DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E INVESTIMENTOS DIRETOS ESTRANGEIROS NA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

Resumo

São estudadas as mudanças ocorridas na distribuição de renda na década de 1990, buscando suas associações com as  transformações no mercado de trabalho, em particular com a difusão dos investimentos diretos externos, tendo com referência a Região Metropolitana de Campinas, Brasil. As fontes de dados são a Fundação SEADE, para informações sobre os investimentos
diretos externos planejados na Região Metropolitana de Campinas entre 1995 e 1999, por ramo de atividade econômica; e a amostra dos Censos Demográficos de 1991 e 2000 (microdados), a partir da qual são calculadas medidas de rendimento, desigualdade, escolaridade, idade dos ocupados e indicadores de precarização das relações de trabalho nos dois períodos para as pessoas
ocupadas na Região Metropolitana de Campinas, por ramo de atividade econômica. Os resultados indicam que houve um aumento simultâneo da renda e da desigualdade na região, aumento do número de ocupados, com maior participação dos estratos superiores a trinta anos e aumento da escolaridade dos trabalhadores. No mesmo período, as relações de trabalho se tornaram
mais precárias, com maior participação de autônomos e de trabalhadores sem carteira assinada. A análise para o conjunto dos setores não permite, concluir pela associação direta entre investimentos diretos estrangeiros e aumento da desigualdade dos rendimentos. Para as indústrias que receberam maior aporte de difusão dos investimentos diretos externos durante o período - mecânica e material de transporte; material elétrico e de comunicações; e química -, os rendimentos médios foram superiores à média industrial e da Região Metropolitana de Campinas, empregando trabalhadores mais jovens e com maior nivel de escolaridade média, estando a renda dos autônomos e dos trabalhadores sem carteira assinada bem abaixo da média da Região Metropolitana de Campinas. Nesses segmentos verificou-se também menor grau de desigualdade de renda