Vinte anos da Rio92

a conservação da biodiversidade e os serviços de polinização

Autores

  • Valdir Lamim-Guedes

Palavras-chave:

Área de proteção permanente, Legislação ambiental, Polinização, Reserva legal, Serviços ecossistêmicos

Resumo

Foi realizada, no Rio de Janeiro, em junho de 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio92). O objetivo principal da Convenção sobre Diversidade Biológica, aprovada na Rio92, é a conservação da diversidade biológica ou biodiversidade. Em 2010, na Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP10, Nagoya, Japão), houve aprovação de um protocolo com metas e mecanismos com foco no cumprimento dos objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica. No Brasil, o novo código florestal, com a redução das Áreas de Proteção Permanente e de Reserva Legal, coloca em risco a aplicação da Convenção sobre Diversidade Biológica e a manutenção dos serviços ecossistêmicos, inclusive a polinização. Diversas culturas agrícolas, como o café e o maracujá, têm a produção aumentada com atitudes de conservação de fragmentos florestais, manejo de polinizadores e outras iniciativas. Nesse cenário, a conservação e o uso sustentável da biodiversidade para alimentação e agricultura têm papel crítico por permitir uma maior sustentabilidade ambiental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aizen, M.A.; Garibaldi, L.A.; Cunningham, S.A. & klein, A.M. (2008). Long-term global trends in crop yield and production reveal no current pollination shortage but increasing pollinator dependency. Current Biology, 18(20): 1572-5.

Altieri, M.A. & Nicholls, C.I. (2003) Agroecologia: resgatando a agricultura orgânica a partir de um modelo industrial de produção e distribuição. Ciência & Ambiente, 14(27): 141-52

Badilla, F. & Ramírez, B. (1991). Polinización de café por Apis mellifera L. y otros insetos en Costa Rica. Turrialba, 41 (3):285-8.

Bardhan, S.; Jose, S.; Biswas, S.; Kabir, K. & Rogers, W. (2012). Homegarden agroforestry systems: An intermediary for biodiversity conservation in Bangladesh. Agroforest Systems, 85(1 ):29-34.

Bawa, K.S. (1990). Plant-pollinator interactions in tropical rain forests. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, 21 :399-422.

Brasil. Ministério do Meio Ambiente. (2000). A Convenção sobre Diversidade Biológica -CDB. Brasília: Ministério do Meio Ambiente.

Bruckner, C.H.; Casali, VW.D. & Moraes, C.F. (1995). Self­incompatibility in Passion Fruit (Passiflora edulis Sims). Acta Horticulturae, 370(7):45-58.

Buchmann, S.L. & Nablan, G.P. (1996). The forgotten pollinators. Washington: lsland Press.

Carvalheira, L.G.; Veldtman, R.; Skenkute, A.G.; Tesfay, G.B.; Pirk, C.W.W. Donaldson, JS., et ai. (2011). Natural and within-farmland biodiversity enhances crop • productivity. Ecology Letters, 14(3): 2 51-9.

Committee on the Status of Pollinators in North America, National Research Council. (2007). Status on the Pollinators in North America. Washington: The National Academy of Sciences Press.

Daily, G. C. (1997). Nature's services: Societal dependence on natural ecosystems. Washington: lsland Press.

De Marco JR., P. & Coelho, F.M. (2004). Services performed by the ecosystem: Forest remnants influence agricultura! cultures' pollination and production. Biodiversity and Conservation, 13(7): 1245-55.

Dei Sarto, M.C.L.; Peruquetti, R.C. & Campos, LA.O. (2005). Evaluation of the Neotropical stingless Bee Melipona quadrifasciata (Hymenoptera: Apidae) as pollinator of greenhouse tomatoes. Journal of Economic Entomology, 98(2):260-6

Foley, J. A.; Ramankutty, N.; Brauman, K. A.; Cassidy, E. S.; Gerber, J. S.; Johnston, M., et ai. (2011 ). Solutions for a cultivated planet. Nature, 478:337-42.

Food and Agriculture Organization. (2011 a). Biodiversity for a world without hunger. Available . (cited: 5 Nov. 2012)

Food and Agriculture Organization. (2011 b). FAOSTAT. Available <http://faostat.fao.org/>. (cited: 5 Oct. 2012).

Free, J.B. (1993). lnsect pollination of crops. 2nd ed. London: Academic Press.

Freitas, B.M. & Oliveira-Filho, J.H. (2003). Nichos racionais para mamangava (Xylocopa fronta/is) na polinização do maracujá-amarelo (Passiflora edulis). Ciência Rural, 33(6) 1135-9.

Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo. (2012). Sustentabilidade agrícola requer abordagem sistêmica. São Paulo: Fapesp. Disponível em: . (acesso: 5 jun. 2012).

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2004). Vocabulário básico de recursos naturais e meio ambiente. 2a ed. Rio de Janeiro: IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2012). Sidra: Sistema IBGE de Recuperação Automática Produção Agrícola Municipal. Disponível em: . (acesso: 5 out. 2012).

Imperatriz-Fonseca, V.L. & Nunes-Silva, P. (201 O). As abelhas, os serviços ecossistêmicos e o Código Florestal Brasileiro. Biata Neotropical, 10(4):59-62.

Janzen, D.H. (1974). The deflowering of Central America Natural History, 83(1):49-53.

Jordano, P.; Galett1, M.; Pizo, MA & Silva, W.R. (2006). Ligando frugivoria e dispersão de sementes à biologia da conservação. ln: Rocha, C.FD.; Bergallo, H.G.; Alves, MAS. & Sluys, MV Biologia da conservação: essências. São Carlos: Rima.

Joly, CA; Berlinck, R.G.S.; Bolzani, V.S.; Haddad, C.FB.; Oliveira, M.C; Van Sluys, M. A., et ai. (2012) Main conclusions of the joint Fapesp Programs BIOTA-BIOEN­Climate Change Workshop: Science and Policy for a Greener Economy in the context of RlO+20. Biata Neotropical, 12(2): 19-21.

Jose, S. (2012). Agroforestry for conserving and enhancing biodiversity. Agroforest Systems, 85( 1 ): 1-8.

Karanja, R.H.N.; Njoroge, G.N.; Gikungu, M.W. & Newton, L.E. (2010). Bee interactions with wild flora around organic and conventional coffee farms in Kiambu district, central Kenya. Journal of Pollination Ecology, 2(2):7-12.

Kearns, C.; lnouye, D. & Waser, N. (1998). Endangered mutualisms: The conservation of plant-pollinator interactions. Annual Review of Ecology, Evolution and Systematics, 29:83-112.

Klein, A.; Vaissiére, B.E.; Cane, J.H.; Steffan-Dewenter, I.; Cunningham, S.A.; Kremen, C., et ai. (2007). lmportance of pollinators in changing landscapes for world crops.

Proceedings of the Royal Society 8: Biological Sciences,

(1608):303-13.

Klein, A.M.; Steffan-Dewenter, 1. & Tscharntke, T. (2003). Bee pollination and fruit set of Coffea arabica and C canphora (Rubiaceae). American Journal of Botany, 90(1):153-7

Lamim-Guedes, V. (2012). Colher o fruto sem plantar a árvore. Ciência Hoje, 292:60-1.

Marques, F. (2012). Entrevista -Bráulio Ferreira de Souza Dias: a voz dos megadiversos. Pesquisa Fapesp, 198:26- 31.

Martinelli, LA; Joly, C; Nobre, CA & Sparovek, G. (2010). A falsa dicotomia entre a preservação da vegetação natural e a produção agropecuár a. Biata Neotropica, 10(4):323- 30.

Millennium Ecosystem Assessment. (2005). Ecosystems and human we/1-being: Synthesis. Washington: lsland Press.

Nabhan, G.P. & Buchmann, S.L. (1997). Services provided by pollinators. ln: Daily, G.C. Nature's Services: Societal dependence on natural ecosystems. Washington: lsland Press.

Ricketts, T.H.; Daily, G.C; Ehrlich, P.R. & Michener, C.D. (2004). Economic value of tropical forest to coffee production. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 101 (34): 12579- 82

Roubik, D.W. (2002) The value of bees to the coffee harvest. Nature, 417:708.

Ruggiero, C.S. (2006) Situação da cultura do maracujazeiro no Brasil. Informe Agropecuário, 21(206):5-9.

Sazima, 1. & Sazima, M. (1989). Mamangavas e irapuás (Hymenoptera, Apoidea): visitas, interações e consequências para polinização do maracujá (Passifloraceae). Revista Brasileira de Entomologia, 1(1):109-18.

Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais. (2009). O que é sistema agroflorestal? Disponível em: . (acesso: 5 out. 2012).

Silva, J.A.A.; Nobre, A.D.; Manzatto, CV; Joly, C.A.; Rodrigues, R.R.; Skorupa, LA, et ai. (2011). O código florestal e a ciência: contribuições para o debate. São Paulo: SBPC.

Siqueira, K.M.M.; Piedade-Kill, L.H.; Martins, C.F.; Lemos, 1.B.; Monteiro, S.P. & Feitoza, EA (2009). Ecologia da polinização do maracujá-amarelo, na região do Vale do Submédio São Francisco. Revista Brasileira de Fruticultura, 31(1):1-12.

The Economics of Ecosystems and Biodiversity. (201 O). TEEB for local and regional policy makers. Malta: Progress Press.

União Internacional para a Conservação da Natureza. (2011 ). Biodiversidade brasileira: análise de situação e oportunidade. Brasília: UICN

Viana, B.F; Almeida, A.M.R.;.Piovesan, J.C. & Silva, F.O. (2006). Manual do produtor: maracujá-amarelo e seus polinizadores na região do Vale do Médio São Francisco. Salvador: UFBA.

Zucco, CA; Oliveira-Santos, L.G.R. & Fernandez, FAS. (2011 ). Protect Brazil's land to avert disasters. Nature, 470:335.

Downloads

Publicado

2013-06-30

Como Citar

Lamim-Guedes, V. (2013). Vinte anos da Rio92: a conservação da biodiversidade e os serviços de polinização. Bioikos – Título não-Corrente, 27(1). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/bioikos/article/view/2169

Edição

Seção

Artigos - Ecologia e Meio Ambiente