PROJEÇÃO POPULACIONAL PARA MUNICÍPIOS • DA REGIÃO DE CAMPINAS: APLICAÇÃO DE MÉTODO COMBINADO DEMOGRÁFICO - ECOLÓGICO PARA PROJ• EÇA- O PARA PEQUENAS , AREAS*
Palavras-chave:
Projeção, Pequenas áreas , Sistemas DinâmicosResumo
O desenvolvimento de metodologias para a elaboração de projeções populacionais em nível micro-espacializado - municípios e domínios sub-municipais - vêm merecendo atenção crescente por parte de pesquisadores em Demografia Aplicada, como conseqüência, sobretudo, do aumento da demanda por este tipo de informação no presente contexto de resgate do processo de Planejamento Público e descentralização tributária e da ação social do Estado. Este trabalho procura oferecer, assim, uma contribuição para a temática de projeções para pequenas áreas, ao apresentar uma metodologia integrada de projeções populacionais pelo método das componentes demográficas em nível regional e um sistema de equações diferenciais para desagregação municipal dos resultados, baseado em um modelo tradicional usado em Ecologia para representar a dinâmica populacional de espécies competitivas em um Habitat fechado, com capacidade de suporte limitada. Na adaptação do modelo para representar a dinâmica demográfica, as populações das pequenas áreas representam as "espécies", e a região, o
"habitat", com seus recursos limitados de espaço físico, imóveis, vias públicas, empregos, etc. Assim, taxa de crescimento populacional de cada área na região dependerá da sua respectiva taxa de crescimento vegetativo - e, portanto, em última instância, dos níveis prevalecentes da fecundidade e mortalidade em cada pequena área e do grau de atratividade ou repulsividade de cada pequena área, em função de suas economias! deseconomias de aglomeração (nível de salários, oferta de empregos, custo dos terrenos e moradias, poluição, custos de transporte, etc). Depois de apresentado o modelo e as formas de estimação dos parâmetros, mostra-se uma aplicação do mesmo para estimar a população de seis municípios região de elevada adensamento populacional no Estado de São Paulo. Esta metodologia parece útil em projeção demográfica - com horizonte de planejamento de 5 a 1O anos à frente - para pequenas áreas situadas contiguamente - como distritos de um mesmo município ou municípios em aglomerações urbanas conurbadas.
Referências
BELL, M. etalli Forecasting population growth and housing developmentforsmall areas using GIS. Trabalho apresentado na 23ª Conferência Mundial de População. Pequim, 1997.
BORJA,J. &CASTELLS,M. Planes estratégicos y proyetos metropolitanos. Cadernos IPPUR,Xl(1/2):207-232, 1997.
CAMPANÁRIO, P. & GODINHO,R. Fecundidade: tendências e modelo de projeção. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, 10(2):26-33, 1996.
CARVALHO, J.A.M. & FERNANDES, F. Estimativas de saldos migratórios e taxas líquidas de migração das unidades da federação e grandes regiões do Brasil, por sexo, idade e setores rural e urbano 1960-1979, 1970-1980. Belo
Horizonte: CEDEPLAR/UFMG, 1996.
CUNHA,J.M.P. & TORRES,H.G. Estimativas populacionais para pequenas áreas a partir da fotografia aérea: uma aplicação para as favelas do município de Campinas. ln: Anais do IX Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Caxambu, 1994, v.1. p.163-174.
CEPAM (1990) Subsídios para elaboração do plano diretor. São Paulo: Fundação faria Lima, 1990.
DAJOZ, R. Ecologia Geral. Petrópolis: Vozes, 1983.
FERREIRA, C.E.C. Tábuas abreviadas de mortalidade para o Estado de São Paulo" Informe demográfico SEADE, São Paulo, 4:1-47, 1980.
FRIAS, L.A&RODRIGUES,P. Brasil:tábuas modelo de mortalidade e populações estáveis. Estudos e Pesquisas IBGE, Rio de Janeiro, 1O, 1981.
FRIAS, L.A. & OLIVEIRA, J.C. Níveis,
tendências e diferenciais de fecundidade no Brasil a partir da década de 30. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, Campinas, 8(1/2): 72-111, 1991.
GRANADOS, M.P. Metodos para proyecciones subnacionales de población. Bogotá: DANE/CELADE, 1989.
HOQUE, N. & MURDOCK, S.H. Evaluation of Texas population and estimates and Projections program's population estimates for 1990. Population Estimates Methods Conference, Washington, 1999 (www.census.gov/population/www/estimates/ popest.htm).
KETKAR, K.W. A log-linear approach to disaggregated micro-level population forecasts. lnternational Journal of Forecasting, 6: 241-251, 1990.
JARDIM,M.L.T., Utilização de variáveis sintomáticas para estimar a distribuição espacial de populações: aplicacção aos municípios do Rio Grande do Sul. Anais do VIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Brasília, v.1, p.39-47,1992.
JANNUZZI, P.M. Projeções populacionais e estimação de demandas sociais em âmbito micro-regional. ln:PATARRA, Neide et alii. Migração, Condições de vida e Dinâmica Urbana. Campinas, IE/UNICAMP, p.373-408, 1997.
JANNUZZI, P.M. (1998) Perfis etários da migração por motivos e acompanhantes da mudança: evidências empíricas para São Paulo entre 1980 e 1993. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, Campinas, 15(2):19-44, 1998.
JANNUZZI,P.M. & PASQUALl,F. Estimação de demandas sociais futuras para fins de formulação de políticas públicas municipais: notas para discussão. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, 33(2): 75-94, 1999.
MARICATO,E. Brasil 2000: qual planejamento urbano?Cadernos IPPUR,Xl(1/2):113-130, 1997.
MARTINDALE, M. Overview of California's county population estimating methods. Population Estimates Methods Conference, Washington, 1999 (www.census.gov/population/www/estimates/ popest.htm).
PAES, N.A. Geração de um modelo de tábuas de vida representativo da mortalidade do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, Campinas, 12(1/2):113-132, 1995.
PUJOL, J.M. Proyecciones de poblacion a nivel nacional: meto do de los componentes. ln: GRANADOS, M.P. Metodos para proyecciones subnacionales de población. Bogotá: DANE/CELADE, 1989, p.25-48.
SANTOS, T.F. Projeções de população de Pernambuco, desagregada por microrregiões, até o ano de 201O: aplicação de métodos alternativos. Belo Horizonte: CEDEPLAR/UFMG, 1989 (Dissertação de mestrado em Demografia).
SIMPSON, S.L. Population estimates forvery small areas in the UK: performance and promise. Population Estimates Methods Conference, Washington, 1999 (www.census.gov/population/www/estimates/ popest.htm).
SMITH, S.K. & CODY, S. Evaluating the housing unit method: a case study of 1990 population estimates in Florida. Population Estimates Methods Conference, Washington, 1999 (www.census.gov/population/www/estimates/ popest.htm).
SWARCWALD,C.L. & CASTILHO, E.A. Proposta de um modelo para desagregar projeções demográficas de grandes áreas em seus componentes geográficos. Revista de Saúde Pública, São Paulo, 23: 269-276, 1989.
TOLSON, D.J. Testing population estimation models in Virginia: dealing with independent cities. Population Estimates Methods Conference, Washington, 1999 (www.census.gov/population/www/estimates/ popest.htm).
VALLADARES, L. & COELHO,M.P. La investigación urbana en América Latina : tendencias actualles y
recomendaciones. Cadernos IPPUR, Rio de Janeiro, X(1): 103-141, 1996.
WALDVOGEL,B.C. Técnicas de projeção populacional para o planejamento regional. Belo Horizonte, CEDEPLAR, 1998.
WILLEKENS, F. Analisis multidimensional de población com datos incompletos. Demografia y Economia, 16(3): 328-376, 1982.