ECOS DO SILÊNCIO DE MINAS
QUE ESPÉCIE DE ESCRAVIDÃO EXISTIU NO CORAÇÃO DE MINAS GERAIS NOS SÉCULOS XVIII E XIX?
Palavras-chave:
escravidão, historiografia, tráfico de escravos, mercado internoResumo
O presente artigo focaliza a polêmica em torno da forma de escravidão que existiu no coração de Minas Gerais, nos séculos XVIII E XIX. Acreditava-se originalmente que a viabilidade da escravidão como sistema de trabalho estava condicionada à existência da plantation voltada às exportações. A economia de Minas no século XIX, após o declínio da mineração, ter-se-ia estagnado e o contingente de escravos subutilizados teria sido exportado a outros estados. A partir do trabalho dos irmãos Martins sobre esse tema, verificou-se que o contingente de escravos de Minas na verdade cresceu substancialmente numa economia caracterizada por diversificação, auto-suficiência e isolamento relativamente aos mercados externos. Constatou-se a possibilidade da existência de um sistema de escravidão com poucas vinculações ao mercado externo.
Referências
CANO, Wilson. Ensaios sobre a formação econômica regional do Brasil. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2002.
, Raízes da concentração industrial em São Paulo. Campinas: Instituto de Economia, UNICAMP, 1998.
DEAN, Warren. Comments on "Slavery in a Nonexport Economy: Nineteenth-Century Minas Gerais Revisited". ln: HAHR, v.63, n.3, 1983. p.582.
ENGER MAN, Stanley L. & GENOVESE, Eugene D . Comments on "Slavery in a Nonexport Economy": ln: HAHR, v.63, n.3, 1983. p.585.
LENHARO, Alcir. As tropas da moderação (O abastecimento da Corte na formação política do Brasil- 1808-1842). São Paulo: Símbolo, 1979.
MARTINS FILHO, Amilcar & MARTINS, Roberto B. Slavery in a Nonexport Economy: Nineteenth-Century Minas Gerais Revisited. ln: HAHR, v.63, n.3, 1983. p.537.
SLENES, Robert W. Comments on "Slavery in a Nonexport Economy": ln: HAHR, v.63, n.3, 1983. p.569.
SLENES, Robert W. Os múltiplos de porcos e diamantes: a economia escrava de Minas Gerais no século XIX.ln: Estudos Econômicos v.18 n.3 Set./Dez. 1988. p. 449-495.