - CID-10. 10ª ed. São Paulo: USP; 2006.
Vasconcelos MM, Gribel EB, Moraes IHS. Registros em saúde: avaliação da qualidade do prontuário do paciente na atenção básica, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública [Internet]. 2010 [acesso 2010 ago
; 24(Supl 1):S173-S82. Disponível em <http://www.scielo.br>.
Peixoto C, Prado CHO, Rodrigues CP, Cheda JND, Mota LBT, Veras AB. Impacto do perfil clínico e sociodemográfico na adesão ao tratamento de pacientes de um centro de atenção psicossocial a usuários de álcool e drogas (CAPSad). J Bras Psiquiatr. 2010; 59(4): 317-21.
Monteiro CFS, Fé LCM, Moreira MAC, Albuquerque IEM, Silva MG, Passamani MC. Perfil sociodemográfico e adesão ao tratamento de dependentes de álcool em CAPS-ad do Piauí. Esc Anna Nery. 2011; 15(1): 90-95.
Surjus LTLS. Narrativas políticas: o olhar dos usuários sobre o CAPS (centro de atenção psicossocial) [dissertação]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2007.
Faria JG, Schneider DR. O perfil dos usuários do CAPSad-Blumenau e as políticas públicas em saúde mental. Psicol Soc. 2009; 21(3):324-33.
Andreoli SB, Ronchetti SSB, Miranda ALP, Bezerra CRM, Magalhães CCPB, Martin D, et al. Utilização dos centros de atenção psicossocial (CAPS) na cidade de Santos, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2004; 20(3):836-44.
Pelisoli CL, Moreira AK. Caracterização epidemiológica dos usuários do centro de atenção psicossocial casa aberta. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2005; 27(3):270-7.
Pelisoli CL, Moreira AK. Avaliação de um centro de atenção psicossocial por meio do perfil de seus usuários. Mental (Barbacena). 2007; 5(8):61-75.
Tomasi E, Fachini LA, Piccini RX, Thumé E, Silva RA, Gonçalves H, et al. Efetividade dos centros de atenção psicossocial no cuidado a portadores de sofrimento psíquico em cidade de porte médio do Sul do Brasil: uma análise estratificada. Cad Saúde Pública. 2010; 26(4):807-15.
Souza AR. Centro de atenção psicossocial: perfil epidemiológico dos usuários [dissertação]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará; 2007.
Osinaga VLM, Santos JLF, Furegato ARF. Usuários de três serviços psiquiátricos: perfil e opinião. Rev Latino-Am Enferm. 2007; 15(1):70-7.
Organização Mundial de Saúde. Relatório sobre a saúde no mundo. Genebra: OMS; 2001.
Silva ALA, Foseca RMGS. Projeto copiadora do CAPS Luis Cerqueira: do trabalho de reproduzir coisas à produção de vida. Rev Esc Enferm USP. 2002; 36(4): 358-66.
Dobies DV, Fioroni LN. A assistência em saúde mental no município de São Carlos/SP: considerações sobre a história e a atualidade. Interface. 2010; 14(33): 285-99.
Nascimento AF, Galvanese ATC. Avaliação da estrutura dos centros de atenção psicossocial do município de São Paulo, SP. Rev Saúde Pública. 2009; 43(1):8-15.
Campos RTO, Furtado JP, Passos E, Ferrer AL, Miranda L, Gama CAP. Avaliação da rede de centros de atenção psicossocial: entre a saúde coletiva e a saúde mental. Rev Saúde Pública. 2009; 43(1):16-22.
Medeiros EN. Prevalência dos transtornos mentais e perfil sócio-econômico dos usuários atendidos nos serviços de saúde em municípios paraibanos [dissertação]. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba; 2005.
Cardoso L, Galera SAF. Doentes mentais e seu perfil de adesão ao tratamento psicofarmacológico. Rev Esc Enferm USP. 2009; 43(1):161-7.
Castro APW, Elkis H. Rehospitalization rates of patients with schizophrenia discharged on haloperidol, risperidone or clozapine. Rev Bras Psiquiatr. 2007; 29(3):207-12.
Durão AMS, Souza MCBM. Cotidiano de portadores de esquizofrenia, após uso de um antipsicótico atípico e acompanhamento em grupo: visão do familiar. Rev Latino-Am Enferm. 2006; 14(4):586-2.
Guarido R. A medicalização do sofrimento psíquico: considerações sobre o discurso psiquiátrico e seus efeitos na educação. Educ Pesq. 2007; 33 (1):151-61.
Campos RO. Clínica: a palavra negada - sobre as práticas clínicas nos serviços substutivos de saúde mental. Saúde Debate. 2001; 25(58):98-111.
Miranda L, Campos RTO. Análise do trabalho de referência em centros de atenção psicossocial. Rev Saúde Pública. 2008; 42(5):907-13.
Furtado JP, Miranda L. O “dispositivo técnico de referência” nos equipamentos substitutivos de saúde mental e o uso da psicanálise winnicottiana. Rev Latinoam Psicopatol Fundam. 2006; 9(2):508-25.